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Afeganistão: retorno forçado. Artigo de Francesca Mannocchi

Foto ilustrativa de mulheres afegãs. (Créditos: ArmyAmber/Pixabay)

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03 Setembro 2025

"A presença de afegãos no Irã é antiga; por quarenta anos, o país ofereceu abrigo a milhões de pessoas que fugiam de guerras constantes e da pobreza, tanto que a diáspora afegã atingiu números impressionantes. Segundo as instituições iranianas, o país abriga entre 4 e 6 milhões de pessoas, a grande maioria oriunda do Afeganistão. Números que fazem do Irã o país que mais acolhe refugiados no mundo", escreve Francesca Mannocchi, jornalista e documentarista italiana, em artigo publicado por La Stampa, 02-09-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

A.R. é o primeiro a descer do caminhão que transportava sua família de Islam Qala, na fronteira entre o Afeganistão e o Irã, para Herat. Ele é o primeiro a descer e o mais velho, viaja com a esposa, três de seus quatro filhos e os sobrinhos. Um de seus filhos permaneceu em um centro médico na fronteira com a esposa, que estava prestes a dar à luz e não conseguiria suportar mais horas de viagem. Todos haviam se mudado para o Irã quatro anos atrás, após a queda de Cabul. Procuraram trabalho, moradia e começaram uma nova vida longe de casa. Uma vida de exilados.

Uma vida cheia de dificuldades e restrições, mas tolerável. Pelo menos até junho, quando estourou a guerra entre Israel e o Irã. Desde então, conta A.R., os perigos e as proibições, o medo e os abusos tornaram-se intoleráveis. Eles não podiam andar livremente, não conseguiam encontrar um pedaço de pão para as crianças. Não conseguiam encontrar um hospital onde as mulheres pudessem dar à luz.

Um dia, alguns homens bateram à sua porta, vendaram-no e levaram-no para um quartel, não saberia dizer onde, nem se a base militar era oficial ou não, o que sabe é que as pessoas que o levaram o acusaram de ser um espião do Mossad, o serviço secreto israelense, e lhe disseram para pagar ou ir embora, porque não havia mais lugar para os afegãos no país. Ele negou e, depois de três dias, conseguiu voltar para sua família e disse-lhes que era hora de retornar ao Afeganistão.

E assim deixaram tudo e partiram novamente, refazendo na direção inversa o caminho feito quatro anos atrás. A.R. sabe que sua família não tem futuro no Afeganistão. Se tivessem um, diz ele, não teriam fugido quatro anos atrás. Hoje, eles têm um terreno em Laghman, mas não têm uma casa; têm braços para trabalhar, mas não têm emprego; têm bocas para alimentar, mas não têm comida.

Dois milhões retornam do Irã

De cinco a seis mil pessoas por dia chegam hoje à fronteira de Islam Qala, em junho, chegavam até 30 mil. As organizações humanitárias estimam que, com as novas restrições e prazos impostos pelo Irã, mais quinhentas mil pessoas poderão chegar aqui nos próximos meses. Areia e poeira cobrem tudo, tanto as pessoas quanto os carrinhos que arrastam.

Chegam mulheres, homens e crianças, em um espaço demasiadamente lotado para as necessidades sanitárias que precisa atender. Trabalhadores humanitários da Intersos afirmam que os sistemas de saúde locais não estão preparados para lidar com a situação e que uma intervenção estrutural é necessária para enfrentar a crise dos fundos para a ajuda destinados ao Afeganistão. O governo talibã, de fato, reconhecido apenas pela Rússia como governo legítimo do país, está às voltas com o colapso econômico e uma crise humanitária exacerbada pelas sanções ocidentais e pelos cortes draconianos nas ajudas decididas pelo governo Trump em fevereiro deste ano.

"Estamos vendo uma verdadeira emergência, com milhões de pessoas chegando precisando de cuidados de saúde, tanto físicos quanto psicológicos, e de suporte econômico para poder acessar bens essenciais como comida, água e abrigo", diz uma trabalhadora humanitária da Intersos.

Segundo os dados das Nações Unidas, quase dois milhões de afegãos fugiram ou foram deportados do Irã desde janeiro, após a pressão governamental sobre os refugiados considerados irregulares. Meio milhão de pessoas cruzaram a fronteira somente em junho, coincidindo com a guerra entre Israel e o Irã.
Números gigantescos fazem da atual fronteira entre Islam Qala uma das piores crises de deslocamento da última década.

A presença de afegãos no Irã é antiga; por quarenta anos, o país ofereceu abrigo a milhões de pessoas que fugiam de guerras constantes e da pobreza, tanto que a diáspora afegã atingiu números impressionantes. Segundo as instituições iranianas, o país abriga entre 4 e 6 milhões de pessoas, a grande maioria oriunda do Afeganistão. Números que fazem do Irã o país que mais acolhe refugiados no mundo.

Após a ocupação soviética do Afeganistão em 1979, o Irã tinha acolhido milhões de afegãos, concedendo-lhes o status de refugiados e, assim, proporcionando acesso aos serviços. Mas, desde a década de 1990, as políticas mudaram e a solidariedade se transformou em contenção.
As fronteiras que eram portas abertas foram fechadas e os serviços, limitados.

Limitados aos locais onde podiam viver (10 das 31 províncias) e até mesmo aos trabalhos que podiam realizar, apenas aqueles pesados e pouco qualificados, os afegãos há décadas têm dificuldade em adquirir um número telefônico ou obter documentos para regularizar sua situação no país, tornando o acesso à educação ou à saúde quase impossível.

Em março, o governo de Teerã tinha anunciado uma repressão aos refugiados, estabelecendo o verão como prazo final para as "partidas voluntárias", mas após a guerra de junho, a repressão se intensificou, com aumento de postos de controle, prisões e expulsões.

O Irã se justifica alegando que as novas políticas são uma resposta à crise econômica, exacerbada pela guerra e, como no efeito dominó das crises há sempre alguém a quem deve ser atribuída a culpa, os bodes expiatórios neste caso são os refugiados afegãos, acusados de se aproveitar das ajudas humanitárias, roubar empregos e, de qualquer forma, não serem mais bem-vindos. Nas duas semanas seguintes ao conflito com Israel, aproximadamente 700 pessoas foram presas sob a acusação de serem espiãs e sabotadores a soldo de Tel Aviv, justamente como A.R.

Hoje, retornam a um país assolado pela crise econômica, onde não há trabalho, não há moradias para todos, não há assistência em saúde, onde metade dos quarenta milhões de habitantes precisa de apoio econômico e ajuda humanitária para sobreviver. Um país que saiu do radar da atenção global e onde os apelos de ajuda das organizações humanitárias são em grande parte subfinanciados: este ano, apenas um quinto das necessidades humanitárias foi atendido.

Trânsito rumo a um futuro incerto

S.R. tem 27 anos e acaba de chegar ao centro de trânsito em Herat com a esposa e o filho que tem 14 dias de vida. Quando receberam a notificação de expulsão, S.R. pediu para poder esperar até que a esposa desse à luz, aguardar pelo menos algum tempo após o nascimento da criança. Mas as instituições iranianas não quiseram ouvir isso, assim, uma semana após o nascimento do filho, os três partiram de Teerã, chegando primeiro à fronteira e depois a Herat. Eles tinham saído do Afeganistão não tanto por causa do retorno dos talibãs ao poder, mas porque não tinham o que comer, não tinham absolutamente nada.

S.R. diz que fugiu porque muitas noites ia se deitar sem sequer colocar um pedaço de pão na boca, e que hoje estão voltando, não têm comida, e com uma boca a mais. Ele diz: "Não nos importamos com as regras que teremos que seguir; apenas temos três estômagos vazios e nenhum pão."

Quando chegam ao ponto de trânsito em Herat, os rostos são diferentes; a viagem da fronteira até a cidade deixou todos mais conscientes, todos mais preocupados.
Passada a complicação da travessia, as horas sob as tendas, as filas para os primeiros documentos, o próximo ponto de chegada é um centro de triagem em Herat. A instalação tem capacidade para acomodar apenas 700 pessoas por dia; são divididas em tendas, espaços para famílias ou quartos com camas de ferro. Exceto casos excepcionais, os afegãos que chegam aqui podem ficar uma noite, o tempo suficiente para descansar, carregar os celulares e receber uma pequena quantia em dinheiro para garantir sua transferência do centro e um eventual retorno às suas regiões de origem.

É depois que os refugiados cruzam o portão do centro de trânsito que a falta de assistência é mais sentida, e é aí que a ajuda mais necessária é dada. A Intersos, apoiada por financiamento da União Europeia, opera clínicas móveis, fornecendo assistência de saúde tanto para desnutridos quanto para mulheres grávidas, além de suporte para a proteção humanitária e psicológica. Muitas das meninas e jovens mulheres que chegam à fronteira nunca pisaram no Afeganistão, filhas de refugiados de guerras de décadas atrás, nascidas no Irã. Hoje retornam a um país que não conhecem e nunca viram.

Usam tênis, jeans justos e camisetas da moda.

As meninas têm mechas de cabelo coloridas, glitter nas camisetas; suas mães as ensinam a usar o hijab, as meninas riem, brincam e dançam, sacudindo seus véus, ainda inconscientes das regras que deverão cumprir.

A.R. é natural de Mazar-i-Sharif; deixou o Afeganistão com seus pais quando era criança. Primeiro Mashdad, depois Teerã. Ele começou a estudar lá, mas desistiu porque seus pais precisavam que ele trabalhasse, e começou a trabalhar como carpinteiro.

Em Teerã, conheceu sua esposa, S.; sua família também é de origem afegã, mas ela praticamente não tem lembranças do país. S. tem uma longa trança que cai sobre os ombros, e que o véu mal cobre, uma blusa clara cobre a barriga e as pernas sobre as quais está sentado seu filho de um ano e meio. No Irã, tinha muita liberdade; andava sozinha e trabalhava como costureira para ajudar A.R. a pagar o aluguel do quarto onde moravam. Hoje, a aguardam as regras do Emirado Islâmico. Ela não poderá mais andar sozinha, nem trabalhar. A.R. diz que nenhum dos dois teve escolha e que esse retorno representa o fim de suas vidas, tanto para ele quanto para sua esposa, que está pronto a desistir de seu futuro porque não tinha alternativas, mas não pode se resignar ao fato de que seus filhos não tenham um futuro.

Leia mais

  • "Aqui, no Afeganistão, metade da população não consegue sobreviver sem assistência". Entrevista com Sofy Dia
  • Afeganistão. A guerra contra as mulheres
  • O Afeganistão após o terremoto
  • Afeganistão. Metade da população está passando fome
  • Afeganistão. Os drones estadunidenses e o último massacre dos inocentes
  • As bravas mulheres afegãs contra o obscurantismo do mundo. Artigo de Ivone Gebara
  • Um mês após o fechamento da USAID, milhões de vidas ao redor do mundo estão em risco
  • ‘Consequências serão desastrosas’: o que dizem organizações afetadas pelos cortes da USAID
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