Não é novidade: Papa Francisco defende as uniões civis há anos

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22 Outubro 2020

O Papa Francisco expressou seu apoio à criação de leis de união civil para casais do mesmo sexo, como parte de um novo documentário sobre o seu papado de sete anos, que estreou em Roma nessa quarta-feira, 21 de outubro. Mas seus comentários sobre o assunto parecem uma afirmação de opiniões articuladas previamente.

A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 21-10-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

No documentário intitulado “Francesco”, Francisco diz que as pessoas gays são “filhos de Deus” e “têm direito a uma família”. O papa, então, sugere que as leis de união civil podem fornecer uma maneira para que os países protejam os direitos legais das pessoas que estejam em relacionamentos homoafetivos.

Documentário “Francesco”, dirigido por Evgeny Afineevsky (Foto: Divulgação)

Embora a Catholic News Agency, de propriedade da rede EWTN, tenha noticiado que as palavras de Francisco significavam um “distanciamento” dos seus ensinamentos anteriores, o pontífice já falou em favor das uniões civis pelo menos duas vezes, como uma forma de diferenciar entre o matrimônio católico e as relações reconhecidas pelas autoridades estatais.

Francisco expressou essa opinião em 2017, durante uma entrevista com o autor francês Dominique Wolton. Questionado então sobre a possibilidade de casamento para casais do mesmo sexo, o papa respondeu: “Chamemos isso de ‘união civil’. Nós não brincamos com a verdade”.

O papa também falou sobre as uniões civis em uma entrevista de 2014 para o jornal italiano Corriere della Sera, na qual ele reconheceu que as leis estatais de união civil foram aprovadas principalmente para fornecer direitos legais aos parceiros do mesmo sexo.

O novo documentário “Francesco”, dirigido por Evgeny Afineevsky, concentra-se principalmente no modo como Francisco tocou as pessoas que ele conheceu como papa em vários lugares do mundo.

Trailer do documentário "Francesco":

A questão das uniões civis surge no filme em um segmento que apresenta Andrea Rubera, um homossexual italiano que pôde participar de uma das missas diárias do papa na residência Santa Marta no Vaticano.

Rubera diz que entregou a Francisco uma carta explicando as conversas que ele e seu parceiro estavam tendo sobre a possibilidade de levar seus filhos à igreja, temendo que eles pudessem ser julgados injustamente por serem filhos de um casal gay.

Rubera diz que o papa telefonou mais tarde para ele e os encorajou a levarem seus filhos à igreja e a serem honestos com o pároco sobre a situação de vida deles.

Em uma entrevista aos cineastas nesse segmento, Francisco menciona as leis de união civil, acrescentando: “Eu apoiei isso”.

Estas últimas palavras parecem um reconhecimento do papel que o então cardeal Jorge Bergoglio desempenhou como arcebispo de Buenos Aires ao exortar os bispos da Argentina a apoiarem as uniões civis.

Como noticiou o New York Times em março de 2013, Bergoglio foi um negociador-chave nos bastidores durante um período tenso em 2010, quando o governo argentino estava avaliando se permitia o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O cardeal teria sugerido que os bispos, em vez disso, buscassem a aprovação de uma lei de união civil, irritando muitos dos seus pares no episcopado.

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