Gualtiero Bassetti, novo presidente da Conferência Episcopal Italiana

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24 Mai 2017

A Conferência Episcopal Italiana (CEI) está prestes a ter um novo presidente depois da década do cardeal Angelo Bagnasco: os bispos italianos se expressaram votando nos candidatos para a terna a ser apresentada ao papa, e o mais votado foi o cardeal Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perugia.

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 23-05-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Nota de IHU On-Line: Papa Francisco nomeou, no dia de hoje, 24 de maio, Gualtiero Bassetti como novo presidente da Conferência Episcopal Italiana - CEi. A informação é publicada nas edições eletrônicas dos jornais italianos desta manhã.

Os outros dois nomes da terna são os do bispo de Novara, Franco Giulio Brambilla, e do arcebispo de Agrigento, o cardeal Francesco Montenegro. O consenso em torno de Bassetti é um sinal importante: apesar da idade – ele acabou de completar 75 anos – o purpurado está agora na pole position para receber o encargo do pontífice, que, nas últimas semanas, prorrogou-o à frente da diocese de Perugia até completar 80 anos.

A Assembleia Geral da CEI, que ocorre em Roma de segunda-feira, 22, até quinta-feira, 25 de maio, elegeu nessa terça-feira, 23, por maioria absoluta, a terna de bispos diocesanos proposta para o Papa Francisco para a nomeação do presidente. O procedimento previa uma sessão de votação para cada lugar da terna. Bassetti recebeu 134 votos na segunda rodada da primeira sessão, e o anúncio do seu nome como o mais votado foi saudado por uma ovação. Brambilla recebeu 115 votos na segunda rodada. Montenegro recebeu 126 votos na primeira votação da terceira sessão.

A terna foi entregue ao pontífice, a quem, segundo o Estatuto da CEI, cabe a nomeação do presidente da conferência.

Não é segredo a estima de Francisco pelo arcebispo de Perugia, nomeado cardeal por ele no primeiro consistório do seu pontificado. E é considerada como evidente a ratificação da indicação dos bispos.

Mas também é significativo o resultado geral da votação: dois dos três candidatos, Bassetti e Montenegro, são considerados muito próximos do pontífice, que os elevou à púrpura. O episcopado italiano, portanto, quis indicar nomes que sabiam que eram bem vistos por Francisco.

Gualtiero Bassetti é um pastor estimado e conhecido em toda a Itália. Ele atuou, no passado, no papel de visitador apostólico para os seminários e foi vice-presidente da CEI. Como bispo, sempre demonstrou atenção aos problemas do trabalho: visitas às fábricas em crise, proximidade aos estrangeiros e pobres, apelos para alugar as casas vazias a preços sustentáveis.

Amigo e filho espiritual do cardeal Silvano Piovanelli, por muito tempo reitor do seminário e professor, bispo de Massa Marittima-Piombino. Em 1998, foi transferido para Arezzo e, em 2009, Bento XVI o nomeou para Perugia, embora muitos o considerassem o candidato natural para a liderança da diocese de Florença.

Bassetti compartilhou as últimas fases do episcopado italiano, com uma forte carga pastoral, de proximidade às pessoas e de paternidade espiritual com os sacerdotes. Ele abraçou aquela que ele definiu como “a revolução da ternura” do Papa Francisco. Aos políticos, pediu “um salto profético” para garantir a legalidade e combater as drogas, o álcool e os jogos de azar.

Sempre buscou testemunhar o rosto de uma Igreja capaz de dar esperança, apesar das dificuldades do tempo presente, do ódio e da violência que existem no mundo. “Embora o presente assuma as aparências sombrias dos atentados terroristas ou dos retratos desfigurados dos refugiados que fogem das suas casas – escreveu ele em um editorial – é preciso ter a fé e a coragem de não ter medo do futuro. Porque quem tem medo não tem futuro.”

Firme na defesa dos valores, sempre foi capaz de apresentá-los sem criar barreiras ou divisões, como fez por ocasião da morte por eutanásia do DJ Fabo. Entrevistado pelo Vatican Insider, como primeiras palavras, ele dissera: “Quero expressar a minha proximidade a essa família na dor e ao jovem Fabiano que não está mais entre nós. Assim que eu soube, eu me recolhi em oração. Antes de julgar, é preciso refletir e rezar. Veio à minha mente que Deus o quis, o chamou, o amou. Até mesmo quem está fechado em si mesmo e sofre pode se abrir com a proximidade de outros. A vida é sempre um grande valor. Crentes ou não, todas as vezes em que se dá fim a uma vida, somos todos perdedores, porque cada vida é um fato relacional. Quando alguém comete um ato desse tipo, eu me pergunto: o que eu deixei faltar a esse meu irmão ou irmã?”.

A escolha dos bispos, portanto, oferece um sinal de proximidade ao papa e, ao mesmo tempo, identifica um personalidades estimada, que já conhece os mecanismos da CEI e será capaz de guiar a Conferência Episcopal levando em conta as sensibilidades de todos, sem irrupções isoladas nem nostalgias do passado.

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