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Pedro Casaldáliga vai ao encontro de Cláudio Perani

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14 Agosto 2020

"De Perani e Casaldáliga herdamos o testemunho de pessoas simples e cativantes, corajosas e audaciosas, carregados de ternura e de dureza toda vez que precisaram se posicionar em defesa dos injustiçados desta terra que hoje os têm como sementes que hão de render muitos frutos de libertação", escreve Márcia Maria de Oliveira, professora na Universidade Federal de Roraima – UFRR e assessora da Repam.

 

Eis o artigo.

 

Este artigo é uma resposta a pedidos de amigos que conheceram o Padre Claudio Perani e Dom Pedro Casaldáliga e cultivam por eles grande estima e reconhecimento. Em comum, as duas personagens escolheram o mesmo dia para “atravessar o rio”, como dizemos carinhosamente na Amazônia numa referência ao dia da morte. No dia 8 de agosto, o sacerdote jesuíta Cláudio Perani completava 12 anos de sua “travessia”. Na manhã deste mesmo dia o bispo émerito (aposentado) Dom Pedro Casaldáliga “atravessou o rio Araguaia”. Na manhã de hoje (12 de agosto), seu corpo foi sepultado, ou melhor, “semeado”, como acreditam alguns povos indígenas, no Cemitério Iny (Karajá) à beira do Rio Araguaia, em São Félix do Araguaia, no Mato Grosso.

Sepultamento de Dom Pedro Casaldáliga. (Foto: Raul Vico)

Além de escolherem a mesma data para “atravessar o rio”, ambos foram autênticos defensores da Amazônia e de seus povos. Cláudio Perani acreditava na organização popular como uma verdadeira ferramenta política de libertação. Dizia que para conhecer a Amazônia e seus povos, era preciso “andar pelas florestas, navegar os rios, visitar as casas das famílias indígenas, ribeirinhas, migrantes e empobrecidos nas periferias das grandes cidades da Amazônia e escutar o que o povo tem a falar, porque eles têm as respostas para a transformação”.

Num trecho do último artigo que escreveu, Cláudio Perani afirmava que “o tema sociedade civil, movimentos sociais e ONGs no Brasil é extremamente importante, atual e muito debatido na conjuntura política brasileira. De um lado, a desconfiança em relação à política partidária. Está presente no meio popular um grande pessimismo ao considerar os políticos e suas instituições. De outro lado, afirma-se facilmente que a política não muda nada, que os políticos são corruptos e visam somente seus interesses. Com isso, partidos, Congresso, Governo perdem sua importância e são valorizados outros caminhos políticos como os vários movimentos sociais e outras iniciativas da sociedade civil. São opiniões e afirmações questionáveis, evidentemente, mas que têm seu valor e refletem uma situação concreta em contínua mudança. Simplificando, podemos dizer que, em princípio, será necessário não excluir nenhum caminho político, mas procurar mudar e fortalecer tudo que possa favorecer a organização popular e seu poder”. Afirmava o padre Cláudio em junho de 2008, pouco tempo antes de fazer a sua “travessia”.

Cláudio Perani. (Foto: Divulgação/Portal Jesuítas Brasil)

A confiança na força do povo como caminho de mudança e de profunda transformação da sociedade foi a marca registrada deste jesuíta ítalo-brasileiro, que escolheu o chão da Amazônia para ser “semeado”. Da mesma forma, o hispano-brasileiro Dom Pedro Casaldáliga, que escolheu as margens do Araguaia para ser “semeado”, apostava na organização popular, de modo especial dos povos indígenas e camponeses, como modo de superar toda forma de opressão.

Escritor e poeta, ficou conhecido mundialmente pelo seu modo simples de viver e pela coragem de suas palavras contra o latifúndio e o agronegócio que produzem injustiças sociais cometidas contra os povos indígenas e camponeses. Foi um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), organismos ligados à conferência dos Bispos do Brasil (CNBB).

As poesias de Casaldáliga falavam da América Latina como e uma pátria grande “Ameríndia” ou Abya Yala, que na língua do povo Kuna (Colômbia), significa Terra madura, Terra Viva ou Terra em florescimento e é sinônimo de América. Uma das suas poesias mais conhecidas foi dedicada à Terra sem Males, numa referência ao mito do Povo Guarani, que se transformou num rito intercultural reconhecido e cantado em muitas partes do mundo. Alguns trechos da poesia:

“Eu sou América,
sou o Povo da Terra,
da Terra-sem-males,

o Povo dos Andes,
o Povo das Selvas/Florestas,
o Povo dos Pampas,
o Povo do Mar,
do Colorado,
de Tenochtitlan,
do Machu-Pichu,
da Patagônia,
do Amazonas,
dos Sete Povos do Rio Grande...

Eu sou Apache.
Eu sou Azteca.
Eu sou Aymara.
Eu sou Araucano.
Eu sou Maia.
Eu sou Inca.
Eu sou Tupi.
Eu sou Tucano.
Eu sou Yanomani.
Eu sou Aymore.
Eu sou Irantxe.
Eu sou Karaja.
Eu sou Terena.
Eu sou Xavante.
Eu sou Kaingang.

Eu, Guarani.
E é com canto Guarani
que todo o resto do Continente,
todos os povos do meu Povo,
cantam agora seu lamento.

Irmãos, vindos de fora,
se quereis ser irmãos,
escutai o meu canto! ...
Na Esperança da Terra Prometida,
rejeitamos todas as cadeias
e, com os pés descalços sobre esta Terra nossa,
retomamos a marcha dos mortos redivivos.

Com as claras estrelas dos Povos exterminados,
iluminamos a rota do último Êxodo,
buscando a Terra-sem-males.

Como fogueiras ardendo no coração da noite,
a memória dos Povos perdidos
conduz o passo dos seus filhos.

Pelos Templos sem defesa saqueados,
por todas as Cidades destruídas,
pelos 90 milhões de índios massacrados.
Pelas ruínas do Império do Sol,
pelos Palácios Maias abolidos,
por todo o Povo Azteca escravizado,
pela desolação dos Sete Povos...

Pelo silêncio das flautas e tambores na noite,
pela morte da alma destes Povos,
pela palavra "resignação" dita aos escravos...
Morena de Guadalupe,
Maria do Tepeyac:
Congrega todos os índios
na estrela do teu olhar;
convoca os Povos da América
que querem ressuscitar.

Montezuma!
Atau Walpa!
Tupac Amaru!
Sepé Tiaraju!
Toríbio de Mogrovejo!
Rosa de Lima!
Bartolomé de las Casas!
José de Anchieta!
Roque!
João!
Afonso!
Rodolfo!
Simão Bororo!
João Bosco!
E todos os Patriarcas, Profetas e Mártires
da Causa Indígena!
Prosseguiremos vossa caminhada!

Unidos na Memória
da Páscoa do Senhor
voltamos para a História
com um dever major.
Unidos na memória
da Antiga Escravidão
juramos a Vitória
na nova servidão.
América Amerindia,
ainda na Paixão:
um dia tua Morte
terá Ressurreição!

A Páscoa que comemos
nos nutre de porvir.
Seremos nos teus Povos
o Povo que ha de vir.
Os Pobres desta Terra
queremos inventar
essa Terra-sem-males
que vem cada manhã.
Uirás sempre a procura
da Terra que vira...
Maíra, nas origens.
No fim, Marana-tha!”

(Fragmentos dos Ritos Penitencial e Final da Missa da Terra-sem-Males).

Amados por muitos e odiados por outros, Perani e Casaldáliga cativaram e incomodaram muitas gente. Para muitos, suas vidas foram pura inspiração, suas palavras e escritos foram grandes ensinamentos e orientação. Para outros, foram pura provocação.

Dos dois, herdamos o testemunho de pessoas simples e cativantes, corajosas e audaciosas, carregados de ternura e de dureza toda vez que precisaram se posicionar em defesa dos injustiçados desta terra que hoje os têm como sementes que hão de render muitos frutos de libertação.

 

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