23 Outubro 2020
Mike Pompeo, secretário de Estado dos Estados Unidos da América: “Há dois anos, a Santa Sé chegou a um acordo com o Partido Comunista Chinês, esperando ajudar os católicos na China. Em vez disso, os abusos do partido contra os crentes só pioraram".
Cardeal Parolin, secretário de Estado da Santa Sé: "Se olharmos para o acordo podemos nos considerar satisfeitos. Esperamos que haja um funcionamento melhor e contínuo dos termos do acordo. Depois, há também muitos outros problemas que o acordo não se propunha a resolver".
A informação é de Francesco Antonio Grana, publicada por Il Fatto Quotidiano, 22-10-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
O Vaticano renova por mais dois anos o acordo com a China para a nomeação de bispos. Uma decisão fortemente desejada pelo Papa Francisco e pelo cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, apesar das objeções que o acordo levantou nesses vinte e quatro meses, até mesmo dentro das hierarquias da Igreja Católica. Como assinalou o cardeal, é um entendimento exclusivamente pastoral que ainda não abre para relações diplomáticas entre os dois países.
Em um comunicado, o Vaticano explicou que "ao expirar a validade do acordo provisório entre a Santa Sé e a República Popular da China sobre a nomeação de bispos, estipulado em Pequim em 22 de setembro de 2018 e que entrou em vigor um mês depois, as duas partes concordaram em estender a fase experimental de implementação do acordo provisório por mais dois anos. A Santa Sé, tendo em vista que o início da aplicação do referido acordo, de fundamental valor eclesial e pastoral, foi positivo, graças à boa comunicação e colaboração entre as partes no assunto acordado, pretende continuar o diálogo aberto e construtivo para promover a vida da Igreja Católica e o bem do povo chinês”. O secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo, também havia se manifestado contra a renovação do acordo: “Há dois anos, a Santa Sé chegou a um acordo com o Partido Comunista Chinês, na esperança de ajudar os católicos na China. Em vez disso, os abusos do partido contra os crentes só pioraram. Se o acordo for renovado, o Vaticano está colocando em risco a sua autoridade moral”.
Leia mais
- Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, fala a diplomatas vaticanos para que sejam “audaciosos” (como João Paulo II) sobre a China
- Vaticano/China. Padre Peter Stilwell defende aproximação, com política de “longo prazo”
- Audiência do papa com Mike Pompeo: “Uma conversa cordial, mas as posições continuam distantes”, afirma cardeal Parolin
- Parolin e a visão do papa na China. Entrevista com Francesco Sisci
- Faíscas entre EUA-Vaticano sobre a China. Pompeo opõe ao Papa Francisco (que não o recebe) João Paulo II
- China-Vaticano? Vou explicar quem está com Pompeo. A palavra de Williams (Breitbart)
- Trump pede ao Vaticano para romper relações com a China: uma pretensão sem motivos. Aliás, existe um
- Não há soluções fáceis: uma resposta à crítica de Weigel ao acordo China-Vaticano. Artigo de Massimo Faggioli
- Os Estados Unidos presumem de suposta “autoridade moral” e pedem ao Vaticano para que não renove o acordo com a China
- Acordo China-Vaticano sobre nomeações episcopais deverá ser renovado
- O Vaticano e a China podem renovar, em breve, um acordo sigiloso. Eis uma análise dessa relação
- O equilibrismo do papa: “esquece” Hong Kong para não irritar a China
- Papa Francisco e China: um mistério vaticano e uma proposta
- O Papa mais distante da China
- Vídeo do Papa 'Os católicos na China' – Março de 2020
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Nomeação dos bispos, o Vaticano renova o acordo com a China. Protestos dos EUA: "Assim, a Santa Sé põe em risco a sua autoridade moral" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU