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Ailton Krenak: “A exploração de petróleo na foz do Amazonas nos leva à distopia, a um ponto sem retorno”

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10 Novembro 2025

O único membro indígena da Academia Brasileira de Letras se manifesta contra a COP30 da ONU, que, segundo ele, foi "sequestrada" por interesses econômicos: "O clima virou mercado", afirma.

A reportagem é de Bernardo Gutiérrez, publicada por El País, 09-11-2025.

“O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) consegue medir o impacto de um veículo em São Paulo, mas não inclui o impacto de mísseis lançados contra a Ucrânia e Gaza. Um míssil não tem efeito algum sobre o clima?” Ailton Krenak — pensador, artista e um dos mais proeminentes porta-vozes dos povos indígenas do Brasil — fala com uma voz envolvente. Ele apresenta críticas contundentes com delicadeza. “A COP30 está sendo esvaziada pelas potências que estão em guerra. Quem governa o mundo é quem tem armas. A guerra impulsiona a economia”, afirma ele em um hotel de São Paulo, próximo à exposição dedicada à sua obra artística e intelectual no Itaú Cultural.

Krenak, como é carinhosamente conhecido no Brasil, está pessimista em relação à COP30, que será realizada em Belém de 10 a 21 de novembro, pela primeira vez no bioma amazônico. Ele não comparecerá em sinal de protesto. Não quer que seu nome seja associado à COP. É particularmente crítico da perfuração de petróleo que o governo brasileiro acaba de autorizar perto da foz do rio Amazonas: “Depois de extrair milhões de barris de petróleo da foz do Amazonas, não haverá transição energética possível; será um desastre”, afirma categoricamente, culpando diretamente Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil.

A autoridade moral de Ailton Krenak (Itabirinha de Mantena, 72 anos) é fruto de prestígio acumulado. Se ele não tivesse proferido um discurso performático no Congresso brasileiro em 4 de setembro de 1987, pintando o rosto com genipó em sinal de luto, os direitos indígenas não teriam sido protegidos pela Constituição brasileira de 1988. Os deputados e senadores, hipnotizados por seu terno branco e rosto pintado de preto, prestaram atenção. A mídia o estampou em suas capas. E a emenda à proposta de Constituição elaborada pela União dos Povos Indígenas (UNI), organização que ele ajudou a fundar, foi aprovada. A voz de Krenak não teria tanta força se alguns de seus livros, Ideias para posgar el fin del mundo (2021) e Futuro ancestral (2025), não fossem best-sellers.

Climatologista Carlos Nobre diz que não se justifica fazer nenhuma nova exploração de petróleo e explica: “Se explorar todo o petróleo nos poços que já existem, vamos chegar a 2050 ainda emitindo 9 a 10 bilhões de toneladas de gás carbônico, tornando impossível manter a… pic.twitter.com/yEP4r6SbaN

— GloboNews (@GloboNews) November 9, 2025

Agora, o pensador indígena mais influente do Brasil denuncia a mercantilização da conferência climática da ONU. “A COP30 foi sequestrada por uma perspectiva econômica. O clima se tornou um mercado. A COP deixou a ecologia de lado e adotou a perspectiva dos serviços ambientais”, afirma Krenak. Em sua opinião, é urgente criar um novo tratado entre os seres humanos e o que antes era chamado de natureza: “O ambientalismo se desgastou porque insistia em colocar os humanos no centro e todos os outros no meio ambiente”, explica. Ele sugere que, em vez de realizar conferências climáticas, “um grande encontro seja convocado para discutir a ecologia do planeta e a crise na relação entre os seres humanos e outros organismos não humanos”.

Ailton Krenak, cujo grupo étnico é originário do sudeste do Brasil, está extremamente preocupado com a devastação da Amazônia: “Ela faz parte de um organismo muito sensível. Se sofrer danos irreparáveis ​​e chegar ao ponto de não retorno, as consequências serão globais. As chuvas e os fenômenos que regulam o clima do planeta serão alterados.” Krenak também exige o fim da exploração de combustíveis fósseis. “Ainda não entendemos que precisamos de uma transição na forma como todo o planeta produz”, afirma.

Na opinião dele, extrair petróleo na foz do rio Amazonas seria desastroso: “Significa fazer uma transição mais tarde, destruindo o planeta agora. Isso nos levaria diretamente a uma distopia, a um desastre monumental sem volta”. Krenak culpa diretamente o presidente Lula, que, segundo ele, pressionou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para agilizar as licenças ambientais para o projeto de extração de petróleo: “Vivemos em um sistema presidencialista. O presidente toma as decisões”, destaca.

Soluções urgentes

Krenak é um sobrevivente. Seu povo está entre os mais perseguidos da história. Após uma sucessão de massacres e perseguições, eles finalmente se estabeleceram no vale do Rio Doce, no estado de Minas Gerais. A chegada da mineradora Companhia Vale do Rio Doce em 1942 — hoje Vale, a maior produtora mundial de minério de ferro — contaminou o rio e devastou ainda mais uma região já assolada pela pecuária. Em 1969, a ditadura militar construiu o Reformatório Krenak em suas terras, um campo de concentração para indígenas de todo o Brasil. Sua família fugiu para o estado do Paraná, mais ao sul. Os Krenak, com suas terras ocupadas e saqueadas, estavam à beira do desaparecimento.

Justo quando sua população se recuperava, chegando a 434 indivíduos em 2014, ocorreram as tragédias do rompimento das barragens de Mariana (2015) e Brumadinho (2019). Toneladas de material tóxico inundaram o Rio Doce, que, nas palavras de Ailton Krenak, ficou em estado vegetativo.

Após décadas vivendo em grandes cidades como São Paulo e Belo Horizonte, onde trabalhou com o movimento indígena, Ailton agora vive novamente na aldeia de Krenak, perto do município de Resplendor. Às margens de seu Watu, seu rio, com um pé firmemente plantado na terra. Quando Krenak aborda a crise planetária, sua fala se torna um pouco mais lenta: “Setenta por cento da cobertura vegetal natural do planeta já está drogada, envenenada. Para produzir, é preciso injetar veneno. O que faz a semente germinar não é mais a força vital, mas o veneno, assim como uma pessoa que usa drogas para andar”, diz ele.

Krenak argumenta que a lógica de mercado das cidades está contaminando tudo: “Há uma tendência colonialista na cidade. É como se (a cidade) estivesse tentando resolver os problemas de um lugar que, na verdade, tem outras necessidades e não quer que o mercado se infiltre no cotidiano de suas comunidades. A cidade envenena os relacionamentos.”

Como antídoto à cidadania, que ele acredita carregar um fardo colonial, Krenak propõe o conceito de "florestamento". "A floresta era considerada um não-lugar. Era preciso desmatar a floresta, abrir uma clareira, criar uma cidade, uma vila, para ter cidadania", afirma o pensador. Portanto, ele sugere uma troca benéfica entre a floresta e a cidade: "Aqueles que vivem na floresta [na selva] reivindicam um tipo de cidadania que é o florestamento. Aqueles que vivem na cidade, já exaustos, reivindicam uma floresta. Assim, temos algo em comum."

O livro Futuro Ancestral começa com uma imagem que destaca a natureza cíclica do tempo compartilhada por muitas culturas indígenas. Um grupo de crianças da etnia Yudjá rema em uma canoa no rio Xingu, um afluente do Amazonas. “Nossos pais dizem que estamos nos aproximando de como as coisas eram no passado”, diz a mais velha. Ao longo do livro, a autora argumenta que a cultura ocidental se especializou em projetar futuros improváveis.

Krenak considera o futuro uma verdadeira fraude perpetrada por homens brancos: “Só existe o presente. Se formos incapazes de dar respostas ao presente, receberemos mais tarde algo que chamamos de futuro, com as falhas daquilo que fomos incapazes de corrigir e cuidar”, argumenta, enfatizando cada palavra. Ele sequer considera a ideia de utopia útil. “Cria-se utopias porque lhes falta coragem para confrontar o presente. Se fizessem o esforço, produziriam respostas para o presente. Trazer essa visão possível para o presente significaria renunciar à máquina de reprodução capitalista”, conclui.

E ele se dedica a nutrir e cultivar o presente. Contra todas as adversidades, crises e marés, ele mantém uma réstia de esperança. Se em seu discurso na Assembleia Constituinte de 1987, Krenak acreditava na possibilidade de construir uma sociedade que respeitasse os mais vulneráveis, em seu discurso de posse para a vaga número 5 da Academia Brasileira de Letras, em 2024, ele enfatizou a importância da resiliência, de retribuir ao mundo cura e bondade, e de ajudar a reconstruir o tecido social.

Para adiar o fim do mundo, ele clama por soluções concretas e urgentes. “Se não fizermos mudanças profundas na forma como a vida é produzida e reproduzida no planeta, estaremos todos condenados. A humanidade está no topo da lista de espécies ameaçadas de extinção. Vamos nos concentrar no prático. Os rios estão secando, os desertos estão se expandindo e as geleiras estão derretendo. Ou somos um organismo vivo em um planeta vivo, ou somos uma pessoa doente em um planeta doente.”

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