15 Junho 2021
Quem sabe se é mais sincero quando – o disse tanto ao presidente português quanto ao bispo de Fátima - promete ir à JMJ de Lisboa em 2023, ou quando, nos mesmos dias, a outros interlocutores que o convidaram aqui e ali pelo mundo, ele responde divertido que o sucessor vai pensar no assunto. Quem sabe o que Francisco pensa da duração de seu pontificado.
O comentário é de Iacopo Scaramuzzi, publicado por Gazzetta Santa Marta, mensal Jesus, 14-06-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
O assunto sempre foi objeto de especulação, o início do fim do reinado desencadeia manobras, e Jorge Mario Bergoglio brinca com essas expectativas, alimenta-as, desmonta-as ... uma vez que diz que imagina seu pontificado curto, outra vez que ele não tem a menor intenção de desistir, ora sugere que em algum momento vai voltar à Argentina para ficar por lá, ora que, como reinante ou emérito, morrerá de qualquer maneira em Roma. Claro, o pontífice jesuíta tem 84 anos, quando voltou do Iraque admitiu um sensível cansaço, as preocupações marcam seu rosto mais do que no início, e a pandemia, a distância das pessoas, aumentaram o fardo.
E certamente o pensamento do próximo Conclave não lhe é estranho, se ele "promoveu" uma série de cardeais - para citar três nomes, Robert Sarah, Raymond Leo Burke, Mauro Piacenza - deixando ao confiável Giuseppe Bertello nem tanto a tarefa do habemus papam, quanto aquela, delicada, de pronunciar uma "breve exortação espiritual" no caso de os cardeais eleitores "terem dificuldade em chegar a um acordo sobre a pessoa a ser eleita".
No entanto, nada sugere que Francisco está prestes a passar a vez. A cada sinal, em um sentido ou no outro, seus adversários têm sobressaltos, seus apoiadores também. Ele provavelmente confia no antigo ditado inaciano: "Aja como se tudo dependesse de você, sabendo que na realidade tudo depende de Deus".
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O Papa brinca com o “final do reinado” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU