Querida Amazônia: 40 dias navegando rumo à conversão - 31º Dia

Quem segue caminhos muito diferentes incomoda

Foto: Omer Bozkurt | Flickr | CC

27 Março 2020

 

Dia 31 de Navegação - 27 de março (Sexta-feira da semana IV)

 

Quem segue caminhos muito diferentes incomoda

 

Petição permanente para a conversão sinodal no início de cada dia

Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivimos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.

Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva.

 

Fragmento de uma Leitura do Dia

(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios) 

Os ímpios dizem entre si, em seus falsos raciocínios: Armemos ciladas ao justo, pois nos estorva: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da Lei e nos difama por pecarmos contra a nossa tradição. Ele declara possuir o conhecimento de Deus e a si mesmo se chama de ‘filho de Deus’. Tornou-se uma censura para os nossos pensamentos e simplesmente vê-lo já é insuportável; sua vida é muito diferente da dos outros, e seus caminhos vão em outra direção. Somos por ele comparados à moeda falsa, ele foge de nossos caminhos como de impurezas; proclama feliz a sorte final dos justos e gloria-se de ter a Deus por Pai. Vejamos, pois, se é verdade o que ele diz, e comprovemos o que vai acontecer com ele.

Se, de fato, é ‘filho de Deus’, Deus o defenderá e o livrará das mãos de seus inimigos. Vamos pô-lo à prova com ofensas e torturas para ver a sua serenidade e provar sua paciência. Condenemo-lo a morte vergonhosa, porque, de acordo com as suas palavras, virá alguém em seu socorro!”

Tais são os pensamentos dos ímpios. Mas eles se enganam, pois a malícia os torna cegos: eles não conhecem os segredos de Deus, não esperam recompensa para a vida santa e não dão valor à honra das almas puras. (Sabedoria 2,1a.12-22).

 

Reflexão na Perspectiva do Processo Sinodal Amazônico

A presença dos povos indígenas, sua maneira de pensar, de entender a vida, resulta insuportável para muitos. Quem leva uma vida diferente dos outros, que segue caminhos muito diferentes incomoda. Se hoje existe alguém que considera a existência dessa maneira, são os povos originários, e isso tem consequências na vida prática. Enquanto a sociedade majoritária pensa em explorar como prioridade absoluta, os povos indígenas, considerados por muitos como atrasados, são o melhor expoente como um tipo de sociedade, do desenvolvimento sustentável.

A Palavra de Deus sempre nos questiona, poderíamos dizer que é um tapa na nossa cara, que nos leva a questionar a nós mesmos e perceber que, embora não a aceitemos, somos nós que escolhemos o caminho equivocado. É tempo de parar, pensar e entender que é necessário mudar, nos converter e entender que os outros podem ser os que estão no caminho da vida.

 

Contemplação

Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e no serviço à Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que vivemos. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito lhe provoca como uma preparação interna para assimilar melhor o processo sinodal.

 

Meditação Final (Querida Amazônia, 16)

Esta história de sofrimento e desprezo não se cura facilmente. E a colonização não para; embora em muitos lugares se transforme, disfarce e dissimule, todavia não perde a sua prepotência contra a vida dos pobres e a fragilidade do meio ambiente. Os bispos da Amazônia brasileira recordaram que “a história da Amazônia revela que foi sempre uma minoria que lucrava à custa da pobreza da maioria e da depredação sem escrúpulos das riquezas naturais da região, dádiva divina para os povos que aqui vivem há milênios e os migrantes que chegaram ao longo dos séculos passados”.

 

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