28 Setembro 2020
O cardeal George Pell havia abandonado o Vaticano para ser julgado por abusos a menores na Austrália.
A informação é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 28-09-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Foi o responsável máximo das finanças vaticanas. Caído em desgraça pelas acusações de abuso sexual, que o levaram a ser o máximo hierarca da Igreja Católica no mundo condenado – e depois absolvido – por pedofilia, George Pell volta nesta terça para Roma. Justamente depois da explosão do “escândalo Becciu”. Coincidência? Não parece.
E é porque, segundo distintas fontes vaticanas, aquele que foi substituto da Secretaria de Estado do Vaticano entre 2011 e 2018 pode ser um dos grandes responsáveis da defenestração de Pell (e do espanhol Vallejo Balda). Agora, livre na Austrália e sem um de seus principais “inimigos” na Cúria, o australiano decide voltar a uma Santa Sé onde, por outro lado, não terá nenhuma responsabilidade executiva.
Um presente envenenado para Francisco? Ninguém saberia dizer, sobretudo depois da mensagem enigmática enviada por Pell depois do anúncio do castigo a Becciu, que foi obrigado a renunciar a seu cargo como prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, e seus direitos como cardeal:
“O Santo Padre foi eleito para limpar as finanças do Vaticano. Ele disputa uma longa partida e é preciso agradecê-lo e felicitá-lo pelos acontecimentos recentes. Espero que a limpeza dos estábulos continue tanto no Vaticano quanto em Victoria”, escreveu.
O certo é que os enfrentamentos entre Pell e Becciu foram uma constante durante os anos do purpurado à frente da Secretaria de Economia, que esteve vacante durante dois anos e que desde este mês de janeiro dirige o jesuíta espanhol Juan Antonio Guerrero. A volta de Pell não agoura um período de paz. Esperamos que não seja um entrave nas reformas de Francisco.
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George Pell voltará na terça-feira a Roma, em meio ao “escândalo Becciu” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU