Movimento Occupy Wall Street faz um ano protestando

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Por: André | 19 Setembro 2012

O movimento Occupy Wall Street celebrou um ano de existência protestando pelas ruas nova-iorquinas. A polícia prendeu 150 manifestantes, em sua maioria jovens, que repudiavam a avareza do sistema.

A reportagem está publicada no jornal argentino Página/12, 18-09-2012. A tradução é do Cepat.

O movimento de protestos Occupy Wall Street (OWS) celebrou nesta segunda-feira o seu primeiro ano de vida fazendo ouvir a sua voz com uma mobilização que alterou a rotina do distrito financeiro de Nova York, perturbando os acessos à Bolsa de Valores da cidade e deixando um saldo de 150 presos. Vigiados por um impressionante esquema das forças de segurança – a polícia manteve reforços na zona com controles nas esquinas, equipes antidistúrbios, cavalos, motocicletas, furgões e helicópteros –, ativistas e simpatizantes do movimento, que denuncia as crescentes desigualdades e o poder do dinheiro na política dos Estados Unidos, manifestaram-se durante todo o dia no entorno de Wall Street, no sul de Manhattan.

O objetivo final das diferentes concentrações buscou convergir na sede da Bolsa de Nova York, rodeá-la com um muro humano e tentar suspender suas operações para protestar contra o setor financeiro. “Ouçam todos. Hoje vamos fechar Wall Street”, gritava Austin Guest, um dos ativistas, da Water Street. Contudo, os manifestantes, que foram aumentando em número ao longo do dia, passando de cerca de 300 para mais de 1.000 à tarde, tentaram em várias oportunidades aproximar-se da Bolsa sem sucesso porque foram impedidos pelos numerosos reforços da polícia de Nova York.

O advogado Gideon Orion Oliver, presidente da seção de Nova York da Liga Nacional de Advogados, informou pelo Twitter que o número de presos era de 104 às 11h30, horário local. “Estou aqui por conta da cobiça de Wall Street. Todos os caminhos levam a Wall Street, eles controlam as nossas vidas”, disse o bispo da Igreja Episcopal George Pachard, que liderava um dos grupos que se mobilizaram e foi preso na interseção da avenida Broadway com Wall Street. Outra manifestante, Cindy González, de 25 anos e oriunda de Staten Island (sul de Nova York), afirmou: “Não se trata de ser preso. Trata-se de mostrar ao país quem estão destruindo a nossa economia”.

Nascido em 17 de setembro de 2011 em Nova York, o Occupy Wall Street havia surpreendido o mundo com um protesto sem líderes contra a corrupção e a avareza do sistema financeiro, que se foi ramificando para outras cidades dos Estados Unidos e da Europa de maneira inesperada. O movimento chegou ao seu clímax nos primeiros dois meses, mas depois seus acampamentos instalados no centro de grandes cidades foram desalojados pouco a pouco pela polícia, em alguns casos de maneira violenta, como ocorreu com o de Zuccotti Park, perto de Wall Street, no sul de Manhattan, em meados de novembro.

Desde então, sem visibilidade e dividido em torno dos passos a seguir, o movimento que diz representar 99% da população foi perdendo força, embora seus membros assegurem o contrário. “Occupy Wall Street está em muitos lugares. Semana a semana organizamos trabalhos, algo tão importante como quando saímos às ruas”, disse Bill Dobbs, um dos porta-vozes do movimento. Após uma primeira marcha que aconteceu pela manhã, os manifestantes se reuniram ao meio-dia em Zuccotti para uma assembleia que contou com a presença de trabalhadores e líderes sindicais do transporte público e do ensino, entre outros. À tarde, com um grupo mais forte, tentaram novamente chegar em Wall Street, mas foram novamente cercados pela polícia, que os obrigou a retroceder em várias oportunidades e fez mais prisões.

“Estamos enviando a mensagem de que os banqueiros de Wall Street não podem ir trabalhar pela manhã sem pensar no que suas instituições estão fazendo ao país”, assinalou Mark Bray, outro porta-voz do OWS. Manifestantes de diversos lugares do país, como Houston, Chicago, Portland, Seattle e Califórnia, chegaram a Nova York para este primeiro aniversário do OWS, assim como ativistas da Espanha e da Holanda, alguns dos países para os quais o movimento havia se ramificado. Cartazes com mensagens originais pedindo o fim de Wall Street e a corrupção, uma “pedra da dívida” carregada por manifestantes, fantasias e música de batucada deram cor e criatividade aos protestos, dos quais participavam sobretudo jovens.

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