Querida Amazônia: 40 dias navegando rumo à conversão - 30º Dia

Substituir a Deus pelos ídolos, uma tentação sempre presente

Foto: Greenpeace Brasil

26 Março 2020

 

Dia 30 de Navegação - 26 de março (Quinta-feira da semana IV)

 

Substituir a Deus pelos ídolos, uma tentação sempre presente

 

Petição permanente para a conversão sinodal no início de cada dia

Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivimos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.

Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva.

 

Fragmento de uma Leitura do Dia

(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios) 

O Senhor falou a Moisés: “Vai, desce, pois corrompeu-se o teu povo que tiraste do Egito. Bem depressa desviaram-se do caminho que lhes prescrevi. Fizeram para si um bezerro de metal fundido, prostraram-se em adoração e ofereceram sacrifícios diante dele, dizendo: ‘Israel, aí tens os teus deuses, que te fizeram sair do Egito’”.

O Senhor disse a Moisés: “Vejo que este é um povo de cabeça dura. Deixa que a minha ira se inflame contra eles e eu os extermine. Mas de ti farei uma grande nação”. Moisés, porém, suplicava ao Senhor seu Deus, dizendo: “Por que, ó Senhor, se inflama a tua ira contra o teu povo que fizeste sair do Egito com grande poder e mão poderosa? Por que os egípcios diriam: Foi com má intenção que ele os tirou do Egito, para matá-los nas montanhas e ex-terminá-los da face da terra’. Aplaque-se a tua ira, perdoa a iniqüidade do teu povo.

Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Israel, com os quais te comprometeste por juramento, dizendo: ‘Tornarei os vossos descendentes tão numerosos quanto as estre-las do céu, e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como posse para sempre”. E o Senhor desistiu do mal com que havia ameaçado o seu povo. (Êxodo 32,7-14)

 

Reflexão na Perspectiva do Processo Sinodal Amazônico

A tentação de substituir a Deus pelos ídolos sempre esteve presente na vida da humanidade. O bezerro de ouro é apenas um exemplo de atitudes que nunca deixaram de fazer parte da condição humana. Sempre houve quem encontra sua felicidade e a única razão para viver para ter, fazendo o que for necessário para ter cada vez mais, curvando-se à vontade daquilo que o Papa Francisco chama de capitalismo que mata.

Os povos originários nos mostram que é possível viver com pouco e ser feliz, é o que o Papa Francisco chama de sobriedade feliz, uma atitude que tem como base o fato de saber que ao teu lado existe pessoas que estão dispostos a compartilhar contigo quando você precisar. Esses são modelos completamente diferentes de sociedade, que nos devem levar a pensar em qual deles queremos apostar, e se estamos no que acreditamos, pode ajudar-nos a ser mais felizes, a nos converter.

 

Contemplação

Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e no serviço à Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que vivemos. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito lhe provoca como uma preparação interna para assimilar melhor o processo sinodal.

 

Meditação Final (Querida Amazônia, 71)

Os povos indígenas da Amazônia expressam a autêntica qualidade de vida como um “bem viver”, que implica uma harmonia pessoal, familiar, comunitária e cósmica e manifesta-se no seu modo comunitário de conceber a existência, na capacidade de encontrar alegria e plenitude em uma vida austera e simples, bem como no cuida-do responsável da natureza que preserva os recursos para as gerações futuras. Os povos aborígenes podem ajudar-nos a descobrir o que é uma sobriedade feliz e, nesta linha, “têm muito para nos ensinar” (EG, n. 198). Sabem ser felizes com pouco, gozam dos pequenos dons de Deus sem acumular tantas coisas, não destroem sem necessidade, preservam os ecossistemas e reconhecem que a terra, ao mesmo tempo que se oferece para sustentar a sua vida, como uma fonte generosa, tem um sentido materno que suscita respeitosa ternura.

 

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