09 Julho 2025
Para André Corrêa do Lago, a declaração do BRICS sobre financiamento climático está “totalmente alinhada” à agenda brasileira para as negociações em Belém.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 08-07-2025.
Apesar de se omitir na questão do abandono dos combustíveis fósseis, a cúpula do BRICS encerrada na última 2ª feira (7/7) no Rio de Janeiro mostrou que o grupo de economias emergentes pode desempenhar um papel importante nas negociações climáticas da COP30 em novembro, especialmente em temas como financiamento e proteção de florestas.
A agência eixos destacou a avaliação do embaixador André Corrêa do Lago, presidente-designado da COP30, a respeito da Declaração-Marco sobre Finanças Climáticas do BRICS. Segundo o diplomata, o texto mostra um alinhamento dos países do bloco com a agenda brasileira para a cúpula climática de Belém.
“[A declaração do BRICS] é uma continuidade do que tinha sido feito no G20. É uma declaração superconstrutiva e que mostra o quanto os países do BRICS estão comprometidos em encontrar soluções para o financiamento necessário da transição”, disse Corrêa do Lago.
Ao Valor, Natalie Unterstell (Instituto Talanoa) ressaltou o ineditismo da declaração específica sobre financiamento climático, a primeira do tipo emitida pelo BRICS. “[O documento] articula posições práticas sobre concessionalidade, riscos cambiais, finanças de transição, taxonomias, fundos climáticos verticais e cooperação Sul-Sul. A declaração antecipa e estrutura o que pode vir a ser a principal batalha política da COP30: quem paga, quanto e como”, afirmou.
Já na CNN Brasil, Pedro Côrtes (Universidade de São Paulo) abordou como a declaração aponta para “uma tentativa concreta de fortalecer a posição dos países em desenvolvimento nas negociações globais sobre o clima, com foco na responsabilização histórica dos países ricos pelas emissões acumuladas”, lembrando que essas pautas estarão presentes nas discussões da COP30.
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