Querida Amazônia: 40 dias navegando rumo à conversão - 12º Dia

Foto: Mário Vilela/Funai

08 Março 2020

 

Dia 12 de Navegação - 08 de março (domingo da semana II)

Seguir a voz de Deus para realizar o seu projeto

 

Petição permanente para a conversão sinodal no início de cada dia

Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivimos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.

Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva. 

 

Fragmento de uma Leitura do Dia

(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios)

O Senhor disse a Abrão: “Sai de tua terra, do meio de teus parentes, da casa de teu pai, e vai para a terra que eu vou te mostrar. Farei de ti uma grande nação e te abençoarei: engrandecerei o teu nome, de modo que ele se torne uma bênção.

Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem. Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra”. Abrão partiu, como o Senhor lhe havia dito, e Ló foi com ele. Abrão tinha setenta e cinco anos ao partir de Harã. (Gênesis 12,1-4)

 

Reflexão na Perspectiva do Processo Sinodal Amazônico

Seguir a voz de Deus para realizar seu projeto. Escutar o convite para deixar a terra natal e a casa paterna para ir onde Deus nos mostra. Na Amazônia, a história da evangelização não pode ser entendida sem a presença daqueles que responderam ao chamado de Deus. Muitas vezes eles foram instrumentos da ação de Deus no meio dos povos aos quais foram enviados. Mulheres e homens que, a partir da missão, lutaram em defesa dos povos e anunciaram a proposta de vida que nasce do Evangelho.

Para além de qualquer impedimento, os missionários partiram para assumir uma vida diferente, em culturas muitas vezes desconhecidas. Tudo isso depois de ouvir o chamado de Deus, que se faz presente no meio das pessoas por meio daqueles a quem Ele escolhe, quase sempre com critérios diferentes daqueles que regem as decisões humanas. O processo sinodal mostrou o reconhecimento que muitos povos têm do trabalho silencioso, muitas vezes oculto, de tantos homens e mulheres que responderam àquilo que Deus os pedia.

 

Contemplação

Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e no serviço à Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que vivemos. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito lhe provoca como uma preparação interna para assimilar melhor o processo sinodal.

 

Meditação Final (Querida Amazônia, 18)

“Anima-nos recordar que, no meio dos graves excessos da colonização da Amazônia, cheia de “contradições e lacerações” (DPb, n. 6),15 muitos missionários chegaram lá com o Evangelho, deixando os seus países e aceitando uma vida austera e desafiadora junto dos mais desprotegidos. Sabemos que nem todos foram exemplares, mas o trabalho daqueles que se mantiveram fiéis ao Evangelho também inspirou “uma legislação, como as Leis das Índias, que protegiam a dignidade dos indígenas contra as violações de seus povos e territórios” (ILSA, n. 6).16 E dado que frequentemente eram os sacerdotes que protegiam os indígenas de ladrões e abusadores, os missionários relatam “pediam-nos insistentemente que não os abandonássemos e faziam-nos prometer que voltaríamos novamente”.

 

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