07 Novembro 2018
A tentativa de “golpe” contra Francisco explodiu como uma “bomba midiática” em Dublin, na manhã de 26 de agosto de 2018, durante a viagem-relâmpago à Irlanda para o Encontro das Famílias, que, nas intenções do pontífice, devia servir também para pedir perdão pelo escândalo dos abusos de menores e de seminaristas. Trata-se da invectiva do arcebispo Carlo Maria Viganò, que envolveu a comitiva de nada menos do que três papas e que acusou Bergoglio de ter acobertado o cardeal Theodore McCarrick, chegando a pedir a renúncia do papa.
A nota é da Editora Piemme, 06-11-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A “bomba” foi só a deflagração mais forte e recente de uma longa guerra que é travada nos anos de pontificado do Papa Francisco: uma batalha agressiva, que envolve grupos de poder e atravessa a Cúria vaticana e as Conferências Episcopais do mundo.
(Foto: Divulgação)
No refluxo magmático de clericalismos, lobbies gays e ânsias cismáticas, contudo, não se pode ler o que está acontecendo hoje na Igreja com o esquema amigos-inimigos de Francisco. É preciso ir mais fundo, é preciso entender o que há de verdadeiro e de falso, e quais omissões revelam a instrumentalidade de tantas operações midiáticas, da tentativa de rotular Francisco como herege e da rede político-econômica internacional que sustenta a batalha contra ele, aliada com setores da Igreja estadunidense e com apoios até nos palácios vaticanos. É preciso ler documentos, descobrir os bastidores e ouvir as inquietantes versões dos fatos dos muitos protagonistas postos em causa por essa investigação.
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Tentativa de ''golpe'' contra Francisco explode como ''bomba midiática'' em Dublin - Instituto Humanitas Unisinos - IHU