Papa abre a Porta Santa: “Bangui é a capital espiritual do mundo”

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30 Novembro 2015

 

Começou o Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Iniciou com mais de uma semana de antecipação em relação à abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro. Nesse domingo, o Papa Francisco abriu a porta de madeira e de vidro da catedral de Bangui, na África Central. Antes de escancará-la, ele explicou, falando de improviso, o significado desse seu gesto.

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 29-11-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

"Hoje, Bangui se torna a capital espiritual do mundo", disse o pontífice. "O Ano Santo da Misericórdia chega antes a esta terra, uma terra que sofre há diversos anos a guerra, o ódio, a incompreensão, a falta de paz."

 

Papa na abertura das portas da Catedral de Bangui | Foto: L'Osservatore Romano

 

"Nesta terra sofredora – continuou – estão todos os países que passaram pela cruz de guerra. Bangui se torna a capital espiritual da oração pela misericórdia do Pai. Todos nós pedimos paz, misericórdia, reconciliação, perdão, amor. Por Bangui, por toda a República Centro-Africana e por todos os países que sofrem a guerra, pedimos a paz."

Depois, Francisco, como já fez várias vezes durante esta viagem à África, pediu que todos os fiéis repetissem com ele esta oração: "Todos juntos pedimos amor e paz!". E a pronunciou na língua local, "Ndoye siriri, amor e paz!".

"E agora – retomou –, com esta oração, começamos o Ano Santo aqui nesta capital espiritual do mundo hoje." Depois, se virou para a porta central da catedral e abriu-a, permanecendo por um instante com os braços abertos, enquanto os fiéis do lado de dentro aplaudiam e se ajoelhavam.

Na homilia da missa que abre o Advento no rito romano, Francisco disse: "Através de vocês, gostaria de saudar também todos os centro-africanos, os doentes, as pessoas idosas, os feridos pela vida. Alguns deles talvez estejam desesperados e talvez já nem sequer tenham a força de agir e esperam apenas uma esmola, a esmola do pão, a esmola da justiça, a esmola de um gesto de atenção e de bondade. Peçamos a graça, a esmola da paz!".

O papa disse que é preciso se libertar, graças a Jesus, "dos conceitos da família e do sangue que dividem, para construir uma Igreja-Família de Deus, aberta a todos, que cuida daqueles que mais precisam. Isso pressupõe a proximidade aos nossos irmãos e irmãs, isso implica um espírito de comunhão. Acima de tudo, não é uma questão de meios financeiros. Na realidade, basta compartilhar a vida do povo de Deus".

Francisco lembrou que uma das exigências essenciais da vocação cristã "é o amor pelos inimigos, que protege contra a tentação da vingança e contra a espiral das represálias sem fim. Jesus teve que insistir nesse aspecto particular do testemunho cristão. Os operadores de evangelização, portanto, devem ser, acima de tudo, artesãos do perdão, especialistas da reconciliação, especialistas da misericórdia."

"Em todo lugar – continuou o pontífice –, também e sobretudo lá onde reina a violência, o ódio, a injustiça e a perseguição, os cristãos são chamados a dar testemunho desse Deus que é amor." E o "testemunho dos pagãos sobre os os cristãos da Igreja primitiva deve permanecer presente no nosso horizonte como um farol: 'Vejam como se amam, se amam verdadeiramente'."

"Deus é mais forte do que tudo", disse ainda o Papa Bergoglio. "Essa convicção dá ao fiel serenidade, coragem e a força para perseverar no bem diante das piores adversidades. Mesmo quando as forças do mal se desencadeiam, os cristãos devem responder ao apelo, de cabeça erguida, prontos para resistir nessa batalha em que Deus terá a última palavra. E essa palavra será de amor!"

Francisco concluiu assim: "A todos aqueles que usam injustamente as armas deste mundo, eu lanço um apelo: deponham esses instrumentos de morte; armem-se, em vez disso, com a justiça, com o amor e a misericórdia, autênticas garantias de paz".

As últimas passagens da homilia foram enfatizadas por muitos aplausos por parte dos fiéis.

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