Vento do Seu Espírito

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10 Agosto 2020

Morreu em São Paulo o padre Pedro Casaldáliga, bispo emérito da prelazia de São Félix de Araguaia no Mato Grosso brasileiro, figura histórica da Igreja da América Latina. Missionário claretiano de origem espanhola, com sua atividade pastoral deixou uma marca indelével na região amazônica. Capaz de combinar o radicalismo sábio do Evangelho com a agudeza do juízo da civilização, ele foi uma testemunha profética a favor da libertação dos pobres e dos oprimidos dos jugos das potências mundanas.

“A palavra de ordem hoje na América Latina, no Caribe e no mundo é ‘neoliberalismo’, com as consequências mais dramáticas para o Terceiro Mundo. Não podemos esquecer que o neoliberalismo continua a ser capitalismo. Às vezes, isso é esquecido. Muitas vezes me perguntaram, durante minhas viagens, o que a Igreja poderia dizer ou fazer diante do neoliberalismo. Eu, recordando o conselho dos nossos antigos catecismos ("contra a preguiça, diligência; contra a gula, abstinência") respondi: ‘contra o neoliberalismo, a sempre nova libertação’".

Como uma primeira grata lembrança do dom que ele foi para seu povo e para a Igreja, publicamos um de seus poemas.

O poema é de Pedro Casaldáliga, publicado por Settimana News, 08-08-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Eis o poema.

Vento do Seu Espírito que sopra onde quer, livre e libertador,
vencedor sobre a lei, o pecado e a morte ... Venha!
Vento do Seu Espírito que alojou
no ventre e no coração de uma cidadã de Nazaré… Venha!
Vento do Seu Espírito que se apoderou de Jesus
para enviá-lo a anunciar boas novas aos pobres
e liberdade aos presos… Venha!
Vento do Seu Espírito que carregou para longe no Pentecostes
os preconceitos, os interesses e os temores dos Apóstolos
e abriu as portas do Cenáculo
para que a comunidade dos seguidores de Jesus
fosse sempre aberta ao mundo, livre na sua palavra
coerente no seu testemunho
e invencível na sua esperança ... Venha!
Vento do Seu Espírito que sempre carrega para longe os novos temores da Igreja
e queima nela todo poder que não seja serviço fraterno
e a purifica com a pobreza e o martírio ... Venha!
Vento do Seu Espírito que reduz a cinzas a arrogância, a hipocrisia e o lucro
e alimenta as chamas da Justiça e da Libertação
e que é a alma do Reino ... Venha!
Vem Espírito porque somos todos vento no seu Vento,
vento do seu Vento,
portanto eternamente irmãos.

 

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