26 Abril 2024
- Em um comunicado, os bispos Gregor Maria Hanke, Stefan Oster, Rudolf Voderholzer e o cardeal Rainer Maria Woelki insistem que Roma “já havia deixado claro que o Concílio Sinodal, tal como previsto e formulado na resolução do Caminho Sinodal, não é compatível com a constituição sacramental da Igreja".
- Os estatutos da Comissão Sinodal já haviam sido aprovados em novembro pela Comissão Central dos Católicos Alemães (ZdK) e deveriam ser endossados pelo episcopado em fevereiro. No entanto, o tema foi retirado da agenda, até que os bispos alemães se reunissem com a Cúria Romana e concordassem num caminho consensual.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 14-04-2023.
Eles permanecem instalados no “não” e acusam a grande maioria dos bispos alemães de ir contra as orientações de Roma. Os bispos de Eichstätt, Colônia, Passau e Regensburg recusaram-se a participar da Comissão Sinodal, cujos estatutos foram aprovados na segunda-feira passada pela Igreja alemã, conforme relatado no site Kahtolisch.
Em um comunicado, os bispos Gregor Maria Hanke (Eichstätt), Stefan Oster (Passau), Rudolf Voderholzer (Regensburg) e o cardeal Rainer Maria Woelki (Colônia) insistem que Roma “já havia deixado claro, uma e outra vez, que o “Concílio Sinodal, tal como previsto e formulado na resolução do Caminho Sinodal, não é compatível com a constituição sacramental da Igreja".
Algumas palavras duras com as quais os quatro se recusam mais uma vez a participar na Comissão Sinodal, cujo objetivo é estabelecer um Conselho Sinodal até 2026, no qual bispos e leigos abordariam possíveis reformas para a Igreja do país. Algo que entra em conflito com a posição do Vaticano e com a nuance levantada pelos bispos alemães, que garantiram em mais de uma ocasião que nenhum tipo de modificação será realizada sem o aval de Roma.
“Os quatro bispos mencionados também não partilham a opinião jurídica de que a Conferência Episcopal Alemã é o órgão responsável pela Comissão do Sínodo se quatro membros da Conferência não apoiarem a comissão”, acrescenta o comunicado, que insiste que esperarão até o fim do Sínodo Mundial para decidir “como passos podem ser dados em direção a uma Igreja mais sinodal, em harmonia com a Igreja universal”.
Como recordaremos, os estatutos da Comissão Sinodal já tinham sido aprovados em novembro pela Comissão Central dos Católicos Alemães (ZdK), e deveriam ser aprovados pelo episcopado em fevereiro. No entanto, o tema foi retirado da agenda, até que os bispos alemães se reunissem com a Cúria Romana e concordassem num caminho consensual.
Leia mais
- Vaticano e bispos católicos alemães chegam a um compromisso sobre o Caminho Sinodal — por enquanto
- Sinodalidade e riscos de divisões internas, bispos alemães e Vaticano em diálogo
- Os bispos alemães chegam a um acordo com a Cúria Romana: os falcões “redde rationem” marginalizados
- O Vaticano e a Igreja Alemã concordam em continuar o Caminho Sinodal, sujeito “à aprovação da Santa Sé”
- Helmut Dieser, copresidente do Caminho Sinodal: “Tenho a impressão de que não somos bem compreendidos em Roma”
- Por que o Papa Francisco não quer repetir o “Caminho Sinodal” alemão
- Müller exige do Vaticano uma “visita apostólica” à Igreja alemã ao longo do Caminho Sinodal
- Roma freia o Caminho Sinodal alemão
- Pessimismo (e raiva) da Comissão Sinodal alemã após o golpe de autoridade dos cardeais da Cúria
- Carta de Roma aos bispos alemães: “A missão do bispo está em risco”
- Sobre os mal-entendidos entre o Vaticano e a Igreja alemã
- Alemanha, sinal de pare ao Comitê Sinodal
- Os leigos alemães colocam seus bispos em apuros: ou estão com o Vaticano ou com eles
- Bätzing lamenta que o Vaticano “atrase” as negociações com os bispos alemães sobre o Caminho Sinodal
- Alemanha-Vaticano: disputa sobre o “Conselho Sinodal”
- Papa critica a recepção fria da Igreja na Alemanha à sua carta sobre o Caminho Sinodal
- A carta do Papa à Igreja alemã. Um comentário
- O Papa à Igreja alemã: aviar processos, não procurar resultados midiáticos desprovidos de maturidade
- Carta do Papa aos bispos alemães provoca diferentes respostas
- Carta do Papa à Igreja alemã: elogio e leve crítica
- Francisco e o Sínodo “elitista” da Alemanha: por que a crítica do papa é tão surpreendente. Artigo de Massimo Faggioli
- Caminho Sinodal alemão: cartas, acusações e ressentimentos
- “Amor não fraterno”: bispo alemão denuncia carta do arcebispo polonês ao Papa Francisco protestando contra reformas alemãs
- O Papa: compartilho as preocupações sobre os desenvolvimentos da Igreja na Alemanha
- Oito bispos ausentes na reunião do comitê sinodal da Alemanha
- Teólogos leigos homens e mulheres agora podem realizar batismos em diocese alemã
- O Caminho Sinodal alemão é uma “fonte de esperança” para os católicos transgêneros, escreve delegada
- Caminho Sinodal alemão: sim à bênção dos casais do mesmo sexo
- Caminho Sinodal: católicos alemães não querem recuar no conflito com Roma
- Kasper admite que o Papa concorda com as “preocupações” do Caminho Sinodal alemão, embora tema que elas “ponham em perigo a unidade” na Igreja
- “Reservas extremas contra o caminho sinodal alemão. Entrevista com Jürgen Erbacher
- A ordenação de padres homossexuais, uma nova exigência do Caminho Sinodal Alemão
- A declaração do Vaticano. O Caminho Sinodal Alemão corre o risco de morrer
- “Roma não se preocupa com o Caminho Sinodal Alemão, é uma expressão da sinodalidade da Igreja”, afirma cardeal Grech
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Os bispos de Eichstätt, Colônia, Passau e Regensburg recusam-se a fazer parte da Comissão Sinodal - Instituto Humanitas Unisinos - IHU