A catequese deve começar pelo querigma que conduz a um encontro pessoal com Jesus Cristo. Entrevista especial com Leomar Brustolin

"A instituição do ministério do catequista pelo Papa Francisco está alinhada com o propósito do Concílio Vaticano II de voltar às fontes da fé cristã", diz o bispo auxiliar de Porto Alegre

Foto: Cathopic | Animação: IHU

Por: João Vitor Santos, Patricia Fachin e Wagner Fernandes de Azevedo | 24 Mai 2021

 

A instituição do Ministério do Catequista pelo Papa Francisco, através da publicação do Motu proprio "Antiquum ministerium" no dia 11 deste mês, é a manifestação de um desejo da Igreja de que a catequese "suscite um aprofundamento da fé" e "uma conversão de vida" que "priorize em toda ação catequética o querigma, o primeiro e fundamental anúncio que proporciona o encontro pessoal com Jesus Cristo", diz Dom Leomar Brustolin na entrevista a seguir, concedida por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos - IHU.

 

Segundo ele, a instituição do ministério "exigirá maior atenção em preparar, formar e acompanhar os catequistas para o exercício de sua missão", o que pressupõe, destaca, "não um cristão pronto, mas alguém disposto à conversão permanente para que seu estilo de vida, seu ser, agir e pensar estejam de acordo com o que ensina". D. Leomar frisa ainda que, "atento aos desafios pastorais", o Papa Francisco "sustenta que o querigma deve ocupar o centro da atividade evangelizadora e de toda a tentativa de renovação eclesial" e "defende que toda formação cristã é prioritariamente o aprofundamento do querigma".

 

De acordo com ele, o acento que o papa dá ao "primeiro anúncio parte da constatação de que há muitos batizados que não vivem as exigências de seu Batismo, perderam o senso de pertença à Igreja e já não sentem a consolação da fé". Sobre o primado do encontro pessoal com Cristo, ressalta, "Francisco recupera as palavras de Bento XVI: 'ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo'” (EG 8).

 

A seguir, D. Leomar Brustolin reflete sobre os desafios da catequese, as novas formas de comunicar o Evangelho e reitera que "a iniciação cristã não tem outra missão que não seja a de introduzir a pessoa na dinâmica do encontro com Jesus. O encontro pessoal com Cristo, contudo, não pode separar-se do encontro comunitário com aqueles que percorrem o mesmo caminho. A fé cristã não propõe somente uma relação entre o 'eu' e o 'tu', ela também se relaciona ao 'nós'. Não há fé que não seja vivida na Igreja, em comunidade. Por isso a fé cristã exige que o ‘eu’ se encontre no ‘nós’".

 


Dom Leomar Brustolin (Foto: Reprodução YouTube)

 

Leomar Antônio Brustolin é graduado em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte e doutor em Teologia pela Pontificia Università San Tommaso, Roma, Itália. Atualmente é professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e coordenador do Programa de Pós-graduação da Faculdade de Teologia (PUCRS). Tem experiência na área de Teologia Sistemática, atuando em ensino, pesquisa e extensão com Antropologia Teológica, Catequética e Pastoral Urbana. Coordena o Grupo de Pesquisa Antropologia Teológica, ética e pastoral. Atualmente é bispo auxiliar de Porto Alegre.

 

Confira a entrevista.

 

IHU On-Line - Como o senhor avalia a instituição do Ministério do Catequista pelo Papa Francisco e a preocupação do pontífice em dar a este serviço uma dimensão institucional na Igreja?

Leomar Brustolin - A instituição do ministério do catequista pelo Papa Francisco está alinhada com o propósito do Concílio Vaticano II de voltar às fontes da fé cristã. Recuperar esse antigo ministério, como o título do Motu proprio destaca, é promover a eclesiologia de comunhão na qual todo o Povo de Deus participa da missão da Igreja.

 

IHU On-Line - A instituição do Ministério do Catequista revela que tipo de movimentos, preocupações e direcionamentos por parte da Igreja?

Dom Leomar Brustolin - Quando o Papa Francisco institui esse ministério, percebem-se, no mínimo, três elementos implícitos:

 

a) valorizar a missão da catequese, considerada, pelo Pontífice, vanguarda da Igreja;

b) reconhecer a dedicação de mulheres e homens no serviço da Iniciação Cristã;

c) suscitar um novo olhar de toda a comunidade eclesial para esse indispensável ministério.

 

 

IHU On-Line - Que novo sentido esse ministério dará à catequese e aos próprios catequistas?

Leomar Brustolin - O processo de Iniciação à Vida Cristã requer pessoas preparadas e dedicadas a anunciar o Evangelho, especialmente pelo estilo de vida discipular. O catequista é alguém que ensina muito mais pelo seu testemunho, do que por outras formas de evangelizar. Quando ele é instituído ministro, supõe que seja preparado na pedagogia do Evangelho, cresça na vida em comunidade, alimente uma espiritualidade encarnada e mantenha-se em comunhão com a Igreja. Em síntese, seja um autêntico discípulo missionário que procura avantajar-se no seguimento de Jesus Cristo. Tudo isso não supõe um cristão pronto, mas alguém disposto à conversão permanente para que seu estilo de vida, seu ser, agir e pensar estejam de acordo com o que ensina.

 

Dois olhares sobre a catequese

Entendo que antes de instituir o ministério de catequistas devamos considerar dois olhares sobre a realidade da catequese. Um retrospectivo e outro perspectivo. Em primeiro lugar devemos reconhecer o protagonismo dos leigos, sobretudo mulheres, na tarefa de transmitir a fé às novas gerações. Enfrentando desafios de todo tipo, os catequistas têm se revelado incansáveis em sua consciência de discípulos que devem anunciar Jesus Cristo aos outros. Nem sempre foram suficientemente reconhecidos esses valorosos agentes da evangelização. Segundo, o ministério instituído exigirá maior atenção em preparar, formar e acompanhar os catequistas para o exercício de sua missão. Não basta um convite e boa vontade. Novas questões se apresentam nos novos contextos e desafiam a transmissão da fé. Sem uma qualificada preparação e um acompanhamento dos pastores, muitos catequistas estarão habilitados, mas não capacitados.

 

IHU On-Line - A catequese, normalmente, é associada à preparação para a Primeira Comunhão. Como compreender a catequese no sentido amplo, como formação de cristãos desde suas famílias na preparação para o Batismo?

Leomar Brustolin - A Igreja no Brasil, em comunhão com a Igreja no mundo, tem se empenhado em superar a visão restrita de catequese como instrução apenas para os sacramentos, para avançar na compreensão do que significa iniciar alguém para se tornar cristão. Isso implica uma consciência sobre a transmissão da fé, o papel da comunidade nesse processo e a missão dos pastores e leigos para recuperar o processo de iniciação desenvolvido pelo Ritual da Iniciação Cristã - RICA publicado em 1972 a pedido de São Paulo VI. Assim, há 50 anos a Igreja pretende uma catequese de inspiração catecumenal, na qual o anúncio fundamental suscite um aprofundamento da fé, suscite uma conversão de vida e insira o cristão nos mistérios da fé pela participação na comunidade. Esse processo implica entender de forma integrada a preparação ao Batismo, a Confirmação e a Crisma.

 

 

É urgente desenvolver em nossas comunidades um processo de Iniciação à Vida Cristã que comece pelo querigma e que, guiado pela palavra de Deus, conduza a um encontro pessoal, cada vez mais, com Jesus Cristo. Não é possível ficar tranquilo ao saber que depois de dois ou quatro anos de catequese, crianças e adolescentes recebam os sacramentos e abandonem a vida da Igreja. Algo está faltando. Igualmente estranho é saber que lideranças de comunidades e até catequistas possam ter posições contrárias ao Evangelho e ao ensinamento da Igreja quando confrontados com questões como aborto, opção pelos pobres ou comunhão com o Papa. Uma autêntica Iniciação à Vida Cristã supõe uma renovação de toda comunidade eclesial que se converta ao Evangelho, forme discípulos e assim possa adequadamente suscitar novos seguidores de Cristo.

 

IHU On-Line - Quais são hoje os principais desafios da Igreja brasileira em relação à catequese, especialmente quando é ministrada por leigos?

Leomar Brustolin - Os desafios são variados e cada região do país tem suas próprias preocupações para transmitir a fé e para ir ao encontro daqueles que vivem afastados da comunidade eclesial. Mas creio que um desafio geral e urgente é uma conversão pastoral que priorize em toda ação catequética o querigma, o primeiro e fundamental anúncio que proporciona o encontro pessoal com Jesus Cristo.

O Papa Francisco na Evangelii Gaudium, atento aos desafios pastorais, sustenta que o querigma deve ocupar o centro da atividade evangelizadora e de toda a tentativa de renovação eclesial (EG 164). Em Amoris Laetitia o Papa Francisco prioriza o querigma como a ação mais importante na evangelização e defende que toda formação cristã é prioritariamente o aprofundamento do querigma.

Sobre o primado deste encontro com Jesus, Francisco recupera as palavras de Bento XVI: “ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo” (EG 8).

Esse acento no primeiro anúncio parte da constatação de que há muitos batizados que não vivem as exigências de seu Batismo, perderam o senso de pertença à Igreja e já não sentem a consolação da fé. Igualmente desafia a quantidade de pessoas que não conhecem Jesus Cristo ou que sempre o recusaram (cf. EG 14).

 

Catequese, missão e Igreja em saída

A realidade pastoral urge pela missão, pela Igreja em saída que alcança as periferias geográficas e existenciais para levar o querigma, sem pressupor ou dar por descontado nada em questão de fé, apenas considerar a presença do Cristo que precede ao catequista no ato de evangelizar.

Em 1992, em Santo Domingo, já se constatava que a catequese não chegava a todos e se tornara incapaz de transformar a vida das pessoas. Por isso é preciso propor uma evangelização orientada para a periferia que implica numa perspectiva missionária de sair do fechamento do pequeno grupo. Essa saída é condicionada pela postura de quem busca proximidade, diálogo e acolhida que não condena o interlocutor.

 

IHU On-Line - Na Carta Apostólica, o Papa diz: "Convém que, ao ministério instituído de Catequista, sejam chamados homens e mulheres de fé profunda e maturidade humana, que tenham uma participação ativa na vida da comunidade cristã, sejam capazes de acolhimento, generosidade e vida de comunhão fraterna, recebam a devida formação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica, para ser solícitos comunicadores da verdade da fé, e tenham já maturado uma prévia experiência de catequese". Quais são os desafios particulares a esses aspectos? Como avançar tanto na acolhida quanto na formação, para que os novos catequistas possam catequizar?

Leomar Brustolin - Certamente a instituição do ministério do catequista revisará nosso estilo de formação de catequistas. Esta deverá ser cada vez mais consistente, levando à conversão pessoal e comunitária e supondo um senso de pertença e comunhão eclesiais que capacitem o catequista para ser uma testemunha da fé cristã num mundo plural. Falará com seu exemplo e ensinará com a sabedoria do Espírito.

 

 

Dos catequistas dependerá a formação dos catecúmenos e catequizandos para que tenham uma fé viva, sólida e completa. Essa formação não dependerá, contudo, somente dos catequistas. Trata-se de uma ação conjunta entre a família e a comunidade, pois, segundo o Papa Francisco na Amoris Laetitia, as comunidades cristãs são chamadas a dar o seu apoio à missão educativa das famílias, particularmente através da catequese de iniciação. Para favorecer uma educação integral, precisamos reavivar a aliança entre a família e a comunidade cristã (AL 279).

 

IHU On-Line - O Papa alerta para o risco de se clericalizar a instituição da catequese. Quais os riscos da clericalização nesses serviços dentro da Igreja? Como enfrentar as armadilhas da clericalização em diversos espaços da Igreja?

Leomar Brustolin - A maioria dos membros do Povo de Deus é constituída por leigos. Os ministros ordenados, em minoria, estão intimamente relacionados a esta maioria, a quem servem para que vivam na graça. Embora tenha aumentado, após o Concílio Vaticano II, a consciência da identidade e missão dos cristãos leigos, ainda restam desafios.

O Papa Francisco com insistência tem reagido contra o mal do clericalismo que se desvia de uma adequada compreensão da eclesiologia total do Povo de Deus. O clericalismo é a atitude que anula a personalidade dos cristãos e tende a diminuir e a subestimar a graça batismal que o Espírito Santo confere a cada cristão. Isso ocorre porque, em alguns casos, os leigos “não se formaram para assumir responsabilidades importantes, noutros por não encontrar espaço nas suas Igrejas particulares para poderem exprimir-se e agir, por causa dum excessivo clericalismo que os mantém à margem das decisões” (EG 102).

O sacerdócio comum dos fiéis supõe um maior protagonismo do laicato e uma melhor compreensão do sacerdócio ordenado como dom para fazer toda a Igreja, Corpo de Cristo. Sem esse aprofundamento, multiplicamos ministérios sem a adequada compreensão de que eles são serviços e não status.

 

 


IHU On-Line - A catequese e a proclamação do Evangelho a toda criatura, tal como Cristo determinou aos apóstolos, são vistas, por parte do mundo, como uma imposição da Igreja para que o mundo se adeque à sua doutrina, aos sacramentos e aos seus ensinamentos, e não como o anúncio da Boa Nova. Quais são as causas dessa interpretação e como a Igreja pode, através da própria catequese, responder a essa visão? Como pensar a catequese em um mundo secularizado?

Leomar Brustolin - Não é possível transmitir a fé às novas gerações ensinando primeiramente costumes, fórmulas ou práticas religiosas. Em primeiro lugar esta é uma relação de proximidade, encontro e diálogo que suscita uma postura: acolher o chamado de Jesus: “vinde e vede”. Jesus é a Verdade que ilumina todo ser humano que vem a este mundo. A iniciação cristã não tem outra missão que não seja a de introduzir a pessoa na dinâmica do encontro com Jesus. O encontro pessoal com Cristo, contudo, não pode separar-se do encontro comunitário com aqueles que percorrem o mesmo caminho. A fé cristã não propõe somente uma relação entre o “eu” e o “tu”, ela também se relaciona ao “nós”. Não há fé que não seja vivida na Igreja, em comunidade. Por isso a fé cristã exige que o “eu” se encontre no “nós”.

 

 

IHU On-Line - Que desafios e oportunidades as transformações socioculturais deste século, sobretudo as geradas pelas redes sociais, oferecem aos catequistas?

Leomar Brustolin - A ousadia do ministro catequista supõe uma “igreja em saída”, afinal não é possível propor uma catequese alheia às periferias geográficas e existenciais. O anúncio de Jesus Cristo tem desdobramentos que implicam na participação social do cristão, não se trata de uma catequese que forma apenas ad intra: no próprio coração do Evangelho, aparece a vida comunitária e o compromisso com os outros. O conteúdo do primeiro anúncio tem uma repercussão moral imediata, cujo centro é a caridade.

A catequese, portanto, precisa ter um olhar diferenciado para com os pobres, seja pela abertura que têm à fé, seja pela necessidade que sentem de Deus, afinal, não podemos deixar de lhe oferecer a sua amizade, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta de um caminho de crescimento e amadurecimento na fé. A opção preferencial pelos pobres deve traduzir-se, principalmente, numa solicitude religiosa privilegiada e prioritária (EG 200).

O aspecto comunitário e social da catequese querigmática se enraíza numa proposta moral que visa mais o seguimento de Jesus Cristo do que apenas obediência a normas e regras. Trata-se de propor um novo estilo de vida com acento propositivo: mais do que como peritos em diagnósticos apocalípticos ou juízes sombrios que se comprazem em detectar qualquer perigo ou desvio, é bom que nos possam ver como mensageiros alegres de propostas altas, guardiões do bem e da beleza que resplandecem numa vida fiel ao Evangelho (EG 168).

Sobre as novas oportunidades para interagir com as redes sociais, a práxis catequética deverá se concentrar numa mistagogia atenta às novas linguagens e expressões culturais que revelam novos horizontes de compreensão do ser humano contemporâneo. Afinal, diz Francisco, é preciso ter a coragem de encontrar os novos sinais, os novos símbolos, uma nova carne para a transmissão da Palavra, as diversas formas de beleza que se manifestam em diferentes âmbitos culturais, incluindo aquelas modalidades não convencionais de beleza que podem ser pouco significativas para os evangelizadores, mas tornaram-se particularmente atraentes para os outros (EG 167). Isso implica uma maior atenção às novas linguagens para poder comunicar a experiência de encontro com o mistério. Será preciso encontrar formas eficazes para que homens e mulheres de hoje possam reconhecer a permanente novidade das verdades cristãs que oferecem novo sentido à vida humana.

 

Logo do Ano Inaciano.

 

IHU On-Line - Diversos blogs, páginas no Facebook e canais do Youtube propõem-se a "catequizar" e "fiscalizar a fé", motivando por vezes conflitos e deslegitimação dos ministérios e pastorais vividos nas dioceses, paróquias e comunidades. Qual o papel do catequista nesse contexto? Como fazer a ponte entre o ensino catequístico que vem "de fora" e o "da comunidade"?

Leomar Brustolin - Precisamos entrar na ambiência digital para comunicar a fé. Não é suficiente denunciar o que está desalinhado com o Concílio Vaticano II, o Papa e a CNBB. É preciso propor caminhos de pertença e comunhão que permitam aos internautas fazerem a escolha. Esse novo areópago digital, porém, exige capacidades que ainda nos desafiam: preparação técnica e linguagem atualizada. A necessidade de uma revisão da linguagem na catequese foi mencionada em 1968 em Medellín, mas é em Aparecida que o episcopado latino-americano insistirá na carência de uma linguagem significativa na catequese atual. A mistagogia implica traduzir as expressões da fé de significado imutável em linguagem capaz de ser entendida pelas novas gerações que esperam acolher a nossa tradição em meio às mudanças culturais que assistimos.

 

IHU On-Line - Quais catequistas inspiram o senhor no exercício da catequese?

Leomar Brustolin - Ainda hoje ressoa em mim o exemplo dos catequistas que nessa pandemia superaram a incerteza, o medo e o cansaço para fazer o que era possível na arte de cuidar dos seus catequizandos. A criatividade expressa ousadia apostólica em tempos de provação. Recordo aqueles catequistas que, não sem muito esforço pessoal, migraram da presencialidade para a digitalidade para oferecer um mínimo de formação na fé aos seus catequizandos. Tenho presente aquelas catequistas que caminharam mais de cinco quilômetros a pé, para ir até a casa dos seus catequizandos e deixar no portão das casas uma sacola com algumas atividades catequéticas em tempos de pandemia. Elas cuidaram de não apagar a chama que ainda fumega. Elas ensinaram muito mais porque saíram de si e foram ao encontro do outro, levando um cuidado característico do Bom Pastor. São testemunhas de ministérios exercidos com generosidade, gratuidade e invencível caridade pastoral. Agora, podemos contemplá-los como ministros de uma Igreja em saída.

  

Nota do Instituto Humanitas Unisinos – IHU

De 04 de junho a 10 de dezembro de 2021, o IHU realiza o XX Simpósio Internacional IHU. A (I)Relevância pública do cristianismo num mundo em transição, que tem como objetivo debater transdisciplinarmente desafios e possibilidades para o cristianismo em meio às grandes transformações que caracterizam a sociedade e a cultura atual, no contexto da confluência de diversas crises de um mundo em transição.

 

XX Simpósio Internacional IHU. A (I)Relevância pública do cristianismo num mundo em transição

 

 

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