Querida Amazônia: 40 dias navegando rumo à conversão - 16º Dia

A ambição dos mais ricos provoca o sofrimento dos mais pobres

Foto: Pierre Pouliquin | Flickr CC

11 Março 2020

 

Dia 16 de Navegação - 12 de março - quinta-feira da 2a. Semana da Quaresma

 

A ambição dos mais ricos provoca o sofrimento dos mais pobres

 

Petição permanente para a conversão sinodal no início de cada dia

Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivimos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.

Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva. 

 

Fragmento de uma Leitura do Dia

(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios)

Jesus disse aos fariseus: “Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e dava festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chama-do Lázaro, cheio de feridas, ficava sentado no chão junto à porta do rico. Queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico, mas, em vez disso, os cães vinham lamber suas feridas. (…)

‘Filho, lembrate de que durante a vida recebeste teus bens e Lázaro, por sua vez, seus males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormenta-do”. (…) Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas! Que os escutem!’ O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão. Mas se alguém dentre os mortos for até eles, certamente vão se converter’. Abraão, porém, lhe disse:‘ Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, mesmo se alguém ressuscitar dos mortos, não acreditarão’”. (Lucas 16,19-31).

 

Reflexão na Perspectiva do Processo Sinodal Amazônico

A ambição dos mais ricos provoca o sofrimento dos mais pobres. O modelo econômico que só pensa que poucos fiquem saciados abundantemente, enquanto uma multidão anseia por comer o que cai da mesa daqueles que pretendem ficar com tudo, é uma injustiça e um crime. Nossa conversão não deve ser apenas individual, mas também social, mudar as estruturas que perpetuam os pecados de geração em geração.

Um dos grandes desafios, e isso podemos aprender entendendo o modo de vida dos povos originários da Amazônia, é descobrir que o aceitar o pão de cada dia garante não apenas nosso futuro, mas a vida das gerações que nos sucederão. Uma mesa cheia é um sinal claro de desperdício, quando contraria o plano de Deus. Os profetas sempre nos mostram o caminho a seguir, mas não os escutamos. Não reclamemos de Deus as consequências da nossa falta de querer ver nossos próprios erros.

 

Contemplação

Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e no serviço à Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que vivemos. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito lhe provoca como uma preparação interna para assimilar melhor o processo sinodal.

 

Meditação Final (Querida Amazônia, 23)

“Na Encíclica Laudato Si’, lembramos que, “se tudo está relacionado, também o estado de saúde das insti-tuições de uma sociedade tem consequências no ambiente e na qualidade de vida humana (...). Dentro de cada um dos níveis sociais e entre eles, desenvolvem-se as instituições que regulam as relações humanas. Tudo o que as danifica comporta efeitos nocivos, como a perda da liberdade, a injustiça e a violência. Vários países são governados por um sistema institucional precário, à custa do sofrimento do povo (...)” (LS, n. 142).”.

 

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