Querida Amazônia: 40 dias navegando rumo à conversão - 35º Dia

Fomos mordidos pela serpente do “ter”

Foto: Greenpeace Brasil

31 Março 2020

 

Dia 35 de Navegação - 31 de março (Terça-feira da semana V)

 

Fomos mordidos pela serpente do “ter”

 

Petição permanente para a conversão sinodal no início de cada dia

Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivimos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.

Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva.

 

Fragmento de uma Leitura do Dia

(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios)

Os israelitas partiram do monte Hor, pelo caminho que leva ao mar Vermelho, para contornarem a terra de Edom. Durante a viagem o povo começou a impacientar-se e se pôs a protestar contra Deus e contra Moisés, dizendo: “Por que nos fizestes sair do Egito? Para morrermos no deserto? Não há comida nem água, e já estamos com nojo desse alimento miserável”.

Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas que os picavam, e muita gente de Israel morreu. O povo dirigiu-se a Moisés e disse: “Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes”. Moisés intercedeu pelo povo, e o Senhor lhe respondeu: “Faze uma serpente venenosa e coloca-a sobre uma haste. Aquele que for mordido, mas olhar para ela ficará com vida”.

Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a sobre um poste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, ficava curado (Números 21,4-7).

 

Reflexão na Perspectiva do Processo Sinodal Amazônico

Não valorizar o que temos sempre foi um dos pecados da humanidade, nos levando a murmurar contra Aquele que cuida de nós, que nos protege, que nos dá vida. A liberdade é um bem precioso, por isso nunca podemos ser nostálgicos pelo que nos escraviza. Encher a barriga não deve ser a única aspiração de ninguém se isso nos faz perder o que é mais importante.

Fomos mordidos pela serpente do “ter", que sempre nos levará a querer ter mais, a nunca se conformar com o que temos, nem como indivíduos nem como sociedade. Mas a vida, de tempos em tempos, nos ensina a parar, a descobrir o que realmente importa para nós, a experimentar a necessidade de nos colocarmos diante do espelho, a encarar a realidade e decidir qual caminho queremos seguir. Ainda podemos ser curados, ainda podemos buscar a Deus para nos ajudar a superar os efeitos desse veneno que temos por dentro e que não nos permite descobrir a essência do nosso ser.

 

Contemplação

Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e no serviço à Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que vivemos. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito lhe provoca como uma preparação interna para assimilar melhor o processo sinodal.

 

Meditação Final (Querida Amazônia, 59)

De fato, “quanto mais vazio está o coração da pessoa, tanto mais necessita de objetos para comprar, possuir e consumir. Em tal contexto, parece não ser possível, para uma pessoa, aceitar que a realidade lhe assinale limites; (...) não pensemos só na possibilidade de terríveis fenômenos climáticos ou de grandes desastres naturais, mas também nas catástrofes resultantes de crises sociais, porque a obsessão por um estilo de vida consumista, sobretudo, quando poucos têm possibilidades de o manter, só poderá provocar violência e destruição recíproca” (LS, n. 204).

 

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