Chile. Dom Scicluna ouve vítimas e testemunhas. Acusações contra cardeais Ezzati e Errázuriz tornam-se cada vez mais fortes

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22 Fevereiro 2018

Das duas pessoas vítimas dos abusos de Fernando Karadima, ouvidas nessa terça-feira, 20, por Dom Charles Scicluna – enviado do papa ao Chile para coletas novas informações sobre o caso que envolve o bispo de Osorno, Dom Juan Barros, acusado de acobertar as condutas repugnantes de seu mentor espiritual, Pe. Fernando Karadima –, apenas James Hamilton, cirurgião gastroenterologista, falou durante uma coletiva de imprensa que durou dez minutos, durante os quais fez revelações e acusações muito sérias.

A reportagem foi publicada por Il Sismografo, 21-02-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A outra vítima, José Andrés Murillo, o primeiro a tornar públicas as acusações contra o Pe. Karadima, guia espiritual da “Pia União do Sagrado Coração”, preferiu não falar com os jornalistas.

Entre os testemunhos, ainda falta o de Fernando Battle, uma quarta vítima dos abusos de Karadima que, depois de uma primeira fase de denúncias feitas junto com as outras três testemunhas, tomou a decisão de continuar sua luta a partir de uma posição isolada e não pública.

Battle nunca retirou suas acusações contra Karadima, Barros e os cardeais Ezzati e Errázuriz, que nunca o receberam, assim como nunca responderam a nenhum de seus e-mails.

Essa terça-feira, portanto, teve apenas um protagonista determinado, irritado e convicto, James Hamilton, que dirigiu suas críticas aos cardeais Ricardo Ezzati, salesiano, atual arcebispo de Santiago (em regime de prorrogação), e Francisco Javier Errázuriz (Schönstatt), emérito da capital, membro do Conselho dos nove cardeais.

De acordo com o que Hamilton reiterou, na opinião dele – mas também de Murillo e de Juan Carlos Cruz, que já se encontrou com Dom Scicluna em Nova York no último sábado, 17 – “são eles os dois grandes manobristas que, desde o início, tentaram, com todos os meios, esconder os maus feitos de Karadima”.

Concretamente, Hamilton disse o seguinte sobre o envio de Dom Scicluna por parte do Vaticano ao Chile: “É um sinal da desinformação, de não ouvir aqueles que ele realmente deveria ouvir. É outro elemento a mais de como Ezzati e Errázuriz dizem o que querem. São dois vis delinquentes capazes até de enganar o papa”.

James Hamilton, criador da “Fundação para a Confiança”, também declarou, ao término do encontro com o arcebispo de La Valletta, que, na realidade, para ele “é indiferente onde e como vai acabar a investigação em curso. Posso dizer que a reunião com o enviado do papa – acrescentou – é um espaço para a escuta, e não tenho dúvidas de que os relatórios conclusivos serão verdadeiros e adequados (...) é importante, porém, que a Igreja não seja mais no país o império que sempre foi. A Igreja aqui não se preocupa com os abusos, assim como o papa e alguns cardeais, até porque muitos deles estão envolvidos nesses casos. Queremos que os crimes de pederastia não prescrevam e que as nossas crianças sejam protegidas”, concluiu Hamilton, falando com os jornalistas.

Nessa quarta-feira, 21, Dom Scicluna ouvirá outras pessoas sempre na casa das Pontifícias Obras Missionárias, e não na sede da nunciatura, como dissera inicialmente o porta-voz do episcopado chileno.

Entre aqueles que estão na agenda do prelado, muito reservada e bem guardada, está a delegação de leigos da diocese de Osorno, liderada pelo bispo Barros.

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