A Estatística como ferramenta para a cidadania e o controle social

  • Sexta, 13 de Abril de 2018

Com o objetivo de promover o acesso à informação e formação acerca da estatística e sua aplicabilidade técnica e política, especialmente para sistematização e análise de dados, o Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, realizou a oficina de Estatística Básica, no dia 28 de março.

A atividade foi ministrada pelo professor de Estatística da Unisinos Renato Luiz Romera Carlson. O professor dará continuidade à temática com a oficina de Estatística Avançada, que ocorrerá no dia 29 de maio, e trará informações aprimoradas em relação ao primeiro evento, que pode ser conferido na íntegra através do canal no Youtube do IHU.

Desde suas origens, o ObservaSinos constituiu suas oficinas com o intuito de realizar a capacitação dos seus colaboradores. Isto foi pensado na perspectiva de facilitar o trabalho durante a sistematização, análise e publicização dos dados das realidades do Vale do Sinos e Região Metropolitana de Porto Alegre. Também é política do Observatório abrir suas atividades para a comunidade com a intenção de democratizar a informação e incentivar o acesso às bases de dados públicas, no intuito de potencializar o controle social também para a população em geral.

Renato iniciou a oficina discutindo a presença da estatística na vida cotidiana: “Certamente a estatística está presente no nosso dia a dia das mais diversas formas. Basta querermos estar dispostos a ler as informações”, revela.

Durante a oficina, o professor apresentou a estatística em três perspectivas: descritiva, inferencial e aplicada. De acordo com ele, a primeira utiliza recursos estatísticos e ferramentas para descrever determinadas situações. A segunda tem seu princípio em usar a estatística para estudar determinado cenário da parte menor (mais localizada) para depois avaliar o geral. Já a estatística aplicada é a junção das duas anteriores com a leitura das diferentes áreas de conhecimento. “A estatística só avança e se torna uma ciência em evolução porque ela está em contato com outras áreas. Sempre digo que um requisito para ser estatístico é ter a habilidade de conversar com quase todas áreas de conhecimento”, aponta.

A oficina teve participação de um público de áreas diversificadas, desde alunos de estatística a profissionais da área de economia, pedagogia e arquitetura, por exemplo. Também estiveram participando do evento representantes do Observatório da Cidade de Porto Alegre - ObservaPOA e Observatório de Segurança de São Leopoldo, ambos parceiros do ObservaSinos e pertencentes à Rede de Observatórios.

Para a coordenadora do ObservaPOA, Liane Bayard, o espaço da atividade é importante para fortalecer o trabalho dos observatórios, servindo como um espaço de troca de informações. “Não é de agora que nós temos esses momentos de encontro entre as pessoas que trabalham em Observatório, para olhar um pouco mais conceitos. É um momento de troca”, destaca. 

Ela também ressalta a relevância da atividade para o trabalho do observatório. “Temos que rever se as nossas análises não cometeram gafes em termos estatísticos. O professor apontou lugares em que podemos ter diversos erros e isso pode causar uma distorção terrível e causar danos à população ou fragilizar o uso potencial de recurso por causa de uma interpretação errada”, afirma.

O Observatório de Segurança de São Leopoldo também participou da atividade com o diretor do Observatório, Cleber Ávila, e o secretário de Segurança Pública de São Leopoldo, Carlos Sant'Ana. Para o secretário, o evento colabora com as ideias da pasta. “Um dos eixos estratégicos da gestão da Secretaria de Segurança Pública Municipal é a gestão do conhecimento, que exige conhecermos a realidade da Segurança Pública, da violência e da criminalidade de São Leopoldo e para isso precisamos de dados qualificados. Esses dados acabam proporcionando diagnósticos precisos da realidade, possibilitando fazer um planejamento das nossas ações”, revela.

De acordo com Sant’Ana, existe uma dificuldade em trabalhar com os dados de São Leopoldo devido à disparidade dos dados produzidos pelas diferentes polícias, pela própria Secretaria e pelo Departamento de Informática do SUS - Datasus. “Não podemos trabalhar de forma amadora, no achismo. Por isso nós reativamos o Observatório e é fundamental extrairmos informações e conhecimento, para não errarmos na constituição dessas ferramentas de controle social.”

No dia 29 de maio o ObservaSinos promoverá a oficina de Estatística Avançada, dando continuidade ao trabalho realizado com o professor Renato Luiz Romera Carlson. Mais informações e inscrições através do site do Observatório.