04 Novembro 2021
“Se ele tivesse visto o nome de Carlo Maria Viganò, teria imediatamente se negado a assinar”, afirmou uma fonte próxima ao cardeal Robert Sarah.
A reportagem é de Jordi Pacheco, publicada por Religión Digital, 03-11-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
A forte oposição ao ‘motu proprio’ publicado no último 16 de julho, com o qual o Papa Francisco limitava o uso das missas do rito anterior ao Concílio Vaticano II (1962-1965), chegou ao formato de livro e de um modo não isento de polêmica.
A última desordem organizada contra Bergoglio chega concretamente dos EUA, através de uma obra de liturgia editada, segundo revela a agência de notícias I.Media, sem que os diversos autores tenham sido devidamente informados do conteúdo real do projeto editorial.
Entre as pessoas que teriam se sentido traída pela editora encontra-se o prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, o cardeal Robert Sarah, e o jornalista Christophe Geffroy. Ambos asseguram que não foram informados da presença de outro dos mais fervorosos opositores de Francisco no livro, o arcebispo Carlo Maria Viganò.
“Se tivesse visto o nome de Viganò, teria recusado imediatamente”, asseguraram à I.Media fontes próximas do cardeal guineense, que afirma sentir que ele foi “enganado e traído” e que desconhecia a “intenção belicosa” da obra.
O cardeal, segundo a fonte, concordou em publicar sua entrevista sem imaginar que sua palavra seria “manipulada” por um “grupo politizado” com o qual se declarou em “total desacordo”. Ainda, acrescentou que provavelmente os outros cardeais também tenham sido enganados.
Editado pelo escritor americano Peter A. Kwasniewski, esta coleção de respostas à Carta Apostólica do Papa é intitulada: “From Benedict’s Peace to Francis’s War: Catholics Respond to the Motu Proprio ‘Traditionis Custodes’ on the Latin Mass” (“Da paz de Bento XVI à guerra de Francisco: Católicos respondem ao Motu Proprio ‘Traditionis Custodes’ sobre a Missa em latim”, em tradução livre) e reúne 70 textos de 45 autores, entre os quais outros cardeais como Gerhard Müller, Raymond Burke, Walter Brandmüller e Joseph Zen.
Contatado por I.Media, o editor do livro Peter A. Kwasniewski não respondeu. Este teólogo, especialista em liturgia e compositor de música sacra, colabora regularmente com vários sites católicos conservadores dos Estados Unidos.
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Cardeal Robert Sarah “enganado e traído”, assegura desconhecer a “intenção belicosa” do mais recente livro de ataques ao Papa Francisco – o qual consta sua assinatura - Instituto Humanitas Unisinos - IHU