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O Ocidente esqueceu a arte da estratégia. China e Rússia são os novos grandes mestres

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26 Junho 2025

“Um dos maiores mestres de xadrez de todos os tempos, o estadunidense Bobby Fischer, disse: “A tática flui de uma posição superior”. O Ocidente perdeu essa posição superior. Israel também. Somos os grandes mestres envelhecidos da geopolítica, ansiosos para jogar mais uma partida”, escreve Wolfgang Münchau, diretor da Eurointelligence e colunista do UnHerd, em artigo publicado por Sin Permiso, 22-06-2025. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

Os enxadristas de nível internacional sabem a diferença entre estratégia e tática melhor do que os políticos. Para vencer no xadrez, é preciso começar com uma estratégia, um plano a longo prazo que leve a uma posição de superioridade. Em seguida, é preciso rematar com uma sequência de movimentos táticos. Como Max Euwe, o grande mestre de xadrez holandês dos anos 1930, certa vez observou: “A estratégia requer pensamento. A tática requer observação”.

O Ocidente é todo tático. O Oriente é principalmente estratégico. As duas coisas são necessárias, porque mesmo os movimentos a curto prazo mais brilhantes não constituem uma estratégia. Basta observar a história das intervenções militares dos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial. Todas tinham sua lógica a curto prazo, inclusive no Iraque. No entanto, tornaram os Estados Unidos mais seguros? Tornaram o mundo mais seguro? Trouxeram a democracia? Alguém se tornou mais civilizado em consequência delas?

O ataque de Israel ao Irã é um caso clássico de compensação no qual se adota uma manobra tática a curto prazo à custa de uma posição estratégica mais frágil a longo prazo. Não sou o primeiro comentarista a observar que o ataque de Israel ao Irã terá um êxito tático, possivelmente um êxito sensacional, mas não deterá o programa de armas nucleares do Irã. Qualquer futuro planejador estratégico iraniano concluirá logicamente, a partir da última série de ataques, que o Irã precisa absolutamente da bomba. Outros países da região podem pensar o mesmo. O maior arrependimento da Ucrânia é ter aceitado renunciar a suas armas nucleares da era soviética. Se o país as tivesse conservado, Putin jamais teria atacado.

A falta de pensamento estratégico tem um papel importante no declínio do Ocidente. O maior tiro no pé estratégico foi aproximar China e Rússia, e o Irã a ambos. Esses países não formam uma aliança no sentido ocidental. O que têm em comum é um objetivo estratégico primordial: tornarem-se independentes da coação ocidental.

Nossas sanções, nossas proibições, nossas guerras e guerras por poder tiveram o efeito contrário ao desejado. Algumas, como as sanções, fracassaram taticamente. A Rússia superou o Ocidente e passou a uma economia de guerra a qual os europeus lutam para acompanhar o ritmo. Mas o fracasso mais significativo da política foi estratégico. As sanções financeiras persuadiram a China e a Rússia a desenvolverem um sistema de pagamento conjunto.

Até alguns anos atrás, o mundo financeiro dependia do dólar estadunidense e da infraestrutura global de pagamentos controlada pelo Ocidente. Parte dessa infraestrutura era o Swift, um órgão quase governamental, com sede em Bruxelas, que fornece as principais redes através das quais os bancos internacionais se comunicam. Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, uma das primeiras medidas adotadas pelos governos ocidentais foi excluir alguns bancos russos do Swift, para que não conseguissem realizar transações. O Ocidente também congelou os ativos financeiros russos, uma grande parte dos quais está em câmaras blindadas na Bélgica. A Rússia ficou praticamente excluída dos mercados financeiros mundiais.

O resultado é que a Rússia, a China e outros países desenvolveram sua própria infraestrutura financeira paralela. A primeira parte se chama Brics Pay. Brics é a sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O nome “Brics” surgiu há 25 anos como uma abreviação para designar as cinco economias em desenvolvimento com mais possibilidades de sucesso. Desde então, o grupo cresceu até chegar a dez países e agora inclui Indonésia, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Irã. Não são como a OTAN ou a União Europeia. A Índia é um pouco a rebelde do grupo. O que têm em comum é o desejo de independência dos monopólios ocidentais de infraestrutura.

Os sistemas de pagamento são para o capitalismo financeiro o que os encanamentos são para o fornecimento de água: não falamos deles até que tenhamos um problema. O monopólio ocidental dos pagamentos permite aos Estados Unidos e à Europa impor sanções financeiras. Mas as sanções financeiras são como um bolo que se pode ter ou comer. Quando se começa a abusar do poder de monopólio e se impõe sanções a muitos países, incentiva-se a ruptura do sistema.

O Brics Pay foi desenvolvido por cientistas da Universidade Estatal de São Petersburgo. Funciona de forma diferente dos sistemas de pagamento ocidentais. O Brics Pay é descentralizado. Não tem centro, nem proprietário. Baseia-se na mesma tecnologia subjacente das criptomoedas: a cadeia de blocos. O Brics Pay é à prova de sanções. Nenhum membro pode vetar outro membro. Se você quer se tornar independente dos Estados Unidos, a coisa mais inteligente é começar pelo sistema de pagamento.

Perdi o respeito por praticamente todos os especialistas em Rússia ou China dos think tanks mais destacados porque continuam avaliando erroneamente este elemento-chave da estratégia da China e a Rússia. Continuam nos dizendo que a China e a Rússia nunca se aliarão, ou que a China intervirá para impedir que Putin utilize uma bomba nuclear. Os erros de avaliação continuam em todos os níveis.

O governo estadunidense anterior avaliou erroneamente a dinâmica da proibição dos semicondutores, com a qual se esperava manter a China na idade média digital por um pouco mais de tempo. Ficaram surpresos quando a Huawei conseguiu integrar um chip de última geração em um de seus últimos modelos. A proibição dos semicondutores é um caso clássico das consequências não desejadas das sanções. A China aprendeu a fabricar semicondutores e a Rússia aprendeu a criar um sistema de pagamentos.

Funcionários do Departamento de Estado dos Estados Unidos consideram o dólar uma arma política com a qual podem impor sua vontade aos outros. Receberam conselhos ruins de macroeconomistas que lhes disseram que nenhuma outra moeda no mundo pode desafiar o dólar. Não estão contando a história toda. O certo é que nenhuma outra moeda oficial desafiará o dólar. O euro começou como a segunda moeda mais importante do mundo em reservas de divisas e agora foi relegado ao terceiro lugar pelo ouro. O erro desta observação é que não enxerga a verdadeira ameaça. Esta provém dos sistemas de pagamento alternativos, as criptomoedas e as tecnologias blockchain, que permitem que outros países diversifiquem e se distanciem dos Estados Unidos, sem precisar criar novas moedas próprias. Os macroeconomistas ainda vivem no mundo do dinheiro fiduciário e dos bancos centrais, criações da sociedade industrial moderna. Contudo, a China e a Rússia estão mudando as regras do jogo. Não é mais um jogo limpo.

O problema de nossos erros de avaliação é que não possuem qualquer mecanismo corretivo. Se você é um operador financeiro, seus erros lhe custam dinheiro. Você não pode continuar errando em tudo e esperar permanecer solvente. Isto não acontece na política externa, porque aqueles que seguem cometendo esses erros seguidos não são os mesmos que pagam o preço. É também a razão pela qual teorias econômicas disfuncionais persistem, mesmo quando não há provas empíricas que as respaldem. Os economistas, os funcionários do Departamento de Estado e os jornalistas vivem em um espaço de erros de avaliação que se reforçam mutuamente. Celebram cada vitória tática, mas nunca vencem as guerras.

O Ocidente já teve uma estratégia, que é a que nos colocou em uma posição de superioridade. Ela teve origem na ciência e se aproveitou de decisões políticas inteligentes. Mas tudo isso aconteceu há muito tempo. A Segunda Guerra Mundial foi o início de uma série impressionante de inovações que começaram com o Projeto Manhattan e que foram copatrocinadas pelo Exército dos Estados Unidos: o transistor, o semicondutor, o circuito integrado, o computador pessoal, a internet e, agora, a inteligência artificial. Foi a tecnologia que deu ao Ocidente uma vantagem estratégica. A integração europeia se enquadrava nessa categoria de grandes movimentos estratégicos até se tornar um caos com a ampliação da UE.

A China fez dois grandes movimentos estratégicos consecutivos. O primeiro foi a política de modernização econômica de Deng Xiaoping, que chegou ao poder em 1978. Como explicou o historiador holandês Frank Dikötter, em sua obra-prima A China depois de Mao, o Ocidente interpretou erroneamente as reformas de Deng como uma transição do comunismo para o capitalismo. O verdadeiro objetivo era melhorar o funcionamento do comunismo. As reformas de Deng eram um projeto a longo prazo. Suas reformas começaram nos anos 1980 e foram continuadas por seus sucessores. Quando ele morreu, em 1997, a China ainda estava em um estágio inicial da industrialização. Hoje, é uma das nações industrializadas mais avançadas do mundo.

A segunda medida estratégica importante da China foi a decisão de Xi Jinping de aproveitar as matérias-primas críticas, como os ímãs de terras raras, para tornar a China um produtor global indispensável. Os Estados Unidos continuam colhendo os frutos da revolução digital, mas não estão mais sozinhos. E a China está a ponto de assumir a dianteira também nessa área.

Um relatório da Universidade Stanford nos diz que a China publica mais artigos de pesquisa sobre inteligência artificial do que qualquer outro país do mundo. O grande prêmio em inteligência artificial será para aqueles que conseguirem aproveitá-la para criar uma fabricação baseada em inteligência artificial: instalações operadas por robôs inteligentes e conectadas a grandes data centers que otimizam o fluxo de produção. O que se conhece como Indústria 4.0 segue requerendo matérias-primas como insumos, mas a China também está mais bem posicionada nessa área. Eu chamo isso de estratégia.

É possível pensar na tática como um presente brilhante e na estratégia como um presente que permite seguir avançando. Nós, ocidentais, por nossa inclinação, somos mais táticos do que estratégicos. Gostamos de rematar. Isso não é necessariamente ruim, desde que se tenha uma estratégia subjacente.

Os enxadristas sabem disso. Um dos maiores mestres de xadrez de todos os tempos, o estadunidense Bobby Fischer, disse: “A tática flui de uma posição superior”. O Ocidente perdeu essa posição superior. Israel também. Somos os grandes mestres envelhecidos da geopolítica, ansiosos para jogar mais uma partida.

Leia mais

  • Do Nord Stream ao Irã: a geopolítica de um império em declínio
  • A espiral do caos e da automação. Um mapa do século ameaçador. Artigo de Franco ‘Bifo’ Berardi
  • O Ocidente intensifica a sua guerra mundial. Artigo de Rafael Poch
  • “Uma ponte entre o Ocidente e o Sul global pode favorecer o diálogo com os judeus”. Entrevista com Massimo Faggioli
  • Sobre o pânico moral e a coragem de falar: o silêncio do Ocidente sobre Gaza. Artigo de Ilan Pappé
  • O declínio do Ocidente. No realismo de Francisco, o caminho para a verdadeira paz. Artigo de Massimo Cacciari
  • Ocidente: o novo fascismo
  • Era preciso um louco para dizer que o Ocidente está morto. Artigo de Raniero La Valle
  • Dissuasão armada. O perigoso jogo do Ocidente. Artigo de Andrea Ruggeri
  • Com Trump, mais guerra contra os nossos povos. Artigo de Raúl Zibechi
  • “A crise do Ocidente é a crise do mundo”. Entrevista com Emmanuel Todd
  • O que nos separa de um novo conflito global. Artigo de Wolfgang Streeck
  • A “multipolaridade” e o declínio crônico do Ocidente
  • A ilusão bélica do Ocidente. Da geopolítica à astropolítica o passo é agora curto. Artigo de Francesco Strazzari
  • “O Ocidente caminha para a autodestruição com sua espiral militarista”. Entrevista com Fabian Scheidler
  • “A chave é se o Ocidente aceitará perder o seu domínio sem nos levar a um conflito catastrófico”. Entrevista com Fabian Scheidler

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