Por: André | 17 Mai 2013
O cardeal Philippe Barbarin surpreendeu ao evocar as condições da intercomunhão em seu discurso na abertura do 1º Sínodo da Igreja Protestante Unida da França, que aconteceu no sábado, 11 de maio, no grande templo de Lyon e que reuniu diferentes personalidades religiosas.
A reportagem é de Marie-Lucile Kubacki e publicada pela revista francesa La Vie, 11-05-2013. A tradução é do Cepat.
Em um discurso pronunciado por ocasião da abertura do 1º Sínodo da Igreja Protestante Unida da França, no sábado, 11 de maio, o cardeal Barbarin, arcebispo de Lyon, evocou a reflexão sobre as condições de hospitalidade eucarística, suscitando certa emoção. “Que condições reunir numa Igreja para acolher na comunhão eucarística todos aqueles que respeitam sua fé e que atuam em comunhão espiritual com sua própria Igreja? Às vezes, meu espírito voa imaginando um cenário totalmente inesperado que viria de Deus, queimando etapas, para restabelecer a unidade tão desejada”.
Pouco antes, Barbarin se perguntava sobre a próxima etapa na direção da unidade dos cristãos e declarou: “Eu poderia dar a resposta no estilo do discurso ‘I have a dream’, evocando algumas iniciativas que me vêm à mente, como um sonho. Eu penso em um irmão e amigo, padre ortodoxo, que me pediu recentemente para celebrar o batismo de seu último filho. Seria difícil estabelecer as condições desta celebração respeitando as diferenças das nossas tradições?”.
Esta menção da intercomunicação interpelou, particularmente, o pastor Laurent Schlumberger, primeiro presidente da Igreja Protestante Unida da França que, depois da coletiva de imprensa, declarou: “O que ele propôs é a hospitalidade eucarística. E o que o cardeal Barbarin, que é uma figura exponencial do catolicismo, propõe, é um progresso maior”.
O cardeal Barbarin não falou explicitamente em hospitalidade eucarística, mas ele, assim mesmo, convidou para refletir sobre os dois critérios para a intercomunicação: eu conheço e respeito os critérios da fé que me acolhe? Eu aceito as condições que a minha Igreja me coloca?
A hospitalidade eucarística é um tabu. Com efeito, embora existam casos de não católicos que comungam nas missas católicas, esses casos são excepcionais e a Igreja católica não pratica a acolhida eucarística de não católicos de maneira habitual.
A Comissão Episcopal Francesa definiu, em 1983, as condições que tornam possível a acolhida de protestantes: “No caso em que padres e fiéis católicos acolhem irmãos protestantes na mesa eucarística, uma hospitalidade autêntica supõe, da parte destes últimos, uma real necessidade ou demonstrado desejo espiritual, laços de comunhão fraterna profundos e contínuos com os católicos (assim como são vividos em alguns lares mistos e em alguns grupos ecumênicos permanentes), ausência de ambiguidades quanto à dimensão sacrificial do memorial, quanto à presença real e à relação entre comunhão eucarística e comunhão eclesial, enfim um compromisso ativo a serviço da unidade que Deus quer”.
A proposição de reflexão desejada pelo cardeal Barbarin permitirá, portanto, ir mais longe. Segundo esses critérios, segundo o cardeal, não se exigiria de um protestante que participasse de uma missa católica que cresse na presença real nas espécies, mas que respeitasse o fato de que os católicos creem nisso.
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Unidade dos cristãos. Cardeal francês dá um passo rumo à intercomunhão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU