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O desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, na cidade de São Paulo, escancarou a realidade do déficit habitacional no Brasil. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE mostram que só na capital paulista há um déficit habitacional de 358 mil moradias, ou seja, aproximadamente 1,2 milhão de pessoas vivem de forma precária na cidade de São Paulo. No Brasil, mais de seis milhões de famílias ou 20 milhões de pessoas precisam de moradia.

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, acessou dados da Fundação João Pinheiro - FJP para analisar as realidades habitacionais contidas nos dados do Censo Demográfico 2010 do IBGE na Região do Vale do Sinos.

Em 2010, o déficit habitacional no Rio Grande do Sul era de 170.531 domicílios. A Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA possuía um déficit de 73.706 moradias, o que representa 43,2% do déficit do estado. No Vale do Sinos, que compõe 14 municípios, o déficit habitacional chegou a 23.338 moradias, representando 31,7% da RMPA e 13,7% do estado.

InfográficoDéficit habitacional urbano para domicílios com rendimentos de até 3 salários mínimos no Vale do Sinos (2010)

A partir das informações expostas no gráfico acima, é possível identificar que os municípios como Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo, com população acima de 200 mil habitantes, aparecem nas primeiras posições do déficit absoluto urbano. Já os municípios de Araricá e Portão tiveram o menor déficit habitacional do Vale do Sinos. Ao analisar o déficit habitacional em relação à população, percebemos que São Leopoldo fica na frente, seguido de Sapucaia do Sul e Canoas. O município de Dois Irmãos apresentou o menor percentual em relação à sua população.

InfográficoDéficit habitacional urbano absoluto em relação à população do Vale do Sinos (2010)

A Fundação João Pinheiro - FJP considera o déficit habitacional como a soma de quatro componentes: domicílios precários, coabitação familiar, ônus excessivo com aluguel urbano e adensamento excessivo de domicílios alugados.

Os domicílios precários incluem no seu cálculo dois subcomponentes: os domicílios rústicos e os improvisados. Os domicílios rústicos são aqueles sem paredes de alvenaria ou madeira aparelhada. As condições de insalubridade desse tipo de domicílio podem trazer desconforto e risco de contaminação de doenças. Já os domicílios improvisados referem-se aos locais e imóveis sem fins residenciais e lugares que servem como moradia alternativa, o que indica a carência de novas unidades domiciliares. 

A coabitação familiar também é composta por outros dois subcomponentes: os cômodos e as famílias secundárias. Os cômodos são domicílios particulares compostos por um ou mais aposentos localizados em casa, cortiço e outros locais. Já o segundo subcomponente da coabitação familiar diz respeito às famílias secundárias que dividem a moradia com uma família principal e desejam constituir um novo domicílio. 

O ônus excessivo refere-se ao número de famílias com renda de até três salários mínimos que moram em casa ou apartamento e que destinam 30% ou mais da sua renda para aluguel urbano. 

O quarto e último componente do déficit habitacional urbano, o adensamento excessivo com aluguel, corresponde aos domicílios alugados com um número médio superior a três moradores por dormitório.

O ônus excessivo com aluguel representava, em 2010, 60% do déficit habitacional do Vale do Sinos. Os domicílios precários foram o segundo maior: correspondiam a 26%, o que representava 86% do déficit da região. O município de Ivoti apresentava o maior percentual de ônus excessivo com aluguel (86%) no Vale do Sinos e o segundo da RMPA. O maior percentual de domicílios precários foi em Nova Santa Rita (59%). 

InfográficoDéficit habitacional urbano absoluto por componentes para faixas de até 3 salários mínimos no Vale do Sinos (2010)

Veja os dados completos aqui.

A habitação é um direito firmado à população e que se expande para além, visto que agrega outras potencialidades que uma moradia deve propiciar. Os dados da realidade da habitação revelam direitos e políticas garantidos e, ao mesmo tempo, necessidades humanas e desigualdades sociais, econômicas e políticas, que têm relação direta com as realidades e políticas ambientais, de infraestrutura, de saúde, do trabalho, da assistência social, entre outras.

22/10/2018 (segunda-feira)

  • 13h - Acolhimento e inscrição 
  • 13h30min - Apresentação de trabalhos
  • 16h - Intervalo 
  • 16h30min - Exposição digital das experiências dos Observatórios sobre dados e informações
  • 17h - Debates 
  • 18h - Lançamento das produções dos Observatórios 
  • 19h - Intervalo 
  • 19h30min - Desigualdades, democracia e políticas públicas no cenário brasileiro contemporâneo. O que não podemos deixar de fazer? 
  • Prof. Dr. Paulo de Martino Jannuzzi - IBGE
  • 22h - Encerramento

23/10/2018 (terça-feira)

  • 8h30min - Painel: Observatórios: sistematização, publicização e impacto dos dados e informação 
  • 9h30min - Debate
  • 10h - Intervalo
  • 10h30min - Painel: Dados e informação: desafios para o Brasil contemporâneo
  • Painelista: Prof. Dr. Paulo de Martino Jannuzzi - IBGE
  • 12h30min - Intervalo
  • 14h - Roda de conversa dos Observatórios
  • 16h - Intervalo
  • 16h30min - Sistematização e encaminhamentos
  • 18h - Encerramento

Apresentação

O VIII Seminário Observatórios: democracia, desigualdades e políticas públicas dá sequência à tematização de interesse de um coletivo de Observatórios com atuação no campo social comprometido com a organização e democratização das informações, assim como com a afirmação de políticas públicas no contexto da sociedade contemporânea. O evento dá continuidade aos sete Seminários anteriores, que objetivaram promover o estudo e o debate sobre o papel dos Observatórios, suas metodologias e impactos. Este espaço de debate, formação e articulação apontou, desde 2013, a constituição da Rede de Observatórios Sociais (http://www.ihu.unisinos.br/observasinos/rede-de-observatorios/), que assumiu a realização deste evento. Além do Seminário de Observatórios, a Rede vem implementando um conjunto de outras ações que apontam para o fortalecimento dos observatórios sociais como ferramentas estratégicas de afirmação da democratização do Estado e da sociedade brasileira.

O Seminário Observatórios em sua oitava edição propõe a tematização sobre desigualdades, democracia e políticas públicas. Este evento e temática foram definidos pela Rede de Observatórios com atuação no campo social comprometidos com a organização e democratização das informações, assim como com a afirmação e controle social de políticas públicas no contexto da sociedade brasileira. O evento de 2018 pretende promover a análise transdisciplinar dos cenários contemporâneos marcados pelas desigualdades, em vista da análise e afirmação da democracia e das políticas públicas na contemporaneidade.

Edital

Confira o edital de apresentação de trabalhos

Objetivo Geral

• Analisar transdisciplinarmente os cenários das desigualdades, da democracia e das políticas públicas, apontando perspectivas para o protagonismo dos Observatórios no cenário brasileiro contemporâneo.

Objetivos Específicos

• Reunir, analisar e articular experiências dos observatórios e de outros agentes com atuação nos cenários das desigualdades, políticas públicas e democracia na sociedade brasileira;

• Promover o debate sobre o acesso, a sistematização e a difusão da informação pelos observatórios e o seu impacto nas políticas públicas;

• Caracterizar, problematizar e potencializar a atuação dos Observatórios e da Rede de Observatórios em meio às relações com os diferentes agentes implicados na afirmação da democracia e das políticas públicas.

Carga horária: 15 horas

Inscreva-se aqui

Apoio

  • Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sustentabilidade - UERGS 
  • Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - Unisinos
  • Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional - UFRGS 
  • Programa de Pós-Graduação em Economia - Unisinos
  • Centro de Cidadania e Ação Social - CCIAS Unisinos
  • Curso de Graduação em Serviço Social - Unisinos
  • Núcleo de Estudos em Saúde Pública - UnB

Promoção

  • Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos 
  • Instituto Humanitas Unisinos - IHU 
  • Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos 
  • Observatório da Educação - Unisinos 
  • Observatório Juvenil do Vale - Unisinos
  • Observatório das Políticas de Saúde para as Populações do Campo, Floresta e Águas - UnB 
  • Observatório Brasileiro de Hábitos Alimentares - Fundação Oswaldo Cruz
  • Observatório da Cidade de Porto Alegre - Prefeitura Municipal de Porto Alegre 
  • Observatório Cultural - Unilasalle
  • Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas - Unilasalle
  • Núcleo de Estudos e Pesquisas em Segurança Alimentar e Nutricional - UFRGS
  • Observatório da Cultura de Porto Alegre - Prefeitura Municipal de Porto Alegre 
  • Observatório de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida - Jesuítas Brasil 
  • Observatório da Governança das Águas
  • Observatório de Segurança Pública de Canoas - Prefeitura Municipal de Canoas 
  • Observatório Social de São Leopoldo
  • Observatório de Segurança de São Leopoldo - Prefeitura Municipal de São Leopoldo 
  • Observatório das Metrópoles
  • Observatório de Políticas e Ambiente - UERGS 
  • Observatório das Juventudes do Paraná - PUCPR 
  • Fundação de Economia e Estatística - FEE 
  • Sindicato dos Sociólogos do Rio Grande do Sul

Ao longo do mês de maio de 2018, o Observatório das realidades e políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos lançará a primeira parte de uma série histórica sobre o mercado de trabalho da região. A publicação terá o nome de “Especial do Trabalho Vale do Sinos” e será exposta no formato especial de reportagem do IHU. O recorte temporal escolhido se deu entre os anos de 2003 e 2016, período de grande movimentação e transição econômica, política e social no Brasil.

O programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU fará a sistematização e análise da movimentação do trabalho e dos trabalhadores durante esses 13 anos a partir da base de dados da Relação Anual de Informações Sociais - Rais e do Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados – Caged, produzidos pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social. A série de estudos será publicada semanalmente e abordará quatro grandes temas voltados para o mercado de trabalho: gênero e geração; ocupação, escolaridade e renda; perfil dos estabelecimentos; saúde do trabalhador e Pessoas com Deficiência - PCDs.

Ao final também será publicada a última sistematização com o cruzamento dos dados de todas as análises, para compreender a movimentação ao longo dos anos explorados. Esta publicação especial do ObservaSinos também será um subsídio para o debate histórico desta realidade com o intuito de compor as reflexões realizadas no Ciclo de Palestras: Trajetórias da Política Econômica Brasileira 2003-2017.

Conforme o evento do IHU verifica-se que no período de 2003-2017 a trajetória macroeconômica brasileira teve um período de crescimento considerável do PIB, sucedido por uma desaceleração e crise econômica. Mais informações e inscrições por meio do site do Instituto.

 

 

O mercado formal de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA criou 3.850 postos de trabalho no mês de fevereiro. Um aumento no número de trabalhadores e trabalhadoras mais expressivo que os 2.744 postos criados em janeiro. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - Caged.

O Observatório das realidades e políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, acompanha a questão do trabalho na Região do Vale do Sinos e Região Metropolitana de Porto Alegre e mensalmente publica notas abrangendo as movimentações do mercado formal de trabalho.

Dos 31 municípios da RMPA, apenas cinco tiveram saldo negativo na criação de postos de trabalho. São eles: Nova Santa Rita (-51), Eldorado do Sul (-26), Novo Hamburgo (-7), Parobé (-6) e Cachoeirinha (-2). Os demais municípios apresentaram saldos positivos na região, em destaque: Porto Alegre (676), Gravataí (409), Esteio (318), Montenegro (312) e Sapiranga (241).

Os setores que tiveram saldo positivo foram a indústria de transformação (2.300), o setor de serviços (1.599), construção civil (628), administração pública (53) e serviços industriais de utilidade pública (15). O setor que obteve o pior desempenho no mês de fevereiro foi o comércio (-746).

InfográficoSaldo entre admitidos e desligados por setor na RMPA em fevereiro de 2018 

A Região Metropolitana de Porto Alegre representou 38,64% dos admitidos no mês de fevereiro no Rio Grande do Sul; o município de Porto Alegre representou 17,26%.

Sobre o grau de instrução dos trabalhadores e trabalhadoras: 0,15% são analfabetos, 1,54% têm até 5º incompleto, 1,50% têm 5º fundamental completo, 8,40% têm 6º a 9º fundamental, 12,10% têm até o fundamental completo, 12% têm ensino médio incompleto, 48,40% têm ensino médio completo, 5,42% têm superior incompleto e 10,50% têm superior completo.

InfográficoGrau de instrução dos trabalhadores admitidos em fevereiro de 2018 na RMPA

desigualdade entre os sexos no mercado de trabalho da RMPA na questão renda apresentou uma melhora para as mulheres em relação ao mês anterior. Na faixa salarial de 4,01 a 5,0 salários mínimos as mulheres são maioria das contratadas neste mês, ainda assim nas demais faixas salariais acima de 1,01 salário mínimo continuam sendo minoria perante os homens.

Infográfico: Percentual de homens e mulheres em cada faixa salarial entre os admitidos em fev/18 na RMPA

Os jovens representaram 49,08% dos trabalhadores e trabalhadoras admitidos no mês de fevereiro na RMPA, divididos em faixas: até 17 anos (5,29%), de 18 a 24 anos (26,73%), de 25 a 29 anos (17,06%).

InfográficoQuantidade de admitidos em fev/18 na RMPA de acordo com faixa etária

Analisando os jovens e sua inserção nos setores da economia: 51,59% dos trabalhadores e trabalhadoras de até 17 anos que foram contratados em fevereiro estão no setor da indústria de transformação e 45,86% estão no comércio e serviços.

As ocupações em que há mais jovens de até 17 anos inseridos são Auxiliar de Escritório, em Geral (29,25%); Mecânico de Manutenção de Máquinas, em Geral (11,33%); Trabalhador Polivalente da Confecção de Calçados (11,24%); Assistente Administrativo (8,88%); Embalador, a Mão (8,35%).

Na faixa dos 18 aos 24 anos, 70,43% dos trabalhadores e trabalhadoras admitidos em fevereiro estão inseridos no setor do comércio e dos serviços e apenas 23,07% estão inseridos na indústria de transformação.

As ocupações em que há mais jovens de 18 a 24 anos são: Vendedor de Comércio Varejista (7,13%); Auxiliar de Escritório, em Geral (6,39%); Operador de caixa (5,25%); Alimentador de Linha de Produção (4,83%) e Trabalhador Polivalente da Confecção de Calçados (4,12%)

Dos trabalhadores e trabalhadoras de 25 a 29 anos, 71,49% foram contratados no comércio e serviços enquanto apenas 18% foram contratados no setor da indústria de transformação.

As ocupações em que há mais jovens de 25 a 29 anos são: Vendedor de Comércio Varejista (5,94%), Faxineiro (4,88%), Auxiliar de Escritório, em Geral (3,50%), Alimentador de Linha de Produção (3,29%) e Assistente Administrativo (2,14%).

No gráfico abaixo podemos notar que o trabalhador e a trabalhadora mais jovem está se colocando na indústria enquanto o mais próximo dos 30 anos está predominantemente no setor de serviços.

InfográficoPercentual de jovens admitidos nos setores de serviços e indústria da transformação por faixa etária

 

Com o objetivo de promover o acesso à informação e formação acerca da estatística e sua aplicabilidade técnica e política, especialmente para sistematização e análise de dados, o Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, realizou a oficina de Estatística Básica, no dia 28 de março.

A atividade foi ministrada pelo professor de Estatística da Unisinos Renato Luiz Romera Carlson. O professor dará continuidade à temática com a oficina de Estatística Avançada, que ocorrerá no dia 29 de maio, e trará informações aprimoradas em relação ao primeiro evento, que pode ser conferido na íntegra através do canal no Youtube do IHU.

Desde suas origens, o ObservaSinos constituiu suas oficinas com o intuito de realizar a capacitação dos seus colaboradores. Isto foi pensado na perspectiva de facilitar o trabalho durante a sistematização, análise e publicização dos dados das realidades do Vale do Sinos e Região Metropolitana de Porto Alegre. Também é política do Observatório abrir suas atividades para a comunidade com a intenção de democratizar a informação e incentivar o acesso às bases de dados públicas, no intuito de potencializar o controle social também para a população em geral.

Renato iniciou a oficina discutindo a presença da estatística na vida cotidiana: “Certamente a estatística está presente no nosso dia a dia das mais diversas formas. Basta querermos estar dispostos a ler as informações”, revela.

Durante a oficina, o professor apresentou a estatística em três perspectivas: descritiva, inferencial e aplicada. De acordo com ele, a primeira utiliza recursos estatísticos e ferramentas para descrever determinadas situações. A segunda tem seu princípio em usar a estatística para estudar determinado cenário da parte menor (mais localizada) para depois avaliar o geral. Já a estatística aplicada é a junção das duas anteriores com a leitura das diferentes áreas de conhecimento. “A estatística só avança e se torna uma ciência em evolução porque ela está em contato com outras áreas. Sempre digo que um requisito para ser estatístico é ter a habilidade de conversar com quase todas áreas de conhecimento”, aponta.

A oficina teve participação de um público de áreas diversificadas, desde alunos de estatística a profissionais da área de economia, pedagogia e arquitetura, por exemplo. Também estiveram participando do evento representantes do Observatório da Cidade de Porto Alegre - ObservaPOA e Observatório de Segurança de São Leopoldo, ambos parceiros do ObservaSinos e pertencentes à Rede de Observatórios.

Para a coordenadora do ObservaPOA, Liane Bayard, o espaço da atividade é importante para fortalecer o trabalho dos observatórios, servindo como um espaço de troca de informações. “Não é de agora que nós temos esses momentos de encontro entre as pessoas que trabalham em Observatório, para olhar um pouco mais conceitos. É um momento de troca”, destaca. 

Ela também ressalta a relevância da atividade para o trabalho do observatório. “Temos que rever se as nossas análises não cometeram gafes em termos estatísticos. O professor apontou lugares em que podemos ter diversos erros e isso pode causar uma distorção terrível e causar danos à população ou fragilizar o uso potencial de recurso por causa de uma interpretação errada”, afirma.

O Observatório de Segurança de São Leopoldo também participou da atividade com o diretor do Observatório, Cleber Ávila, e o secretário de Segurança Pública de São Leopoldo, Carlos Sant'Ana. Para o secretário, o evento colabora com as ideias da pasta. “Um dos eixos estratégicos da gestão da Secretaria de Segurança Pública Municipal é a gestão do conhecimento, que exige conhecermos a realidade da Segurança Pública, da violência e da criminalidade de São Leopoldo e para isso precisamos de dados qualificados. Esses dados acabam proporcionando diagnósticos precisos da realidade, possibilitando fazer um planejamento das nossas ações”, revela.

De acordo com Sant’Ana, existe uma dificuldade em trabalhar com os dados de São Leopoldo devido à disparidade dos dados produzidos pelas diferentes polícias, pela própria Secretaria e pelo Departamento de Informática do SUS - Datasus. “Não podemos trabalhar de forma amadora, no achismo. Por isso nós reativamos o Observatório e é fundamental extrairmos informações e conhecimento, para não errarmos na constituição dessas ferramentas de controle social.”

No dia 29 de maio o ObservaSinos promoverá a oficina de Estatística Avançada, dando continuidade ao trabalho realizado com o professor Renato Luiz Romera Carlson. Mais informações e inscrições através do site do Observatório.

O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, publica a Carta do Mercado de Trabalho, dos meses de janeiro e fevereiro de 2018, que é produzida pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas. A Carta mostra o movimento do trabalho no Brasil, no Rio Grande do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre e no município de Canoas.

A carta apresenta os dados do mercado de trabalho formal no Brasil, no estado do Rio Grande do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre e no município de Canoas, e tem como fonte os registros administrativos do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego - CAGED disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE.

Os setores econômicos são aqueles definidos pelo IBGE e o conceito de admitidos engloba o início de vínculo empregatício por motivo de primeiro emprego, reemprego início de contrato por prazo determinado, reintegração ou transferência. A noção de desligados indica o fim do vínculo empregatício por motivo de dispensa com justa causa, dispensa sem justa causa, dispensa espontânea, fim de contato por prazo determinado, término de contrato, aposentadoria, morte, ou transferência.

A diferença entre os admitidos e desligados é o saldo, que sendo positivo indica a criação de novos postos de trabalho e quando negativo indica a extinção de postos de trabalho. Estas definições e conceitos são definidos pelo MTE e são aplicados na Carta do Mercado de Trabalho.

Janeiro

O mercado de trabalho formal brasileiro registrou, entre admissões e demissões, saldo positivo no mês de janeiro de 2018, com 77.822 postos de trabalho com carteira assinada o que representa um acréscimo de 0,21% sobre o estoque de empregos do mês anterior. O setor da Indústria de Transformação (49.500) foi o que mais abriu postos de trabalho. Já o Comércio (48.747) foi o setor que mais fechou postos de trabalho. No ano foram abertos 77.822 postos de trabalho com carteira assinada.

Clique aqui para conferir a Carta do Mercado de Trabalho de janeiro completa.

Fevereiro

O mercado de trabalho formal rio-grandense no mês de fevereiro registrou saldo positivo, resultado entre as admissões e demissões de 13.024 postos de trabalho, o que representa um acréscimo de 0,51% sobre o estoque de empregos do mês anterior. O setor da Indústria de Transformação (9.836) foi o que mais ampliou vagas no mercado formal de trabalho, ao mesmo tempo em que o Comércio (2.456) foi o que mais encerrou. Neste ano no estado do Rio Grande do Sul foram criadas 30.910 vagas com carteira assinada.

Clique aqui para conferir a Carta do Mercado de Trabalho de fevereiro completa.

O mercado formal de trabalho na Região do Vale do Rio dos Sinos registrou criação de postos de trabalho no mês de fevereiro, com saldo de 1.680 postos criados. No mês de janeiro foram criados 1.765 postos de trabalho, ou seja, o mercado de trabalho se manteve estável no Vale do Sinos. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, e são divulgados através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - Caged.

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, monitora a questão do trabalho mensalmente e publica análises sobre o mercado de trabalho na Região do Vale do Rio dos Sinos e Região Metropolitana de Porto Alegre.

Apenas dois municípios do Vale do Sinos fecharam postos de trabalho no mês de fevereiro, Nova Santa Rita (-51) e Novo Hamburgo (-7). Os demais municípios apresentaram criação de postos de trabalho, destacando-se Esteio (318), Sapiranga (241) e Dois Irmãos (215).

InfográficoSaldo por município entre admitidos e desligados em fevereiro de 2018 no Vale dos Sinos

O setor que mais contribuiu para o resultado positivo do mês de fevereiro foi a indústria da transformação, que criou 1.736 postos de trabalho, seguido pelo setor de serviços (157), construção civil (86) e serviços industriais de utilidade pública (10). Os demais setores registraram fechamento de postos de trabalho, destacando-se o comércio (-271).

Os trabalhadores admitidos no mês de fevereiro, em sua maioria, têm grau de instrução até o Ensino Médio completo (87,81%), 5,18% têm Ensino Superior incompleto e 7,01% têm Ensino Superior completo.

InfográficoGrau de instrução dos trabalhadores admitidos em Fevereiro de 2018 no Vale do Sinos

Na tabela abaixo estão dispostas as médias salariais dos trabalhadores admitidos em fevereiro na região. Ao analisar a tabela fica claro que as remunerações dos trabalhadores são aproximadamente iguais independentemente de seu grau de instrução. Não há um incremento significativo na renda conforme o trabalhador aumenta seu grau de instrução até que complete o ensino superior.



Arte: João Pedro

As mulheres no Vale do Sinos receberam em média R$ 189,61 a menos que os homens, equivalente a 87,25% do salário masculino em média, mantendo o mesmo patamar de desigualdade registrado nas contratações dos meses anteriores.



Arte: João Pedro

Na função de vendedor de comércio varejista, as mulheres receberam em média R$ 329,33 a menos que os homens, sendo que elas são maioria das contratadas em fevereiro nesta função. A mesma situação é observada na ocupação de faxineiro, em que as mulheres foram maioria dos contratados neste período e tiveram salário médio menor que os homens em R$ 101,38.

Ainda na perspectiva das desigualdades de gênero no mundo do trabalho, as mulheres se mantêm como maioria dos trabalhadores admitidos no mês de fevereiro nas faixas salariais mais baixas, e os homens, maioria nas faixas salariais acima de 1,5 salário mínimo.

O Rio Grande do Sul registrou, ao longo de 2017, 62.974 casos de violência contra as mulheres. O número de casos registrados é 14,5% menor, quando comparado com o ano de 2012, início da série histórica registrada pela Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul. O Vale do Sinos foi responsável por 12,1% dos casos de violência contra as mulheres do estado no ano de 2017. O número de casos na região é 23,6% menor do que o registrado no ano de 2012. 

InfográficoEvolução da violência contra as mulheres no Rio Grande do Sul

No mês do Dia Internacional da Mulher, o Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, analisou os dados de violência contra as mulheres no Vale do Sinos.

Eis o texto.

As estatísticas mostram que o combate à violência contra as mulheres precisa avançar muito, mesmo após quase doze anos de promulgação da Lei Maria da Penha. As ameaças sofridas somaram 60,3% dos casos no Rio Grande do Sul. As denúncias contra esse tipo de violência, embora representando mais da metade dos casos, acabaram reduzindo em 15,6%, assim como as lesões corporais, que diminuíram 15,3%. Os casos de estupro aumentaram 14,2% entre os anos de 2012 e 2017. O feminicídio consumado, que é o crime de ódio baseado no gênero, diminuiu 17,8% no estado. Apesar da diminuição do feminicídio consumado, o feminicídio tentado aumentou 41,5% no Rio Grande do Sul.

InfográficoTipos de violência contra as mulheres no Rio Grande do Sul

A cientista social e diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública - FBSP, Samira Bueno, diz que é difícil afirmar se houve realmente uma redução de violência contra as mulheres, já que a subnotificação é extremamente elevada no país, principalmente nos casos de estupro. “É o crime que apresenta a maior taxa de subnotificação no mundo. Então é difícil avaliar se houve de fato uma redução da incidência”, declara Bueno.



Arte: João Conceição/Infogram

A socióloga Andreia Soares afirma que “é preciso encorajar as mulheres a reduzir a subnotificação dos casos de estupro. Esses números nos ajudam a fazer pressão e nos permitem argumentar em prol de políticas públicas para combater o problema”.

Soares ainda acrescenta: “O perfil das vítimas não muda e continua reproduzindo padrões culturais machistas. A maioria das mulheres vítimas de violência tem trabalho e renda e grau de instrução, o que derruba a ideia de que só a mulher da favela ou pobre é vítima de violência doméstica”.

A socióloga avalia que endurecer as penas não é, necessariamente, o melhor caminho: “Eu acredito que conscientizar é uma via mais rápida. Muitas dessas mulheres não entendem que tenham sofrido violência, por conta de uma educação que acostuma a esse tipo de hábito. É preciso colocar em debate se essas violações devem ser julgadas de uma forma mais dura. Deve partir da sociedade”.

InfográficoEvolução da violência contra as mulheres no Vale do Sinos

As ameaças sofridas somaram 62,5% dos casos de violência contra as mulheres no Vale do Sinos. As denúncias contra esse tipo de violência reduziram em 24,1% entre 2012 e 2017. As lesões corporais também reduziram em 25,9%. Apesar da diminuição das ameaças e das lesões corporais, os casos de feminicídio consumado aumentaram 90,5% e o feminicídio tentado aumentou 28%. Os estupros aumentaram 25,4% entre 2012 e 2017.

InfográficoTipos de violências contra a mulher no Vale do Sinos



Arte: João Conceição/Infogram

A maior taxa de ameaças contras as mulheres em 2017 aconteceu no município de Sapucaia do Sul (87,7%). Os maiores casos de lesões corporais aconteceram no município de Canoas (44,14%). A maior taxa de estupro foi em Araricá, de feminicídio consumado foi em Nova Hartz (1,1%) e de feminicídio tentado foi em Dois Irmãos (2,2%). As violências contra as mulheres não se resumem a apenas ameaça, lesão corporal, estupro ou feminicídio. As violências contra as mulheres também estão presentes no mercado de trabalho, na menor representação e no envolvimento da vida política.

Os dados por municípios gaúchos podem ser acessados aqui.

A Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA criou 2.774 vagas de emprego em janeiro, acompanhando os resultados do Brasil e do estado do Rio Grande do Sul, que criaram 77.822 e 17.769 vagas respectivamente. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, através do Caged - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acompanha a questão do trabalho e publica mensalmente notas contemplando os dados do Caged referentes à Região Metropolitana de Porto Alegre e à Região do Vale do Sinos.

Os setores que mais criaram postos de trabalho em janeiro foram a Indústria da transformação (2.539 postos de trabalho), a construção civil (737 postos de trabalho) e o setor de serviços (581 postos de trabalho). O setor com o pior desempenho foi o do comércio, que fechou 1.179 postos de trabalho na região.

InfográficoSaldo entre admitidos e desligados dos setores do mercado formal de trabalho na RMPA em Janeiro de 2018

O município de Porto Alegre apresentou saldo positivo de 99 postos de trabalho criados. As cidades que mais criaram postos foram Novo Hamburgo (399 postos), Parobé (367 postos) e Triunfo (346 postos), enquanto nove municípios fecharam postos de trabalho, destacando Charqueadas com menos 231 postos, Nova Santa Rita com menos 115 postos e Alvorada com menos 92 postos de trabalho.

InfográficoSaldo de admitidos e desligados do mercado formal de trabalho dos municípios da RMPA em janeiro de 2018

A Região Metropolitana de Porto Alegre representou 38,63% das admissões do Rio Grande do Sul e a Capital representou 18,12%. Sobre o grau de instrução dos trabalhadores: a grande maioria (51,73%) dos trabalhadores têm ensino médio completo, 13,30% têm fundamental completo, 11,06% estudaram até o 9º ano do fundamental, 5,53% têm superior incompleto, 8,17% têm ensino superior completo.

InfográficoGrau de instrução dos admitidos na RMPA em Janeiro de 2018

A tabela abaixo descreve a remuneração média dos trabalhadores admitidos em janeiro segundo seu grau de instrução. Pode-se notar que não há diferença expressiva nas remunerações médias dos trabalhadores até o ensino superior incompleto. Seguindo a lógica de que o cidadão complementa sua escolaridade buscando um aumento da remuneração ou melhor colocação no mundo do trabalho, podemos ver que tal expectativa não vem se realizando na Região Metropolitana de Porto Alegre. Apenas quando o trabalhador conclui o ensino superior consegue acesso a um incremento expressivo em sua renda.

As mulheres foram 43,34%, enquanto os homens representaram 56,66% dos admitidos no mês de janeiro na Região Metropolitana de Porto Alegre. Porém se for averiguada a participação dos sexos em cada faixa salarial podemos ver que esta proporção não é mantida, sendo as mulheres maioria nas menores faixas salariais e os homens maioria nas faixas acima de 1,5 salário mínimo.

InfográficoParticipação dos homens e das mulheres em cada faixa salarial

Fazendo um recorte na faixa de 41 a 44 horas trabalhadas, pode-se explicitar através dos dados as desigualdades de gênero vivenciadas no mercado de trabalho, em que 63,67% dos homens contratados neste mês recebem até 1,5 salário mínimo, enquanto 78,65% das mulheres contratadas no mês de janeiro recebem até 1,5 salário mínimo.

InfográficoPercentual em cada faixa salarial dos admitidos em jan/18 na RMPA separado por sexo

As mulheres contratadas em janeiro na Região Metropolitana de Porto Alegre recebem em média 88,38% do salário dos homens, o equivalente, em média, a R$ 186,05 a menos. O município que registrou a maior diferença entre o salário masculino e o feminino foi Eldorado do Sul, onde as mulheres ganham em média R$ 481,80 a menos que os homens.

Ecofeira Unisinos retomou suas atividades culturais na última quarta-feira (14/03). O reinício ocorreu com a primeira oficina de identificação de plantas medicinais e comestíveis, que será dividida em quatro partes ao longo do semestre. A aula foi ministrada pela professora Denise Schnorr, do Instituto Anchietano de Pesquisas da UNISINOS, na horta do prédio do curso de Gastronomia.



A professora Denise Schnorr apresenta a variedade de plantas da horta da Unisinos (Foto: Lucas Schardong/IHU)

No primeiro momento, a professora Denise salientou a importância de realizar a identificação correta das plantas para os seus devidos fins, que podem variar desde uso para temperos até os benefícios para a saúde, podendo ser usadas como antisséptico, diurético, ou no sistema circulatório e na redução de inchaços, por exemplo.

A professora também ressaltou o fato de a atividade ser realizada no prédio do curso de Gastronomia da Unisinos, pois foi onde começou o movimento das plantas medicinais na Universidade.

Com o foco na identificação correta das plantas e suas diferentes aplicabilidades, a oficina apresentou plantas mais conhecidas, como alecrim e sálvia, que possuem diversas utilizações para questões de saúde que as pessoas não têm tanto conhecimento, e também plantas mais desconhecidas do grande público, como é o caso da ora-pro-nóbis, que se enquadra no grupo das Plantas Alimentícias Não Convencionais - PANCs.

 


Rica em proteína a ora-pro-nóbis e uma das atrações da oficina (Foto: Lucas Schardong/IHU)

Denise também revelou que a intenção da oficina é popularizar a cultura do uso de plantas para a alimentação e a saúde. “Queremos desmistificar a ideia de requinte que se criou no uso dessas plantas e fomentar a diversidade de produtos que encontramos no Brasil”, afirma. Ela ainda aponta que o uso das plantas na alimentação não está envolvido só com o sabor dos temperos, mas também com o estímulo à digestão e que é preciso conservar essas propriedades.

A segunda parte da oficina será uma atividade prática de preparo na gastronomia, utilizando as plantas identificadas, com foco na alimentação saudável. A aula será ministrada pela estudante de Gastronomia Marcia Regina Tamiozzo, no dia 11/04, das 17h30min às 18h30min, no Centro E do campus São Leopoldo.

Mais informações e programação completa da Ecofeira Unisinos no site do ObservaSinos.