Patriarca Bartolomeu: “O Documento sobre a Fraternidade é uma bússola”

Papa Francisco e Bartolomeu I. | Foto: Vatican Media

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05 Fevereiro 2020

O Patriarca Bartolomeu, em Abu Dhabi, encontrou-se com o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, e anunciou uma visita oficial a Atenas, “se Deus quiser”, no mês de maio. Ele não disse nada sobre a possível presença do Papa Francisco. Semanas atrás, algumas fontes falaram de uma nova viagem ecumênica.

A reportagem é publicada por Il Sismografo, 04-02-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Entre os convidados mais ilustres que participam das comemorações do primeiro aniversário da assinatura do Documento sobre a Fraternidade, que ocorrem em Abu Dhabi, um ano após a visita do Santo Padre Francisco (3 a 5 de fevereiro de 2019), está Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico de Constantinopla, que falou na manhã dessa terça-feira, 4.

O patriarca enfatizou com preocupação o fato de que muitas regiões do mundo passam por momentos difíceis ou, melhor, muito difíceis. Frequentemente, , especificou ele, são situações em que se inserem fenômenos terroristas e extremistas, que não têm nada a ver com as religiões, com as confissões religiosas, mesmo que, muitas vezes, esses movimentos se refiram a princípios religiosos.

Trata-se, observou o patriarca, de algo que deve ser denunciado e rejeitado, porque nenhuma religião verdadeira exclui ou persegue, pelo contrário... As fés religiosas pregam, difundem e encorajam o amor, a tolerância e a aceitação solidária do outro.

“As religiões – acrescentou – não podem substituir a política e não pretendem fazer isso. No entanto, elas podem inspirar atividades civis e políticas, sensibilizando para o progresso da coesão social, para a proteção da criação, para o desenvolvimento sustentável e para a instauração de uma cultura de fraternidade.”

Depois, Bartolomeu debruçou-se sobre a necessidade e sobre a natureza do diálogo inter-religioso, útil e oportuno, para enfrentar também aqueles que, em vez disso, usam as religiões para semear o ódio. O encontro e a colaboração entre diferentes confissões religiosas é um sólido apoio à defesa da dignidade humana e ajuda a dar cada vez mais solidariedade e proximidade aos mais fracos e indefesos.

O diálogo entre religiões, concluiu o patriarca, é um verdadeiro antídoto contra a intolerância e o ódio, e, portanto, serve para promover o oposto: a fraternidade e a igualdade entre as pessoas.

O Documento sobre a Fraternidade, nas relações entre Oriente e Ocidente, na luta contra toda forma de violência, é uma bússola que pode garantir cooperação, tolerância e amizade, disse Bartolomeu, encerrando a sua fala.

 

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