Bispos alemães criticam Apple e Facebook por financiarem o congelamento de óvulos de funcionárias

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03 Novembro 2014

As ofertas das gigantes da internet Apple e Facebook de pagar pelo congelamento de óvulos de funcionárias de forma que elas possam se focar em suas carreiras foram duramente criticadas pelos bispos alemães.

A reportagem é de Christa Pongratz-Lippitt, publicada pelo The Tablet, 30-10-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

O cardeal Reinhard Marx, presidente da Conferência dos Bispos da Alemanha, disse que adiar o nascimento de filhos por propósitos profissionais via congelamento de óvulos não tem nada a ver com a liberdade individual. Falou que se trata de embutir o nascimento dos filhos no processo econômico e tornar possível a produção deles “no último instante”.

Dom Heiner Koch, bispo da Diocese de Dresden-Meissen, responsável pelos assuntos da família na Conferência dos Bispos, disse que oferecer às mulheres a possibilidade de adiar a concepção de filhos desta forma sinalizou que estes são de uma importância secundária em relação aos requisitos profissionais e que uma carreira e uma família não são compatíveis – um sinal que, segundo ele, estava “totalmente errado”.

Dom Anton Losinger, bispo auxiliar da Diocese de Augsburg e membro do Conselho Alemão de Ética, falou que tais propostas somente servem para o objetivo de “maximizar o mercado de trabalho e os lucros econômicos”. Serão as mulheres que, mais tarde, vão suportar os riscos e carregar o fardo dos procedimentos médicos, alertou.

É inaceitável, continuou Losinger, que o desejo de uma mulher em ter filhos esteja subordinado a otimizar os lucros econômicos de um negócio.

O Pe. Karl Jüsten, chefe da secretaria dos bispos para as relações com o governo alemão, afirmou que dar às mulheres a opção de congelar seus óvulos levaria a uma fertilização in vitro, o que é proibido pela Igreja.

“O congelamento de óvulos não vai fazer ter uma família ser algo mais compatível com uma carreira profissional. Pelo contrário, esta prática despoja a família da vida diária de trabalho. Em vez de incentivar as funcionárias a adiar a gravidez, os empregadores deveriam acolher a ideia de conceber crianças”, disse Stefan Becker, presidente da Associação Alemã da Família Católica.

Desde o início deste ano, o Facebook pagou a funcionárias nos EUA até 20 mil dólares para congelar os seus óvulos, e a Apple quer seguir o exemplo a partir de janeiro de 2015.