Querida Amazônia: 40 dias navegando rumo à conversão - 20º Dia

As vozes do território são as que melhor podem nos ajudar a encontrar os novos caminhos

Foto: Omer Bozkurt | Flickr CC

16 Março 2020

 

Dia 20 de Navegação - 16 de março - Segunda-feira da semana III

 

As vozes do território são as que melhor podem nos ajudar a encontrar os novos caminhos

 

Petição permanente para a conversão sinodal no início de cada dia

Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivimos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.

Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva. 

 

Fragmento de uma Leitura do Dia

(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios)

Jesus disse ao povo: “Em verdade, vos digo que nenhum profeta é aceito na sua própria terra. Ora, a verdade é esta que vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e uma grande fome atingiu toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado o profeta Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel, mas nenhum deles foi curado, senão Naamã, o sírio”.

Ao ouvirem estas palavras, na sinagoga, todos ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no para o alto do morro sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de empurrá-lo para o precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho. (Lc 4,24-30).

 

Reflexão na Perspectiva do Processo Sinodal Amazônico

Como é difícil reconhecermos que pessoas mais próximas de nós podem nos ajudar a reconhecer que não estamos trilhando o bom caminho, que estamos nos desviando do que Deus deseja de nós. As vozes simples, as vozes do território, são as que melhor podem nos ajudar a encontrar os novos caminhos que a Igreja e a sociedade necessitam. Às vezes, não gostamos deles, especialmente quando nos mostram nossos erros e colocam nossas opções em xeque. Não podemos negar que os profetas nos incomodam, principalmente quando são pessoas próximas a nós.

Na Amazônia, a profecia dos sábios, dos idosos, nos dizem que é necessário seguir caminhos alternativos. Embora alguns possam vê-los como profetas de calamidades, são eles que podemos dizer serem os melhores conhecedores da realidade, quem melhor pode nos ajudar a cuidar da Criação, não apenas na Amazônia, mas em todos os rincões do planeta.

Contemplação

Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e no serviço à Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que vivemos. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito lhe provoca como uma preparação interna para assimilar melhor o processo sinodal.

 

Meditação Final (Querida Amazônia, 11)

"Não é necessário repetir aqui as análises tão abrangentes e completas que foram apresentadas antes e durante o Sínodo. Mas lembremos ao menos uma das vozes que escutamos: “Estamos sendo afetados pelos madeireiros, criadores de gado e outros terceiros. Ameaçados por agentes econômicos que implementam um modelo alheio em nossos territórios. As empresas madeireiras entram no território para explorar a floresta, nós cuidamos da floresta para nossos filhos, dispomos de carne, pesca, remédios vegetais, árvores frutíferas (...). A construção de hidroelétricas e o projeto de hidrovias têm impacto sobre o rio e sobre os territórios (...). Somos uma região de territórios roubados”.

 

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