Deputado diz que fogos na sede do STF faziam parte de culto

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18 Junho 2020

Celebrações evangélicas, assim consideradas, estão sendo realizadas com sofisticação inovadora para proteger segmentos mais aguerridos na defesa do necrogoverno. Ainda na campanha, fiéis eram retratados em templos fazendo o sinal da “arminha” com as mãos, como se fosse um novo simbolismo de quê? Afinal, arma não cabe em edifício cristão.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista. 

Agora, mais uma inovação: fogos e artifícios. O deputado federal Daniel Silveira, do PSL do Rio de Janeiro, ligado à base de apoio do presidente Jair Messias Bolsonaro, divulgou vídeo, na segunda-feira, 15, alegando que os fogos e artifícios lançados contra o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) no sábado, 13 de junho, marcava o final de um culto evangélico e nada tinha a ver com ataque à magistratura. 

“Acabei descobrindo a verdade sobre os fogos de artifício aqui em Brasília, em frente ao STF. Não tem nada a ver com ataque”, sustentou no vídeo. Admitiu, no entanto, que no final da “celebração” pessoas gritavam palavras como “Fora STF”. “São atos isolados que não representam todas as opiniões”, justificou. 

Talvez se trate, assim como a introdução das “arminhas”, de uma nova bênção de despedida. O deputado também não informou quem foi, ou foram, o pastor ou pastores que tiveram a brilhante iniciativa de realizar uma celebração em frente ao STF

Detida pela Polícia Federal, a líder extremista Sara Fernanda Giromini, mais conhecida como Sara Winter, disse, em depoimento, que não participou “do culto” no último sábado, em que ocorreu a “bênção” dos fogos

Ela justificou, contudo, sua participação na manifestação das tochas, quando, no dia 30 de maio, militantes com os rostos cobertos marcharam até a sede do STF. Sara alegou que se tratou de um protesto pacífico e baseado na passagem bíblica de Juízes, 7.16. O versículo diz: “Então, repartiu (Gideão) os trezentos homens em três companhias e deu-lhes, a cada um nas suas mãos, trombetas e cântaros vazios, com tochas neles.” 

Sara não relatou, no entanto, o final da história narrada em Juízes. Esse ato foi preparatório ao combate de Gideão e seus 300 homens contra o arraial dos midianitas. Gideão venceu o embate. Talvez a sede do STF seja um novo arraial midianita ou área abençoada para a realização de culto campal. 

Nada, entretanto, que possa ser encarado como um ato de protesto. Na narrativa, claro, de quem vê nisso tudo inovações na celebração de cultos, tendo a sede do STF como templo. Afinal, são tempos de pós-verdade!

 

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