Em fevereiro de 1922 se realizou no Theatro Municipal de São Paulo a Semana de Arte Moderna, reunindo artistas de diferentes campos em torno do que seria uma arte brasileira modernista. Sob influência de diferentes vanguardas – futurista, cubista, espírito novista e dadaísta –, delinearam-se os contornos e denominou-se “modernismo” as expressões artísticas que vicejavam no país desde antes deste marco histórico, cheio de potencialidades e contradições. E, pensando justamente em dar vistas a essas complexidades, esta edição da revista IHU On-Line entrevista uma série de pensadores, pesquisadores e artistas indígenas que refletem sobre o tema.
Um modo de ser nos trópicos, uma postura de vida, uma antropofagia que deglutiu a jovem guarda, a bossa nova e influências além-mar e regurgitou uma cultura nova e inquietante, embalada por guitarras elétricas e dissonâncias as mais diversas. Tudo isso e mais um pouco ajuda a compreendermos o que foi o movimento tropicalista.
Uma obra que desafiou convenções, fugindo dos cânones oficiais da literatura brasileira e promoveu uma subversão lingüística. Deu e dá o que pensar. Macunaíma, o herói sem nenhum caráter continua atual, 80 anos após sua estréia. Mário de Andrade escreveu a rapsódia em suas férias, e a tal “gramatiquinha” girou o mundo ao sabor de uma comicidade modernista.