Querida Amazônia: 40 dias navegando rumo à conversão - 36º Dia

Não se deixem levar pelos deuses que outros nos impõem

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

01 Abril 2020

 

Dia 36 de Navegação - 1 de abril (Quarta-feira da semana V)

 

Não se deixem levar pelos deuses que outros nos impõem

 

Petição permanente para a conversão sinodal no início de cada dia

Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivimos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.

Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva.

 

Fragmento de uma Leitura do Dia

(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios)

Nabucodonosor lhes perguntou: “Sidrac, Misac e Abdênago, foi de propósito que não prestastes culto ao meu deus e recusastes adorar a estátua de ouro que eu ergui? Agora, então, ficai preparados. Quando ouvirdes o som de corneta, flauta, cítara, harpa, saltério, gaita e outros instrumentos musicais devereis cair de joelhos e adorar a estátua de ouro que eu fiz! Se não adorardes, na mesma hora sereis atirados na fornalha acesa. E qual é o Deus que vos há de livrar da minha mão?”.

Sidrac, Misac e Abdênago responderam: “Nem precisamos dar resposta a esta ordem. Existe o nosso Deus a quem cultuamos ele nos pode livrar da fornalha acesa, salvando-nos da tua mão. Mas mesmo que isso não aconteça, fica sabendo, ó rei, que não vamos prestar culto ao seu deus, nem vamos adorar a estátua de ouro construída por ti, ó rei”. 

Nabucodonosor ficou tão furioso contra os três, que seu rosto empalideceu. Mandou, então, acender na fornalha um fogo sete vezes maior que o de costume, em seguida, mandou que os soldados mais fortes do seu exército amarrassem os três e os atirassem na fornalha acesa.

Nabucodonosor disse então: “Bendito seja o Deus de Sidrac, Misac e Abdênago, que mandou um anjo libertar seus servos que nele confiaram. Eles não fizeram caso do decreto do rei, e entregaram os próprios corpos, por se negarem a cultuar ou adorar outro deus que não fosse o Deus deles (Daniel 3,14-20.91-92.95).

 

Reflexão na Perspectiva do Processo Sinodal Amazônico

Adorar a estátua de ouro, deixar-se levar pelos deuses que outros nos impõem. Não podemos negar que somos tentados a entrar no ritmo que a sociedade nos impõe, muitas vezes, simplesmente para evitar sermos mal vistos, deixados para trás, perseguidos, ameaçados, condenados.

E sempre haverá a pergunta dentro de cada um de nós, que nos levará a questionar se Deus vai cuidar de nós, se Ele vai nos salvar. A Palavra de Deus nos mostra o exemplo daqueles que não consideram deixar de servir a Deus, daqueles que confiam que viver de acordo com seus preceitos é o caminho a seguir. Esse é também um caminho de conversão para ver que quem realmente confia em Deus, sempre encontrará a sua mão que cuida dele. Agir na contramão é uma atitude assumida pelos povos nativos, que confiam nessa divindade que sempre os acompanhou e esteve presente através dos sábios.

 

Contemplação

Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e no serviço à Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que vivemos. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito lhe provoca como uma preparação interna para assimilar melhor o processo sinodal.

 

Meditação Final (Querida Amazônia, 34)

Durante séculos, os povos amazônicos transmitiram a sua sabedoria cultural oralmente, através de mitos, lendas, narrações, como sucedia com “aqueles antigos jograis que percorriam as florestas contando histórias de aldeia em aldeia, mantendo assim viva uma comunidade que, sem o cordão umbilical dessas histórias, a distância e a falta de comunicação teriam fragmentado e dissolvido”. Por isso, é importante “deixar que os anciãos façam longas narrações” (ChV, n. 195) e que os jovens se detenham para beber dessa fonte.

 

 

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