Querida Amazônia: 40 dias navegando rumo à conversão - 24º Dia

O que vem de fora não garante a felicidade

Foto: Greenpeace Brasil

20 Março 2020

 

Dia 24 de Navegação - 20 de março - Sexta-feira da semana III

 

O que vem de fora não garante a felicidade

 

Petição permanente para a conversão sinodal no início de cada dia

Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivimos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.

Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva.

 

Fragmento de uma Leitura do Dia

(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios)

Com tua vara de pastor, guia o teu povo, rebanho que Volta, Israel, para o SENHOR teu Deus, pois tropeçaste em teu próprio pecado. Trazei convosco palavras, voltaivos para o SENHOR e dizei-lhe: “Tira o peso da culpa e aceita o que é bom, e nós retribuiremos com o fruto dos lábios!

Assíria não nos salvará, nunca mais montaremos cavalos, nunca mais chamaremos de ‘nosso deus’ um objeto produzido por nossas mãos; pois só em ti é que o órfão encontra compaixão”. “Sua desobediência eu curarei;de coração os amarei; pois minha ira já se desviou deles. Serei para Israel como orvalho: como o lírio ele há de florescer, como os cedros do Líbano estenderá suas raízes. Seus galhos também hão de crescer, sua copa será como a da oliveira; seu perfume como o do Líbano. Os que moram à minha sombra voltarão, eles farão reviver o trigo, hão de frutificar como videira, sua fama será igual à do vinho do Líbano.

Efraim, que tens ainda a ver com os ídolos? Eu tenho a resposta, eu olho por ele. Sou como o cipreste sempre verde, de mim é que brota o teu fruto”. Se alguém é sábio, entenda essas coisas; se é inteligente, que as venha conhecer, pois os caminhos do SENHOR são retos, os justos neles caminham, os maus neles tropeçam. (Os 14,2-10)

 

Reflexão na Perspectiva do Processo Sinodal Amazônico

Voltar-se para Deus, assumir novamente aquilo que sempre foi o fundamento de nossa vida, entender que apenas isso dá sentido à nossa existência e nos ajuda a construir o futuro a partir de uma base sólida. A tentação de pensar que o que vem de fora é melhor do que sempre tivemos, é melhor do que aquilo que tradicionalmente garantiu a nossa felicidade, está sempre lá. Esteve presente no povo de Israel e continua presente entre nós.

Na Amazônia, essa é uma atitude que cada vez mais ameaça o futuro dos povos, principalmente entre os mais jovens. O processo sinodal fez um chamado para cuidar dos jovens, para ajudá-los a descobrir que o que vem de fora não garante a felicidade, que não é isso que os fará se sentir realizados como pessoas e como povos. A Assíria não nos salvará, e sim tudo o que a cultura comunica, tudo o que é expressão de um modo de vida que tem seu fundamento na divindade.

 

Contemplação

Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e no serviço à Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que vivemos. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito lhe provoca como uma preparação interna para assimilar melhor o processo sinodal.

 

Meditação Final (Querida Amazônia, 33)

“Quero lembrar agora que “a visão consumista do ser humano, incentivada pelos mecanismos da economia globalizada atual, tende a homogeneizar as culturas e a debilitar a imensa variedade cultural, que é um tesouro da humanidade” (LS, 144). Isso afeta muito os jovens, quando se tende a “dissolver diferenças próprias do seu lugar de origem, a transformá-los em seres manipuláveis feitos em série” (ChV, n. 186).26 Para evitar essa dinâmica de empobrecimento humano, é preciso amar as raízes e cuidar delas, porque são “um ponto de enraizamento que nos permite crescer e responder aos novos desafios” (ChV, n. 200). Convido os jovens da Amazônia, especialmente os indígenas, a “assumir as raízes, pois das raízes provém a força que (os) fará crescer, florescer e frutificar”.

 

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