25 Junho 2025
A cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) começou na terça-feira, 24 de junho, em Haia, Países Baixos, reunindo mais de 40 líderes mundiais. A reunião é marcada pela recusa da Espanha em aumentar o gasto com Defesa para 5% do PIB. Esta é a primeira cúpula da Aliança Atlântica desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca.
A informação é de Queralt Castillo Cerezuela, publicada por El Salto, 25-06-2025.
A previsão é que seja uma cúpula breve e de acordos amplos, com os representantes dos países se reunindo na quarta-feira, 25, para finalizar os detalhes do novo acordo, que eleva o gasto militar em defesa para 5%. Desse total, 3,5% seriam destinados a equipamentos militares e os 1,5% restantes à defesa, segurança e cibersegurança.
Após semanas de retórica e pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parece que todos os países membros, exceto a Espanha, aceitaram o compromisso de 5%. Para isso, na sexta-feira, 20 de junho, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, enviou as bases do novo pacto aos chefes de Estado dos países membros e aos governos aliados. O novo compromisso de gastos já é uma realidade.
Apesar de exigir a nova medida há semanas, Trump, cujo país gasta anualmente cerca de 3,5% do PIB em Defesa, já disse que talvez os Estados Unidos não elevem os gastos, pois considera que seu país já contribuiu "suficientemente por muito tempo" para a organização.
A recusa do presidente espanhol, Pedro Sánchez, em destinar 5% do PIB à Defesa foi uma "pedra no sapato" dos planos de Trump e Rutte. Sánchez havia alertado há alguns dias que tal medida seria "não só irracional, mas também contraproducente", pois colidiria com o Estado de bem-estar na Espanha. Ele comunicou a Rutte que comprometer-se com uma meta de 5% "afastaria ainda mais a Espanha do gasto ótimo e dificultaria os esforços contínuos da UE para fortalecer seu ecossistema de segurança e defesa".
A postura do Executivo espanhol, que ia contra o principal objetivo do encontro e foi duramente criticada por Trump, foi "solucionada" nas últimas horas com um acordo de "flexibilidade". Este acordo consiste em uma série de ajustes que permitirão ao Executivo espanhol se liberar, ao menos por enquanto, da meta de 5%. Em uma carta enviada a Sánchez durante o fim de semana, Rutte confirmou que o acordo na próxima Cúpula da OTAN "concederá à Espanha a flexibilidade para determinar sua própria trajetória soberana para alcançar o Objetivo de Capacidade e os recursos anuais necessários como porcentagem do PIB, bem como para apresentar seus próprios planos anuais".
Em resposta a Rutte, Sánchez assegurou que a Espanha manteria seu "compromisso" e cumpriria os Objetivos de Capacidades Militares no período de 2026 a 2029, um acordo alcançado pelos ministros da Defesa dos Estados membros da OTAN em 5 de junho.
No entanto, o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, reafirmou na segunda-feira, 23 de junho, o "compromisso total" da Espanha com a OTAN e garantiu que os Objetivos de Capacidades Militares podem ser alcançados com os atuais 2,1% do PIB destinados à Defesa.
Apesar disso, em coletiva de imprensa antes da abertura da cúpula, Mark Rutte pontuou que a OTAN não acredita que a Espanha possa atingir os Objetivos de Capacidades Militares com os atuais 2,1% do PIB e que o país deveria destinar 3,5%.