11 Agosto 2018
O ensaio do Papa Bento XVI sobre as relações judaico-cristãs publicado na revista Communio no mês passado, continua a provocar a ira de líderes judeus.
A reportagem é de Christa Pongratz-Lippitt, publicada por The Tablet, 09-08-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.
Intitulado “Graça e Vocação sem Remorso”, o ensaio argumentou que a atual rejeição da chamada teoria da substituição, que sustenta que a Igreja substitui o papel salvífico de Israel, precisa de mais consideração. As Sociedades para Cooperação Cristã-Judaica na Alemanha já expressaram "extrema irritação" e "condenação feroz" com relação a algumas das opiniões no ensaio.
Agora, numa carta oficial datada de 03 de agosto, a Conferência dos Rabinos ortodoxos alemães pediu ao presidente da Comissão Pontifícia para as Relações com os Judeus, Cardeal Kurt Koch, que explicasse qual a contribuição do ensaio para o diálogo judaico-cristão, e até que ponto são convergentes com as visões do Papa Francisco sobre o judaísmo.
Koch incentivou Bento XVI a publicar o ensaio.
A Conferência dos Rabinos diz que está menos preocupada com os pontos individuais que Bento XVI discute, e sim com a “questão central” para saber se a Igreja aprecia o judaísmo de hoje. "Bento XVI deixa pouco espaço para um diálogo baseado em tal apreciação", dizem eles.
A carta critica particularmente a conclusão de Bento XVI de que “uma interpretação teológica do estado de Israel que relaciona [seu] fundamento à Terra Prometida bíblica não é possível de acordo com o entendimento cristão”. Embora Bento XVI "de maneira nenhuma" negue o direito de Israel existir, passa a impressão de que "é mais ou menos uma coincidência que o estado de Israel se encontre onde está territorialmente hoje", conclui a carta.
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Líderes judeus se queixam ao Cardeal Koch sobre ensaio de Bento XVI - Instituto Humanitas Unisinos - IHU