Querida Amazônia: 40 dias navegando rumo à conversão - 14º Dia

Povos originários, uma voz profética que nos alerta contra o perigo de destruição

Crédito: William Moura | Flickr

10 Março 2020

 

Dia 14 de Navegação - 10 de março (terça-feira da semana II)

Povos originários, uma voz profética que nos alerta contra o perigo de destruição

 

Petição permanente para a conversão sinodal no início de cada dia

Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivimos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.

Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva. 

 

Fragmento de uma Leitura do Dia

(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios)

Ouvi a palavra do Senhor, magistrados de Sodoma! Prestai atenção à Lei do nosso Deus, povo de Gomorra! Lavai-vos, limpai-vos, tirai da minha vista as injustiças que praticais. Parai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem, buscai o que é correto, defendei o direito do oprimido, fazei justiça para o órfão, defendei a causa da viúva.

Depois, vinde, podemos discutir, – diz o Senhor. Se vossos pecados forem vermelhos como escarlate, ficarão brancos como a neve, se vermelhos como a púrpura, ficarão iguais à lã. Se quiserdes obedecer, continuareis comendo as coisas boas do país. Se não quiserdes, porém, e me irritardes, vós é que sereis comidos pela espada, – assim falou a boca do Senhor”. (Isaías 1, 10.16-20)

 

Reflexão na Perspectiva do Processo Sinodal Amazônico

Deus fala conosco todos os dias, Ele se comunica com a humanidade na tentativa de que possamos descobrir sua proposta de vida e, assim, encontrar o caminho que nos permita construir um mundo melhor para todos e todas. No entanto, nem todos escutam essa mensagem, o mal toma conta dos corações daqueles que, movidos por um excessivo egoísmo, não hesitam em dar as costas a Deus e tudo o que Ele criou.

Mas Deus sempre nos dá a oportunidade de nos convertermos, de deixar pra trás o maior dos pecados. Para isso, é necessário escutar sua proposta, da qual ninguém está excluído. Na Amazônia, Deus fala conosco por meio dos povos, uma voz profética que nos alerta contra o perigo de destruição, a mesma voz que em Sodoma e Gomorra acabou com um projeto de sociedade que não queria olhar mais além e entender as consequências de uma vida que pensa apenas em satisfazer as próprias necessidades, sem preocupar-se com o sofrimento dos pobres e da Mãe Terra.

 

Contemplação

Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e no serviço à Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que vivemos. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito lhe provoca como uma preparação interna para assimilar melhor o processo sinodal.

 

Meditação Final (Documento Final - Sínodo Amazônico, 22)

“Parece não ser possível, para uma pessoa, aceitar que a realidade lhe assinale limites; (...) não pensemos só na possibilidade de terríveis fenômenos climáticos ou de grandes desastres naturais, mas também nas catástrofes resultantes de crises sociais, porque a obsessão por um estilo de vida consumista, sobretudo, quando poucos têm possibilidades de o manter, só poderá provocar violência e destruição recíproca” (LS, n. 204).

 

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