Charles de Foucauld: um caminho atual. Artigo de Bernard Ardura

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01 Dezembro 2016

“O homem silencioso do Saara, homem de adoração e de oração, que se fez ‘irmão universal’, sempre acolhedor para com todos, se propunha a ‘gritar o Evangelho sobre os telhados com toda a minha vida’. Esse foi o caminho aberto pelo ‘missionário isolado’, cujo exemplo inspirou e continua inspirando inúmeros pastores e fiéis.”

A reflexão é do padre francês Bernard Ardura, postulador da causa de canonização do Bem-aventurado Charles de Foucauld e presidente do Pontifício Comitê de Ciências Históricas. O artigo foi publicado no jornal L’Osservatore Romano, 30-11-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

A um século do fim da sua vida terrena, Charles de Foucauld nos propõe um caminho mais do que nunca atual para a difusão do Evangelho, a primeira tarefa confiada por Jesus aos Seus discípulos. Missionário no mais profundo da sua alma, Charles de Foucauld, ainda em 1902, ou seja, alguns meses depois da sua chegada em Beni Abbès, se dá conta de que se encontra no meio de uma guarnição militar francesa cujos membros são majoritariamente indiferentes à religião. O mundo ao seu redor, além disso, é inteiramente muçulmano.

Charles, então, parte da parábola da ovelha perdida, mas de um ponto de vista radicalmente diferente: “Ocupar-me especialmente das ovelhas perdidas. Não deixar as 99 ovelhas perdidas para me manter tranquilamente no redil com a ovelha fiel. Correr atrás das ovelhas perdidas, como o bom pastor”.

Ecoando esses pensamentos de Charles de Foucauld, o Papa Francisco comentava, no dia 17 de junho de 2013, a mesma parábola, dirigindo-se aos participantes do Congresso Eclesial da Diocese de Roma: “Ah! É difícil. É mais fácil ficar em casa, com uma única ovelha sozinha! É mais fácil com essa ovelhinha, penteá-la, acariciá-la... Mas nós, padres, e vocês, cristãos, todos: o Senhor quer que sejamos pastores, e não penteadores de ovelhinhas. Pastores!”.

O homem silencioso do Saara, homem de adoração e de oração, que se fez “irmão universal”, sempre acolhedor para com todos, se propunha a “gritar o Evangelho sobre os telhados com toda a minha vida”. Esse foi o caminho aberto pelo “missionário isolado”, cujo exemplo inspirou e continua inspirando inúmeros pastores e fiéis.

Quando Charles de Foucauld elabora os Estatutos da congregação, da qual há anos trazia o projeto no coração, ele resume em poucas palavras um ideal missionário, que parte de uma convicção: todo batizado é convidado a viver como Jesus. “Em todas as coisas, perguntarmo-nos o que Jesus faria no nosso lugar, e fazê-lo”.

Ao elaborar os Estatutos, Foucauld fixa as prioridades: “Amor fraterno de todos os homens: ver Jesus em cada ser humano; em cada alma, ver uma alma a salvar; em cada homem, ver um filho do Pai celeste; ser caridoso, benevolente, humilde, corajoso com todos; rezar por todos os homens, oferecer os próprios sofrimentos por todos, ser um modelo de vida evangélica, mostrar através da própria vida o que é o Evangelho... fazer tudo para todos para ganhar todos para Jesus”.

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