Kirill: “Destruir a Rússia? Traria o fim do mundo”

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23 Janeiro 2023

O desejo dos países ocidentais de derrotar a Rússia assumiu formas muito perigosas, mas qualquer tentativa de implementá-lo significará o fim do mundo. Foi o que disse o patriarca de Moscou e de Toda a Rússia, Kirill, após a liturgia da Epifania na catedral de Yelokhovo, em Moscou.

A reportagem é publicada por La Repubblica, 19-01-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

"Hoje existem grandes ameaças ao mundo, ao nosso país e a toda a raça humana. O desejo de derrotar a Rússia assumiu formas muito perigosas. Rogamos ao Senhor que ilumine os loucos e os ajude a entender que qualquer desejo de destruir a Rússia significará o fim do mundo". O Patriarca acrescentou que a Rússia tem armas poderosas e é povoada por pessoas muito fortes que sempre foram motivadas para vencer.

Segundo ele, hoje "alguns loucos" têm a ideia de que a Rússia pode ser derrotada ou reformada, ou seja, que certos novos valores podem ser impostos a seus habitantes, que "nem mesmo podem ser chamados de valores". “Hoje é um momento de muita ansiedade, mas acreditamos que o Senhor não deixará a terra russa, terá força, se necessário, para proteger sua terra e seu povo”.

"Os ocidentais contra a Rússia como Hitler com os judeus"

Poucas horas antes de Kirill, o ministro das Relações Exteriores de Moscou, S. Lavrov, fez declarações semelhantes, embora de um ponto de vista diferente. Aqui está a matéria de La Stampa: "Washington subjugou a Europa para poder declarar guerra a Moscou. Adolf Hitler e Napoleão Bonaparte usaram a mesma tática contra a Rússia". Isso foi afirmado pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, durante a coletiva de imprensa anual em Moscou.

“Os Estados Unidos, através da Ucrânia, estão travando uma guerra por procuração contra nosso país com a mesma função: a solução final da questão russa, assim como Hitler queria fazer com os judeus”. Declarações chocantes que imediatamente despertaram indignação dos EUA. "Como ousa comparar qualquer coisa com o Holocausto, sem mencionar que foi uma guerra que eles começaram" e que "a Ucrânia não representava nenhuma ameaça para a Rússia", disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. "É tão absurdo que quase não vale a pena responder se a comparação com Hitler e o Holocausto não fosse realmente ofensiva", acrescentou Kirby.

Espanto e condenação pelas palavras de Lavrov também partiram do presidente do Congresso Judaico Europeu, Ariel Muzicant, que disse em nota: Estamos chocados e consternados com essa vergonhosa comparação feita pelo ministro Lavrov entre as ações de uma coalizão de países democráticos e a perseguição e morte de seis milhões de judeus por Hitler durante o Holocausto".

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