Por: Jonas | 23 Abril 2013
Durante um recente Fórum Teológico, convocado pelo Comitê Inter-religioso e o Centro Intereclesial de Estudos Teológicos e Sociais (CIEETS), um grupo de líderes concluiu que existem poucas esperanças de mudar as forças espirituais ante os desafios do novo papa Francisco, sobretudo no caso das mulheres. Alguns expressaram a necessidade de lhe dar um pouco mais de tempo.
A reportagem é de Trinidad Vásquez, publicado pela Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 18-04-2013. A tradução é do Cepat.
Na inauguração do debate, o pastor Jairo Arce, da Igreja Menonita e diretor do CIEETS, refletiu que “somos dois milhões de evangélicos, precisamos de força espiritual e ética, porque o que está em jogo é a humanidade e não o Vaticano. Sejamos cidadãos comprometidos, porque não há democracia sem educação cristã”, apontou.
Ao mesmo tempo, o professor e pastor Marcelino Basset, da Faculdade Evangélica de Estudos Teológicos, acrescentou que “seria uma temeridade fazer uma avaliação sobre o novo Pontífice, já que carecemos de informação suficiente, mas, sim, podemos apresentar interrogações, para as quais esperamos que ele vá respondendo nos próximos dias, quando apresentar seu programa de trabalho. Uma delas poderia ser se aceitará o ministério público das mulheres”. Para a qual, a reverenda Arlen Lovo, da Igreja Anglicana de Nicarágua, respondeu que via poucas esperanças em torno deste assunto e exortou as mulheres, presentes no debate, a continuarem lutando por esse reconhecimento do sacerdócio feminino.
O missionário norte-americano da Igreja Metodista, o reverendo Fred Morris, ali presente, disse estar de acordo que o novo Papa olhe pelos pobres do mundo, mas não de forma assistencialista. “Não tenho muitas esperanças de mudanças com o novo papado”, expressou.
Para observar se há sinais de mudança, o professor Edward Salazar acrescentou que é preciso oferecer 100 dias ao novo Papa. Enquanto que o pastor Miguel Ángel Casco, da Coordenação Evangélica, comentou que Francisco apresenta sinais de diálogo, mas deve começar esse diálogo em casa. Contudo, Julia Duarte, líder católica presente no Fórum, expressou que como parte desse corpo de fé “quero ser otimista e ver com bons olhos o novo Papa e que seja o melhor para todos os cristãos. Temos que lutar por esses espaços. Doí-me que as mulheres, às vezes, não se respeitem entre elas mesmas”.
O líder evangélico latino-americano Víctor Rey, que assistia uma reunião em Manágua, expressou que o Papa está agarrado na era da modernidade “e o diálogo, neste momento, é crucial”.
Já o doutor Benjamín Cortés, pastor da Igreja de Cristo, pontuou que “o papa Francisco tem enormes desafios e um deles é o de restabelecer a credibilidade da Igreja Católica. Possui uma grande crise pastoral e para isso deve buscar uma estratégia para deter o êxodo diário de milhares de fiéis católicos, frente a um crescimento imparável de evangélicos”.
Além disso, falou sobre a necessidade de um diálogo entre o Vaticano e o Conselho Mundial de Igrejas (CMI), assim como com o Conselho Latino-americano de Igrejas (CLAI), acerca de uma arquitetura de uma nova economia financeira no mundo, diante do fracasso das políticas do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.
Omar Cohen Enríquez, vice-presidente da Associação de Judeus e Descendentes de Judeus da Nicarágua, convidado para falar sobre a busca de um diálogo inter-religioso, comentou que apenas um homem não muda o mundo e lembrou que os cristãos católicos propiciaram cruéis guerras.
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Fórum Teológico debate perspectivas possíveis para o novo papado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU