Nasce um sindicato global contra a economia de plataforma

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29 Junho 2020

Por meio de uma conferência online, intitulada Conferência Digital Global de Trabalhadores, com participantes de mais de cinco países, foi apresentada a Transnational Workers Network (TWN) ou em português a Rede Transnacional de Trabalhadores (RTT), uma organização internacional para defender os direitos dos trabalhadores de plataforma e os taxistas. A iniciativa visa organizar e conectar mais organizações, sindicatos e trabalhadores de tais tipos de empresas e setores afetados pela irrupção dos gigantes da tecnologia e pelos processos de desregulamentação que permitem o crescimento de empresas transnacionais, por meio da figura de falsos autônomos.

A reportagem é de Yago Álvarez Barba, publicada por El Salto, 25-06-2020. A tradução é do Cepat.

“Esses aplicativos disruptivos entram em um país e tentam alterar as leis já estabelecidas para impor seu modelo de negócio. Um modelo baseado na precarização do Estado e no esvaziamento dos cofres do Estado com base no não pagamento de impostos”, explicou na conferência Tito Álvarez, porta-voz e coordenador da Taxi Project 2.0, uma das organizações que promovem este sindicato global, no Estado espanhol.

Além da plataforma de taxistas, também participaram da apresentação e fazem parte dessa rede os RidersxDerechos, coletivo organizado de entregadores de empresas como Glovo e Deliveroo, Collectif des Livreurs Autonomes de Paris (CLAP), Mobile Workers Alliance (MWA) e o sindicato norte-americano Service Employees International Union (SEIU), que conta com mais de 90.000 membros e defende os direitos trabalhistas de motoristas e riders dos Estados Unidos e Canadá.

Conforme os participantes da conferência explicaram, pretendem que essa união de trabalhadores e trabalhadoras consiga se organizar em conjunto para definir uma estratégia de ação e elaborar propostas de estruturação dos direitos trabalhistas. Em resumo, de acordo com Sonia Abellán, membro da organização, o objetivo é que as pessoas afetadas por essas práticas “possam ter uma ferramenta para defender seus direitos” e “enfrentar essas grandes empresas da Gig economy, por meio de uma plataforma coesa e com a mesma estratégia”.

“Apresentaram-nos esse modelo como algo inovador, mas não é, porque as formas de precarização do trabalho não é um conflito novo, nem algo inovador, embora usem a inovação como principal argumento para que seus entregadores sejam falsos autônomos”, lamentou durante a conferência Núria Soto, de RidersXDerechos. Além disso, Soto explicou que essas tecnologias são compatíveis com os direitos trabalhistas, referindo-se a algumas experiências de cooperativas de entregadores que utilizam as mesmas ferramentas informáticas e insistiu que “a lei não deve ser modificada de acordo com essas empresas, a lei deve ser aplicada”. Algo com o qual concordou Isabel Chacón, da cooperativa Ekona, que afirmou na conferência que “a digitalização não tem que ser má em si, é uma modernização, mas aqueles que dominam o capital disfarçam a nova exploração do trabalho sob essa modernização”.

O problema é global e, portanto, precisa de soluções globais. Esses tipos de empresas operam da mesma maneira nos países em que atuam e as vitórias locais também devem ser levadas à estratégia global. “Vemos que quando foram alcançadas vitórias em diferentes países no nível estadual, estas por si mesmas não foram aplicadas fora de nossas fronteiras, mesmo nos países pertencentes à União Europeia, onde temos muitas leis e diretrizes similares, portanto, é um trabalho que se perde e não chega às companheiras e companheiros”, lamentam pela Taxi Project 2.0. Por esse motivo, acreditam que é essencial a luta conjunta e animam a qualquer trabalhadora, trabalhador, plataforma, sindicato e associação a se unir ao projeto. “Em nossa luta contra a Uber, percebemos que com a união podemos vencer batalhas contra uma empresa tão gigantesca”, afirma Álvarez.

 

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