Querida Amazônia: 40 dias navegando rumo à conversão - 28º Dia

Cuidar da água é cuidar da vida

Foto: Luis Alveart | Flickr CC

24 Março 2020

 

Dia 28 de Navegação - 24 de março - Terça-feira da semana IV

 

Cuidar da água é cuidar da vida

 

Petição permanente para a conversão sinodal no início de cada dia

Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivimos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.

Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva.

 

Fragmento de uma Leitura do Dia

(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios) 

Um anjo me fez voltar até a entrada do templo, e eu vi água vertendo por debaixo da soleira do templo em direção leste, pois a fachada do templo estava voltada para o leste. A água corria do lado direito do templo, ao sul do altar. Ele me fez sair pela porta Norte e dar uma volta por fora, até a porta que dá para o leste, onde eu vi a água jorrando do lado direito. Quando o homem saiu em direção leste com uma corda de medir na mão, mediu quinhentos metros e me fez atravessar a água, que chegava até os tornozelos. Mediu outros quinhentos metros e me fez atravessar: a água chegava até os joelhos.

Mediu mais quinhentos metros e me fez atravessar: a água chegava até à cintura. Mediu outros quinhentos metros, e era um rio que eu não podia atravessar. Porque as águas haviam crescido tanto que se tornaram um rio impossível de atravessar, a não ser a nado. Ele me disse:

“Viste, filho do homem?” Depois me fez caminhar de volta pela margem do rio. Voltando, eu vi junto à margem muitas árvores de um e do outro lado do rio. Ele me disse: “Estas águas correm em direção do distrito oriental, descem para a Arabá e desembocam no mar, nas águas salgadas, e elas são saneadas.

Aonde quer que o rio chegue, todos os animais que se movem poderão viver e haverá peixe em quantidade, pois ali desembocam as águas saneadoras. Haverá vida aonde quer que o rio chegue. Nas margens junto ao rio, de ambos os lados, crescerá toda espécie de árvores frutíferas, cujas folhas não cairão e cujos frutos jamais terminarão. Cada mês darão novos frutos, pois as águas que os banham saem do santuário. Seus frutos servirão de alimento e suas folhas como remédio” (Ez 47,1-9.12).

 

Reflexão na Perspectiva do Processo Sinodal Amazônico

Se existe um elemento que nos remete à vida, esse é a água. A Amazônia pode muito bem ser considerada como terra das águas, como a fonte de vida de alguns povos que a sentem como algo que determina positivamente sua existência. Nas palavras do profeta Ezequiel podemos encontrar desenhada a Querida Amazônia, que em alguns dos seus rincões conserva, de forma primordial, a beleza original projetada pelo Criador.

Essa é uma terra de abundância, fruto de um cuidado secular dessa obra criadora. A água que correu por tantos cursos, unida com a mão dos moradores que habitam a região, tem gerado abundância, bem viver. Somos chamados a aprender com aqueles que sabem cuidar da água, que sabem como extrair riqueza dela, mas sempre preservando as possibilidades para o futuro. Nunca esqueçamos que cuidar da água é cuidar da vida.

 

Contemplação

Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e no serviço à Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que vivemos. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito lhe provoca como uma preparação interna para assimilar melhor o processo sinodal.

 

Meditação Final (Querida Amazônia, 45)

“O rio não nos separa; mas une-nos, ajudando-nos a conviver entre diferentes culturas e línguas”. Embora seja verdade que, neste território, há muitas “Amazônias”, o seu eixo principal é o grande rio, filho de muitos rios: “Da altura extrema da cordilheira, onde as neves são eternas, a água se desprende, e traça trêmula um risco na pele antiga da pedra: o Amazonas acaba de nascer. […] Águas subterrâneas afloram para abraçar-se com a água que desceu dos Andes. […] É a Grande Amazônia, toda ela no trópico úmido, com a sua floresta compacta e atordoante, onde ainda palpita, intocada pelo homem, a vida que se foi urdindo nas intimidades da água (...). Desde que o homem a habita, ergue-se das funduras das suas águas e dos altos centros de sua floresta um terrível temor: a de que essa vida esteja, devagarinho, tomando o rumo do fim”

 

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