O Papa Francisco reza por Dugina: “Inocentes pagam pela guerra”. O embaixador ucraniano: “No mesmo plano agredido e agressor”

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25 Agosto 2022

 

O Papa Francisco na audiência geral reza por Darya Dugina, filha de Alexander Dugin: “Penso na jovem que explodiu por causa de uma bomba que estava debaixo de um assento do carro em Moscou. Os inocentes pagam pela guerra. Pensemos nesta realidade e nos conscientizemos que a guerra é uma loucura”. Falando de improviso, no final da audiência geral voltou a condenar as guerras, em particular aquela da Ucrânia, e pediu uma cessação imediata do conflito. Depois voltou seus pensamentos para Dugina, conhecida jornalista e cientista política que apoiava abertamente a guerra de Putin contra Kiev.

 

A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 24-08-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

A resposta da diplomacia ucraniana foi imediata, literalmente abismada por mais esta tentativa de colocar o agressor e o agredido no mesmo plano. O embaixador ucraniano no Vaticano, Andrii Yurash, em um tuite, afirmou que o discurso papal sobre a guerra na Ucrânia nesta manhã na audiência foi "decepcionante e me fez pensar que não podem ser colocadas juntas as categorias de agredidos e agressores, de vítimas e carrascos, de estupradores e estuprados. Como é possível citar a ideóloga do imperialismo russo como uma vítima inocente? Ela foi morta pelos russos como vítima sacrificial e agora é um escudo de guerra”. Palavras muito duras que evidentemente denotam decepção também pelas contínuas recusas papais em fazer uma visita a Kiev.

 

Autora de um livro que em breve estará nas livrarias intitulado "Z", da letra que se tornou um símbolo da invasão russa, Dugina trabalhou para várias emissoras russas. Em junho entrou na lista negra do Reino Unido por "ter manifestado apoio ou promovido políticas a favor da agressão russa à Ucrânia" e em maio, numa entrevista, descreveu a guerra como um "choque de civilizações" e manifestou profundo orgulho por ter acabado nas listas negras do Ocidente.

 

“Hoje de uma forma especial, 6 meses após o início da guerra, pensamos na Ucrânia e na Rússia. Consagrei ambos os países ao Imaculado Coração de Maria. Que Ela Mãe olhe para esses dois países amados. Que olhe para a Ucrânia, que olhe para a Rússia e traga-nos a paz. Precisamos de paz”, concluiu Francisco durante a audiência geral, acrescentando que quem trafica armas continua sendo um “criminoso”.

 

Poucas semanas antes de sua viagem ao Cazaquistão, que será realizada de 13 a 15 de setembro para participar de uma cúpula de líderes religiosos (entre os quais o patriarca de Moscou pró-putiniano Kirill), o Papa Francisco não mencionou mais uma possível visita a Kiev. Segundo fontes diplomáticas, ele a teria adiado para tempos melhores devido a problemas de saúde relacionados ao joelho machucado que continua a incomodá-lo.

 

Enquanto isso, na Rússia, o deputado da Câmara Municipal de Moscou, Konstantin Yankauskas, depois de postar no Twitter o texto do apelo à paz feito pelo Papa Francisco durante o Angelus de março para interromper o massacre de Mariupol, começou a ter sérios problemas. Como ele mesmo informa, será processado por ter "desacreditado o exército russo" e terá que passar por um julgamento.

 

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