Chile. Três vítimas de Karadima vão se encontrar com o Papa no final de abril

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16 Abril 2018

Até o final deste mês devem chegar ao Vaticano, provavelmente no dia 28 ou 29 de abril, Juan Carlos Cruz, James Hamilton e José Andrés Murillo, três das vítimas abusadas sexualmente pelo poderoso padre Fernando Karadima. A notícia foi divulgada pela imprensa chilena.

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 14-04-2018. A tradução é de André Langer.

O próprio Pontífice indicou sua disposição de reunir-se com algumas das vítimas na histórica carta que escreveu aos bispos chilenos, divulgada na quarta-feira, 11 de abril de 2018, na qual Francisco admite ter incorrido em “sérios erros” de avaliação dos abusos cometidos por religiosos no Chile porque foi mal informado. Bergoglio, que recebeu o relatório de 2.300 páginas escrito por seu enviado especial, o arcebispo Charles Scicluna, pôde, finalmente, dar-se conta da situação real e, por essa razão, convocou para uma reunião no Vaticano todo o episcopado chileno.

Hamilton, Cruz e Murillo criticaram o cardeal Francisco Javier Errázuriz, arcebispo emérito de Santiago do Chile e membro do C9 dos cardeais conselheiros do Papa. Errázuriz, há dois dias, disse que não tinha repassado informações falsas ao Papa e assegurou que não era trabalho seu informá-lo. Errázuriz também agradeceu às vítimas por terem “quebrado o silêncio”.

De acordo com Cruz, o cardeal “tenta passar a imagem de que nos apoiou”, mas, na opinião das vítimas, “nunca o fez”. Murillo, com um tuite, comentou desta maneira as declarações do arcebispo emérito de Santiago: “Em vez de assumir que erraram, que traíram seu papel e a nossa confiança, os bispos do Chile tentam se esquivar das balas acusando-se mutuamente. Triste espetáculo” – José Andrés Murillo (@JosAndrsMurillo), 13 de abril de 2018.

Hamilton faz referência a uma carta que Errázuriz enviou um mês antes aos respectivos presidentes das Conferências Episcopais Latino-americanas, na qual culpava por alguns problemas durante a visita do Papa ao Chile o ‘protagonismo’ do bispo Juan Barros, um dos pupilos de Karadima, e as declarações das vítimas sobre o tema dos abusos: “Este senhor disse que não é responsável para informar, mas lendo carta que enviou aos bispos da América Latina, parece que está chamado à desinformação”.

De fato, as declarações do cardeal chileno, que parecia recusar qualquer responsabilidade diante do fato de que o Papa não dispunha de informações adequadas, soam a falta de memória. Não é a atitude que Francisco pediu em sua carta, com a qual pediu a toda a Igreja chilena que se colocasse em “estado de oração”.

Pelo contrário, a mensagem do Papa foi plenamente acolhida pelos bispos do Chile, que, em um comunicado emitido no final de sua assembleia geral, escreveram:

“Acolhemos com fé e obediência filial” a carta de Francisco. “Juntamente com o Papa, sentimos dor e vergonha porque, apesar dos esforços realizados ao longo destes anos, não conseguimos sanar as feridas dos abusos nos corações de muitas vítimas e continuam a ser uma ‘chaga’ aberta no coração da Igreja no Chile”.

“Recebemos a carta do Papa – continua o texto do episcopado chileno – como um convite para assumir com magnanimidade e humildade este desafio. Para iniciar este caminho, colocamo-nos, como Igreja, em estado de oração, escuta, discernimento e disponibilidade para renovar a comunhão eclesial. Queremos responsabilizar-nos pelos erros que cometemos e corrigi-los, de forma que a Igreja seja, cada vez mais, um ambiente saudável e seguro para crianças, adolescentes e jovens”.

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