Theodore McCarrick: de presbítero a cardeal em 20 anos. Mas o que a Santa Sé sabia do seu passado?

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23 Junho 2018

O caso do cardeal estadunidense Theodore Edgar McCarrick, arcebispo emérito de Washington – suspenso pelo Vaticano do exercício público do seu ministério sacerdotal, pois está sob investigação por ter cometido, há 50 anos, um suposto abuso sexual de um adolescente – levanta problemas muito sérios para a Igreja, tão graves quanto as acusações ao purpurado.

A reportagem é de Il Sismografo, 22-06-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Uma situação quase idêntica já havia sido criada em 2013 com o caso que envolveu o cardeal Keith Michael Patrick O’Brien, falecido há alguns meses.

A imprensa estadunidense nos últimos dias relatou diversas declarações, incluindo as do cardeal Joseph William Tobin, de Newark. Ele assegura que as acusações contra o purpurado eram conhecidas há muito tempo, em diversos ambientes e entre inúmeras pessoas dentro e fora da Igreja, assim como os seus comportamentos sexuais inapropriados.

O cardeal J. Tobin, em uma recente declaração por escrito, comunicou: “No passado, houve acusações sobre relações sexuais mantidas pelo cardeal com adultos. Esta arquidiocese, assim como a de Metuchen (diocese da qual McCarrick foi bispo), receberam no passado três acusações de má conduta sexual com adultos que remontam há décadas. Duas dessas acusações, depois, obrigaram a pagar uma indenização às vítimas”.

A pergunta que muitos se fazem nestas horas é: o que sabiam a Santa Sé e, em particular, João Paulo II sobre a vida do sacerdote Theodore E. McCarrick? Deve-se lembrar que, em todos esses anos, o prelado fez uma carreira eclesiástica fulminante, desde que, no dia 19 de novembro de 1981, o Papa Wojtyla o nomeou primeiro bispo de Metuchen, depois arcebispo de Newark e, por fim, em 21 de novembro de 2000, arcebispo de Washington. Essa nomeação abriu-lhe as portas para ser criado cardeal no consistório de 21 de fevereiro de 2001.

Por enquanto, não se conhecem as datas das denúncias anteriores, mas diversos jornalistas dão a entender que esses fatos se encaixam naqueles 20 anos (1981-2001) em que McCarrick, como simples presbítero, chegou a vestir a púrpura cardinalícia.

A imprensa estadunidense também levanta a pergunta: a Santa Sé, quando deu a McCarrick esses importantes cargos, sabia ou não sabia daquilo que ele escondia sobre a sua vida? No famoso blog do American Conservative, Rod Dreher, em 20 de junho passado, contou que, há 20 anos, uma delegação de importantes leigos católicos e um padre se dirigiram a Roma para tentar impedir a nomeação de McCarrick a arcebispo de Washington, pois, na diocese, já era bem conhecida a inescrupulosa conduta sexual mantida pelo futuro arcebispo com seminaristas e jovens sacerdotes. Infelizmente, a missão não foi bem-sucedida.

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