Operação Ásia para o Papa Francisco. Viagem para Mianmar, o objetivo é a China

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30 Agosto 2017

Primeiro na Coreia do Sul, Sri Lanka e Filipinas; daqui a três meses em Mianmar e Bangladesh. No próximo ano, na Índia. A Ásia é um território que recebe cada vez mais atenção por parte do Papa e de sua diplomacia. O anúncio de ontem sobre uma viagem (de 27 de novembro a 2 de dezembro) na antiga Birmânia e Bangladesh, antes da Índia, mostram uma atenção especial de Francisco com o continente asiático, e para os processos de paz com os quais colaborar sem ambições de proselitismo ou expansionismo. Tudo combinado com um contato direto com a cúpula de Pequim que, em Mianmar, dá apoio às forças de paz.

A reportagem é de Paolo Rodari, publicada por La Repubblica, 29-08-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.

A fronteira entre os países mede 2.200 km de comprimento, a estabilidade na ex Birmânia é essencial para valorizar o comércio, evitando ondas de migração no Yunnan.

A visita a Mianmar é a primeira de um pontífice ao país, enquanto para Dhaka é a terceira visita de um Papa, depois daquela de Paulo VI, em 1970 (na época a cidade pertencia ao Paquistão) e de João Paulo II, em 1986.

Francisco terá um encontro com Aung San Suu Kyi, com uma atenção especial para os Rohingyas, uma minoria muçulmana perseguida para a qual, poucos dias atrás no Angelus, Bergoglio lançou um apelo pelo fim de sua brutal repressão.

Após a recente visita do Cardeal Pietro Parolin a Moscou, o primeiro alto representante da Igreja Católica a visitar o país após a Guerra da Crimeia, a viagem de novembro de Francesco confirma o desejo da Igreja de ser parte, através da convivência entre as diferentes religiões, de percursos de paz em que não se reivindiquem hegemonias no plano religioso.

A comunidade católica na antiga Birmânia é pequena, os budistas representam a religião majoritária, mas "sem as minorias, compostas por católicos, muçulmanos e hindus, não é possível uma reconciliação", afirmou na última segunda-feira o secretário da Nunciatura Apostólica em Mianmar, dom Dario Pavisa.

Após os anos de Tarcisio Bertone como secretário de Estado, cujos subordinados criaram uma frente intransigente com Pequim, com o cardeal Parolin muita coisa mudou.

A palavra de ordem para a China do número dois do Vaticano é colaboração, em primeiro lugar no plano cultural, no aguardo que o restante comece a se desbloquear, talvez permitindo a Francisco a viagem tão desejada. Para ajudar em sua obra, Parolin conta com a ajuda tanto do arcebispo de Manila, Luis Antonio Tagle, como de monsenhor Giuseppe Pinto, núncio apostólico nas Filipinas.

"Até mesmo amanhã", respondeu Bergoglio quando perguntado sobre seu desejo de ir para a China, e Pequim nunca respondeu negativamente. Em 2016, uma entrevista divulgada pela Asia Times - a China é a portadora de uma "sabedoria" que não deve causar medo ao mundo, disse Francisco - encontrou apreciação no establishment comunista, provando que o objetivo de trazer a Igreja chinesa em comunhão com Roma e ajudar os processos de paz no continente asiático não estão tão distantes.

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