16 Abril 2021
O delegado da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, disse nessa quinta (15), em entrevista à GloboNews, que a situação do desmatamento na região norte do país “não tem precedentes”. Ele apresentou, na quarta-feira (14), uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim, e o senador de Roraima, Telmário Mota (PROS-RR).
A reportagem é de Marília Sena, publicado por Congresso em Foco, 15-04-2021.
Nesta quinta (15), Alexandre Saraiva perdeu o cargo e foi substituído pelo delegado Leandro Almada. A troca deve ser oficializada em breve pela PF.
Saraiva reforçou que as atividades do Ibama estão sendo desviadas no combate ao desflorestamento. “O Ibama sempre foi parceiro da Polícia Federal no combate à extração de madeira ilegal. O que está acontecendo agora não tem precedentes”, disse.
O delegado disse ainda que não tem apego ao cargo de liderança na PF e está apenas “seguindo a lei”. “Não fiz concurso para superintendente da PF. Sou delegado da PF, não tenho apego ao cargo. Sigo a lei”.
Alexandre Saraiva ressaltou que o combate ao desmatamento no Brasil é uma questão de estratégias de inteligência com baixo custo, mas que deve ser posto em prática de forma ágil. “Nós não chegamos nessa situação do dia para a noite e nem vamos sair da noite para o dia.”
“Precisamos atacar a emissão do Documento de Origem Florestal (DOF) que autoriza a extração de madeira. É possível combater o desmatamento ilegal com menos gastos e mais eficiência”, disse.
O Meio Ambiente é uma das pautas principais que podem gerar acordos internacionais entre o Brasil e os Estados Unidos. O secretário dos EUA para temas da América Latina, Juan Gonzáles está em viagem até esta quinta-feira (15) entre países latinos. Ele participou de encontros na Venezuela, Colômbia, Argentina e Uruguai. Gonzáles não teve agenda com o Brasil.
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Delegado denuncia Salles por desmatamento “sem precedentes” e é demitido - Instituto Humanitas Unisinos - IHU