Vice-presidente Joe Biden, católico, oficializa casamento homoafetivo

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12 Agosto 2016

O vice-presidente Joe Biden, católico, oficializou o casamento homoafetivo esta semana, no mesmo momento em que os debates na política eleitoral, e o envolvimento católico nela, se acenderam. Biden tuitou uma foto da cerimônia, comentando:

“Orgulhoso de casar Brian e Joe na minha casa. Não poderia estar mais feliz. Dois funcionários antigos da Casa Branca, dois caras maravilhosos.”

A reportagem é de Bob Shine, coordenador de mídias sociais do New Ways Ministry, publicada por Bondings 2.0, 07-08-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

O tuíte junto de uma foto foram compartilhados por mais de 40 mil vezes já, inclusive por Jill Biden, educadora americana e esposa do vice-presidente, que comentou: “O amor é o amor”.

O jornal The Washington Post informou que o casal, Brian Mosteller e Joe Mahshie, trabalha na Casa Branca. Mosteller supervisiona as operações do Salão Oval enquanto Mahshie é o coordenador das viagens da primeira-dama Michelle Obama. A cerimônia privada no Observatório Naval em Washington, DC, onde mora o vice-presidente, foi a primeira oficializada por Biden.

O vice-presidente é um apoiador de longa data da igualdade matrimonial e dos direitos LGBTs. Ele endossou a igualdade de direitos em casamentos homoafetivos em 2012, sugerindo, na ocasião, que o critério para um casamento deveria ser: “Quem você ama?” 

Esse comentário teria ajudado a acelerar a “evolução” do tema por parte do presidente Barack Obama, de forma que Biden pudesse dar o seu próprio apoio público. Biden também tem defendido a Lei de Não Discriminação no Emprego, desafiado a comunidade internacional para abordar os direitos humanos LGBTs e disse a igualdade das pessoas transexuais é “a questão dos direitos civis dos nossos tempos”.

Por suas décadas de serviço público na qualidade de fiel católico, este ano Biden foi premiado com a Medalha Laetare, da Universidade Notre Dame, juntamente com o ex-presidente da Câmara Federal americana, John Boehner. Ao mesmo tempo, Biden vem sendo criticado pela hierarquia católica em várias ocasiões por defender opiniões incoerentes com o magistério da Igreja.

Tendo em vista o mês de novembro, as disputas em torno das ações de um vice-presidente católico podem ainda continuar. Na verdade, eles já começaram. O governador da Virgínia, Tim Kaine, é o candidato a vice pelos democratas. Kaine, católico que disse que sua fé é “central para tudo o que faço”, possui um histórico positivo na questão dos direitos LGBTs.

Porém o seu apoio à igualdade matrimonial, além de ser ele próprio um pró-escolha (defendendo a liberdade individual das mulheres de optar entre ter ou não um filho), levou Dom Thomas Tobin, da Diocese de Providência, em Rhode Island, a sugerir que “a fé de Kaine não é central para a sua vida pública e política”, segundo o sítio diocesano Providence Journal

Desde a sua nomeação, Kaine vem recebendo críticas públicas dos bispos da Virgínia, assim como de um padre em Washington, DC, que tuitou: “Faça-nos um favor: não apareça na minha frente, na fila para a Comunhão”. A comunidade online de cristãos Faithful America lançou uma petição convidando líderes católicos a pararem de questionar a fé de Kaine.

A sugestão de Tobin e de outros bispos de que os católicos que apoiam os direitos LGBTs não são plenamente católicos é problemática. Dados recentes levantados pelo Centro de Pesquisas Pew revelaram que 42% dos católicos consideram que o tratamento das pessoas LGBTs é “muito importante” na próxima eleição federal, índice mais alto entre as denominações cristãs e dois pontos acima da média entre todos os eleitores. Os bispos negam a realidade de que, como Joe Biden e Tim Kaine, muitos católicos apoiam os direitos de LGBTs por causa – e não apesar – da sua fé.

Essa negação gera polêmicas desnecessárias na Igreja, e mais momentos difíceis aos fiéis LGBTs e seus familiares. Felizmente, católicos leigos atuam diariamente em nome da inclusão e da justiça. A Brian e Joe, e a Joe Biden, o blog Bondings 2.0 dá os parabéns!

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