Diálogos sobre ecologia integral entre Carlo Petrini e Francisco

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10 Setembro 2020

A partir de hoje nas livrarias "Terrafutura", que se abre com três longas conversas entre o Papa Francisco e Carlin Petrini. Padre Spadaro: ao longo da história, a Igreja avançou graças a impulsos. Precisamos fomentar discussões.

A reportagem é de Gianni Cardinale, publicada por Avvenire, 09-09-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Terrafutura
Carlo Petrini

Um "diálogo honesto" entre o sucessor de Pedro e um "agnóstico piedoso" sobre a ecologia integral promovida pela encíclica Laudato si'. Isso é Terrafutura, o livro editado por Carlo Petrini coeditado por Giunti e Slow food nas livrarias a partir de hoje. O livro, que se abre com três conversas inéditas de Petrini com o Papa Francisco ocorridas antes e durante a pandemia, foi apresentado ontem na Sala Marconi da Rádio Vaticana pelo próprio Petrini, pelo padre Antonio Spadaro, diretor da Civiltà Cattolica, e pelo bispo de Rieti, Domenico Pompili, que participou das conversas e prefaciou o volume.

Numerosas sugestões lançadas pelos três palestrantes. Spadaro falou sobre "diálogo honesto" como um "método radical", extremamente necessário no contexto político e cultural de hoje, e também destacou como o "agnóstico piedoso" - é assim que o Papa chama Petrini no livro – é algo muito diferente de um “ateu devoto", pois, para Francisco, a pietas "tem um significado muito preciso e diz respeito não à participação em temas católicos ou ambientes curiais, mas à atitude nobre para com a natureza". O diretor da Civiltà Cattolica relançou sugestões sobre "biodiversidade cultural", sobre "democracia vegetal" e sobre "sinodalidade civil". Observando que “na Igreja as discussões não são um problema”, Spadaro citou um dos três diálogos contidos no volume, lembrando que a Igreja ao longo da história “avançou graças aos saltos, aos impulsos para frente”, razão pela qual “é preciso fomentar as discussões e colocar energias em circulação”. O jesuíta lembrou então que a terceira encíclica de Francisco, Fratelli tutti, “vem cinco anos depois de Laudato Si', que destacou o tema da conexão entre os seres humanos e o mundo, com as questões ecológicas a ele ligadas" “Mesmo sem ter ainda o documento à disposição – especificou – podemos esperar que esses temas e o tema da fraternidade, que o Santo Padre valoriza desde o título, estejam presentes e que a Laudato Si' e o Documento de Abu Dhabi confluam para ele, à luz de São Francisco”.

Carlin Petrini, por sua vez, recordou quando o Papa Francisco lhe pediu o endereço para convidá-lo como ouvinte para o Sínodo sobre a Amazônia, "uma das experiências mais gratificantes da minha vida". E depois falou da sua amizade com Pompili e de como juntos deram origem às Comunidades internacionais Laudato Si', hoje cerca de sessenta na Itália, cujos representantes serão recebidos no próximo sábado na Sala Clementina pelo Pontífice. “Inteligência afetiva e austera anarquia” são para Petrini as características das Comunidades que, por impulso da Laudato Si', desde agosto de 2017 fazem de Amatrice um local de referência permanente para estudos na frente ambiental e educacional, a nível internacional. “promover ações para uma ecologia integral e modificar estilos de vida e comportamentos cotidianos” assim Monsenhor Pompili resumiu o espírito das Comunidades Laudato Si', que partem da ideia de que “o desenvolvimento é mais do que um simples progresso: é um impulso propulsor que não pode ser extinto e continua disponível para o mundo também para superar a pandemia em curso”. Porque “como diz o Papa, nem tudo está comprometido: é possível mudar a insensatez de um progresso econômico que compromete o futuro da terra”. Concordando com Petrini que a mensagem de Laudato Si' teve dificuldade para ganhar espaço até mesmo dentro do mundo católico, o bispo de Rieti observou que algo semelhante também aconteceu com a Rerum Novarum de Leão XIII, que depois se tornou um marco que identificou uma virada no magistério social da Igreja Católica.

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