Querida Amazônia: 40 dias navegando rumo à conversão - 3º Dia

Foto: Wellington-stm | Flickr CC

28 Fevereiro 2020

Dia 3 de Navegação - 28 de fevereiro (Sexta-feira depois de Cinzas)

 

Deus não aceita os grandes holocaustos, à custa da exploração dos recursos e das pessoas.

 

Petição Permanente para a Conversão Sinodal no início de cada dia

Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivemos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.

Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva.

 

Fragmento de uma Leitura do Dia

(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios)

Tem piedade de mim, ó Deus, por teu amor! Por tua grande compaixão, apaga a minha culpa! Lava-me da minha injustiça e purifica-me do meu pecado! Porque eu reconheço a minha culpa, e o meu pecado está sempre na minha frente; pequei contra ti, somente contra ti, praticando o que é mau aos teus olhos. Pois tu não queres sacrifício, e nenhum holocausto te agrada. Meu sacrifício é um espírito contrito. Um coração contrito e esmagado tu não o desprezas. (Salmo 50/51, 3-6.18-19).

 

Reflexão na Perspectiva do Processo Sinodal Amazônico

Deus é mais facilmente reconhecido nas pequenas coisas e Ele nos reconhece quando nos tornamos pequenos, quando reconhecemos nossa culpa e assumimos nosso pecado. Muitas vezes não temos consciência de nossos pecados e é difícil descobrir que existem atitudes que, embora consideradas normais, também nos separam de Deus e de nossos irmãos. Um deles, que aos poucos se torna consciente, inclusive fora da Igreja, é o pecado ecológico, que destrói a natureza e prejudica a vida dos mais pobres, dos povos originais que sofrem de doenças e são forçados a abandonar seus territórios diante de vários tipos de ameaças. Deus não aceita os grandes holocaustos, muitas vezes construídos às custas da exploração dos recursos e das pessoas. O que é feito a partir de nossas possibilidades, cientes de nossas limitações e do respeito que tudo e todos merecem, é o que nos leva a realizar as ofertas que agradam a Deus. 

 

Contemplação

Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e ao serviço da Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que a gente já viveu. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito suscitar em nós como preparação interior para assimilar melhor o processo sinodal.

 

Trecho para Meditação Final (DF Sínodo Amazônico, 82)

“Propomos definir o pecado ecológico como uma ação ou omissão contra Deus, contra o próximo, a comunidade e o meio ambiente. É um pecado contra as gerações futuras e se manifesta em atos e hábitos de contaminação e destruição da harmonia do ambiente, em transgressões contra os princípios da interdependência e na ruptura das redes de solidariedade entre as criaturas (cf. Catecismo da Igreja Católica, 340-344) e contra a virtude da justiça. Propomos também criar ministérios especiais para o cuidado da “casa comum” e a promoção da ecologia integral em nível paroquial e em cada jurisdição eclesiástica, que tenham como funções, entre outras, o cuidado do território e das águas, bem como a promoção da encíclica Laudato Si'”.

 

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