Epifania do Senhor. Festa da Luz que ilumina o chão da vida e traz esperança

28 Dezembro 2025

"A palavra Epifania significa manifestação ou revelação. Os três Reis Magos (em muitos lugares se chama o domingo de Epifania como a Festa dos Reis Magos) vêm de longe, de terras não judaicas. Uma estrela luminosa sinaliza para eles o caminho até a terras onde Jesus nascera. Epifania, por tanto, continua sendo a festa da luz.

Os Reis recebem a revelação de que Jesus é o Messias que acaba de nascer. A identidade dessa criança vai se expressar nos três presentas que eles carregam consigo para oferecerem ao Menino: o Ouro da Realeza; o Incenso da Divindade; a Mirra da Humanidade. Sem pronunciar palavra, eles nos dizem que Jesus é Rei, é Deus, é humanidade. Como diz um canto que gostamos de cantar, Jesus é o rosto divino do ser humano e o rosto humano de Deus."

A reflexão é de Virma Barion, religiosa da Congregação Carmelitas da Caridade de Vedruna. Ela é teóloga, biblista e atua na formação pastoral e em assessorias teológicas.

Leituras do dia

Primeira leitura: Is 60,1-6
Salmo: Sl 71(72),1-2.7-8.10-11.12-13 (R. cf. 11)
Segunda leitura: Ef 3,2-3a.5-6
Evangelho: Mt 2,1-12 (Visita dos Magos)

Eis a reflexão.

Hoje estamos celebrando uma festa muito importante na liturgia da Igreja Católica. Celebramos a Festa da Epifania ou manifestação de Jesus ao mundo. Como dia fixo, celebramos essa festa no dia 6 de janeiro. Porém a Igreja o faz coincidir com o primeiro domingo após o Natal. Por isto, este ano, nós a celebramos no dia 4 de janeiro, que é o primeiro domingo após o Natal.

Essa festa ilumina a nossa realidade pessoal, eclesial e, sobretudo social, tão escura nestes momentos da nossa história, não só no Brasil como também no mundo todo.
Como “festa da luz”, a Epifania projeta luminosidade no nosso chão e desperta em nós a esperança, neste tempo do Jubileu da Esperança que acabamos de celebrar durante todo o ano 2025.

Os três personagens que visitam Jesus, conhecidos como Reis Magos, estão acostumados a lidar com a luz, pois são, provavelmente, astrólogos vindos do Oriente. Guiados por uma estrela eles anunciam o Salvador da humanidade já presente no mundo. Por isso, as duas leituras que acompanham fésios (Ef 3,2-3ª.5-6); falam também da luz em nossos dias: quando se luta pela vida, quando se combate toda opressão e falsidade, quando não se aceita a mentira e as más notícias que denominamos “fake News”, tão presentes na nossa sociedade; quando combatemos toda violência e semeamos o amor, devolvendo o bem pelo mal. Com todas essas atitudes, projetamos luz sobre a humanidade.

O Evangelho da liturgia de hoje (Mt 2,1-12) é muito bonito. É um trecho que só existe em Mateus. Esse Evangelista escreve para comunidades procedentes do judaísmo que, embora compostas de cristãos convertidos, acreditam, como os seus antepassados, que o Messias viria somente para eles, pois os judeus eram o Povo de Deus. A Epifania nos fala da universalidade da presença do Messias. Ele veio para todos os povos, tanto para os judeus como para os não judeus ou estrangeiros.

A palavra Epifania significa manifestação ou revelação. Os três Reis Magos (em muitos lugares se chama o domingo de Epifania como a Festa dos Reis Magos) vêm de longe, de terras não judaicas. Uma estrela luminosa sinaliza para eles o caminho até a terras onde Jesus nascera. Epifania, por tanto, continua sendo a festa da luz.

Os Reis recebem a revelação de que Jesus é o Messias que acaba de nascer. A identidade dessa criança vai se expressar nos três presentas que eles carregam consigo para oferecerem ao Menino: o Ouro da Realeza; o Incenso da Divindade; a Mirra da Humanidade. Sem pronunciar palavra, eles nos dizem que Jesus é Rei, é Deus, é humanidade. Como diz um canto que gostamos de cantar, Jesus é o rosto divino do ser humano e o rosto humano de Deus.

O contexto desse texto nos fala de violência e opressão, pois quando chegam em Jerusalém, lugar de poder opressor, representado por Herodes e seus comparsas, a estrela desaparece dos olhares dos três Reis. Eles então se dirigem ao palácio de Herodes para buscar informações sobre o lugar do nascimento de “Rei dos Judeus”. Se nasce um rei para os judeus, os filhos de Herodes já não têm lugar na realeza. Isso inquieta muito a Herodes. Descobre que Jesus nasce em Belém, sendo descendente do Rei Davi. Por isso mente e engana, pedido que lhe informem bem sobre o Menino, para ir a adorá-lo. Os Reis foram orientados por Deus para retornarem por outro caminho, sem informar nada a Herodes. Este, furioso por sentir-se enganado, manda matar a todas as crianças menores de dois anos tanto de Belém como de seus arredores. José, avisado em sonhos, tomou a criança e sua mãe e fugiu para o Egito. A morte dos inocentes e a fuga para o Egito é outros dois textos que existem só em Mateus. Provavelmente o Evangelista quisera evocar o “novo Moisés” representado em Jesus.

A que nos chama a liturgia dessa festa?

Que nossa Epifania dure o ano inteiro!

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